“Respigos” do artigo de José Miguel Júdice
in “Público” – 24.11.2006
1. Acho que as Forças Armadas são uma componente real da soberania nacional, ainda que a Costa Rica seja um país independente sem necessidade de militares e a Islândia (segundo o Human Development Report, de 2005) não tenha aparentemente despesas com elas.
2. (…) recordo - como um dos momentos mais extraordinários da minha vida como cidadão português - a manifestação de polícias fardados, aos gritos e aos urros, sob o efeito de mangueiradas de outros polícias. E ainda hoje me espanto como é que eles, que deram uma imagem inadmissível da corporação, continuaram tranquilamente encarregados de manter a ordem que, quando afectados por ela, não queriam respeitar.
3. Mas sabe o amável leitor que paga impostos que, em 2004, Portugal dedicou 2,3 por cento do PIB a despesas militares? E não acha estranho que a República da Coreia, estando onde está, só gastasse 2,4 por cento? E alguém o informou de que a Irlanda - apesar da ameaça de situações de crise real na fronteira norte - só dedicou às tropas 0,7 por cento? E imaginava que países como a Itália, os nórdicos, a Bélgica e a Holanda estão todos eles claramente abaixo de Portugal? E que o pequeno e pobre país que todos sabemos que é a Alemanha aplicou apenas 1,4 por cento do PIB a custos de Defesa? Ou que a Espanha, apesar do terrorismo basco, se ficou pelos 1,1 por cento, ou seja, menos de metade do que se gastou (ou delapidou) neste país tranquilo e pacífico à beira mar plantado?
4. (…) Lembro-me também (…) de um artigo que publiquei há cerca de 20 anos, no extinto O Jornal. Escrevi-o quando ainda estava em estado de choque por ter descoberto que Portugal tinha na altura, segundo creio, duas fragatas e mais de 300 capitães para as ditas. Já na altura estigmatizei a espantosa situação de desperdício que aí se revelava.
24 novembro 2006
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