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28 fevereiro 2014

Um Tordo atordoado...

... a propósito do Editorial de hoje
no jornal "i", da autoria do seu director
Eduardo Oliveira e Silva
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Eduardo de Oliveira e Silva
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(...)
A história emocionou e abriu patéticos (e sobretudo patetas) noticiários de televisão até que um jornal (por sinal  o i) investigou e concluiu que não batia a bota com a perdigota.
É verdade que Tordo estava em situação difícil. É verdade também que o seu filho lhe dirigiu palavras ternas e sentidas. É verdade ainda que a sua reforma é uma miséria e que tudo veio parar aos media.
Mas também é verdade que Tordo exerceu sempre uma profissão liberal (a de artista), num quadro empresarial em que descontava certamente pelos valores mínimos, e nunca se queixou de tal facto enquanto ia tendo contratos e cachets que lhe permitiam viver com qualidade, alguns dos quais obtidos por ajustes directos, como noticiosamente se demonstrou.
Também é verdade que Tordo e a mulher criaram uma ONG para ajudar uma causa de grande nobreza (a igualdade de género), através da qual o cantor (por sinal do sexo masculino) foi contratado para fazer espectáculos, o que parece, no mínimo, levantar uma questão ética.
Arrasar o governo de Passos pela diminuição de receitas e pelo desinvestimento na cultura é admissível e certamente merecido. Mas há dois pontos inaceitáveis que Tordo não pode ignorar.
Em primeiro lugar a história da reforma. Cada um deve ter uma pensão em função de um balanço entre o que descontou e vai receber. Ao contrário do que se diz por aí, não há verdadeiramente desequilíbrio. Há dinheiro de sobra para pagar as reformas acordadas a quem contribuiu efectivamente. O que não há é para pagar a quem não contribuiu, o que não significa que esse indivíduo não seja merecedor de apoio do Estado, embora tenha de se assumir que essa regalia não resulta de uma convenção. Nessa circunstância, o diferencial ou a totalidade da pensão dos não contributivos deve ser paga pelo Orçamento do Estado. Partindo dessa lógica, se Tordo recebe duzentos euros, é porque descontou em função disso, pelo que está tudo certo. Se não chega e está em carência social, deve expor a situação à Segurança Social. O facto de ser empresário e de ter empregados não o impedia de acautelar a sua situação. Lamentavelmente, até houve inúmeros casos de empresários que só iniciaram descontos para beneficiarem dos melhores dez anos dos últimos 15, utilizando as vantagens de uma lei de que usufruem por chico-espertice.
Em segundo lugar, a história sinistra da ONG. Pior a emenda que o soneto. Afinal a nobre causa permitiu até um contrato de 10 mil euros para o artista, estando para se perceber para que mais serviu.
É triste. Tordo dificilmente se endireita desta história. Qualquer que seja o ângulo de análise, fica sempre mal. Insulta o governo gratuitamente quando há muitas razões substanciais para críticas. É apanhado exactamente pela falta de transparência de processos, o que é triste para uma figura de referência. Mas há um ponto para o qual o assunto pode servir. Descobrir o que está por trás das ONG. Afinal o que é isso? São causas ou negócios? O que se passa por detrás desse biombo onde se movimentam sombras de artistas, políticos, igrejas e movimentos de toda a espécie? Ora aí está uma boa matéria para ocupar a senhora procuradora-geral da República,  a quem compete defender o Estado.

Um apontamento...

...escrito em 2 de Junho de 1998.
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"O vaivém Discovery partiu ontem do Centro Espacial Kennedy (Florida,EUA) levando a bordo uma bandeira portuguesa e uma outra que reproduz a gravura do “Livro das Armadas” representando a frota de Vasco da Gama. As duas bandeiras serão expostas na Expo-98 após o regresso da nave."
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Não me lembro se a "promessa" foi cumprida...

27 fevereiro 2014

É apenas um excerto...

... da coluna de João Miguel Tavares,
que surge no "Público", com o título
"O mistério Relvas".
Foi publicado em 25 de Fevereiro.
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João Miguel Tavares
(...)
E foi assim, com o assunto morto e enterrado, que Pedro Passos Coelho, manifestamente cansado de boas notícias, decidiu recuperar o velho parceiro para o conselho nacional do partido. E com ele regressaram as perguntas. É porque são muito amigos? Mas se Relvas fosse mesmo muito amigo do primeiro-ministro saberia com certeza reconhecer que a sua presença ao seu lado o prejudica politicamente, e seria o primeiro a afastar-se, por amizade. É porque Passos Coelho precisa de Relvas para gerir o próximo ciclo eleitoral? Mas, para isso, não precisava de estar em primeiro lugar na lista do conselho nacional do PSDRelvas poderia perfeitamente fazer esse trabalho nos bastidores. É porque Passos Coelho, como sugeriu Marcelo Rebelo de Sousa, é muito teimoso? Mas teimosia é não deixar cair, não é ir buscar novamente depois de já ter caído. O casal Relvas-Coelho não casa, nunca casou e, no entanto, insiste em permanecer casado. O mistério adensa-se. E se os mistérios são óptimos em policiais, são péssimos em democracia. 

26 fevereiro 2014

Escrito na pedra...

in "Público"
24 Fev 2014
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"Se um homem marcha com um passo diferente dos seus companheiros é porque ouve outro tambor."
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Henry David Thoreau
1817 - 1862
escritor norte-americano.

25 fevereiro 2014

Ainda está a tempo...

... se estiver em Castelo Branco!...
É o António Salvado quem convida.
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Hoje, pelas 18h 30m, no Salão Nobre da Câmara Municipal
de Castelo Branco
realiza-se o lançamento do livro
"Ecos do Trajecto seguido de Passo a Passo"

Parabéns!... 25 de Fevereiro

A Ana Figueiredo faz anos hoje.
Um abraço, um ou dois beijinhos... e um dia bem passado!

DrªAna Cristina Pereira Figueiredo

24 fevereiro 2014

Eles foram meus alunos...

...em 1960/61. (Elas foram...)

A Elisabete Maurício, a Maria Aurélia Rodrigues, a Maria Carolina Matos Cunha e a Milu Gomes da Costa (Rendas).
A foto foi tirada numa Reunião de Antigos Alunos realizada
no Liceu Nacional de Setúbal, em 27 de Outubro de 1984.

23 fevereiro 2014

Escrito no vento...

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"Devo tanto que, se eu chamar alguém de 'meu bem'... o banco toma! "
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(autor desconhecido)

22 fevereiro 2014

Humor antigo...

in. "Mundo ri", nº 135
de Novembro de 1964
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- E se eu te jurar que ela caíu aqui por acaso?...

21 fevereiro 2014

Os meninos da D.Alda...

... perguntaram por ela ao fim de 20 anos.
Pensaram em reunir-se ao cabo de muitos anos e trataram de saber onde todos estariam agora... Parece terem tido sorte na procura da maioria. Sabem deste, sabem daquela, a maior parte deles está localizado. Em dada altura alguém lembrou: "E a nossa professora?!... A D.Alda. Onde estará ela agora?... Alguém sabe?..." E ninguém sabia...
Até que a Sónia Pires, toda desembaraçada, se lembrou do Google. E teve uma pista...
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A história começa aqui:
Há dois ou três dias recebi um e-mail de uma "ilustre desconhecida".
Era uma "menina", a avaliar pela fotografia que acompanhava aquele SOS... chamada Sónia Pires e que deve agora andar pela "casa dos trinta" que enviava aquela mensagem.
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"Olá muito boa tarde, 
consultei o seu Blogue, por fazer referência à minha querida professora da primária Alda Rapoula.
Por isso, estou a enviar-lhe este email a pedir-lhe ajuda. 
Com as novas tecnologias, eu e outros colegas e não nos víamos 20 anos estamos agora a reencontrarmos-nos e todos perguntamos pelo mesmo; "E a professora Alda?", "Alguém sabe dela?".
Já conseguimos a informação que mora perto de Alvalade, mas é pouco... será que nos pode ajudar?!
Com os melhores cumprimentos, 
Sónia Pires"
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Na 1ªfila - O Luis Pereira, o Bruno, o Marco Henrique, NN e NN.
Na 2ªfila - O Tiago Henrique, o Gonçalo Cruzinha, a Andreia, NN, a Patrícia Carapucinha, a Marta, a Vera e a Profª Alda
Na 3ªfila: o Bruno Salomão, o Rodrigo Lemos, o Paulo Ricardo, a Sónia Pires, o Helder, NN e NN.
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Naturalmente, tentei descobrir algum contacto e tive êxito nessa minha pesquisa... E logo o comuniquei à Sónia, num pequeno mail:

"Olá, Sónia
Já não estou com a vossa professora D.Alda Rapoula há muito tempo… Não sei o que é feito dela.
A única ajuda que vos posso dar reside no nº do telefone do marido,  o Cor. Joaquim Rapoula, que vim encontrar aqui na memória do meu PC.
Espero que ainda seja o mesmo…
         T – AA BBB XPTO
jjmatos (João de Castelo Branco)
NB – Posso utilizar a fotografia que me enviou em anexo para fazer um “apontamento” no meu blogue?  E dava-lhe muito trabalho se me dissesse os nomes desses “miúdos” todos que aparecem na fotografia, para ser completa a surpresa da minha amiga Alda?
Era uma bela partida que lhe faríamos…"
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E a Sónia voltou a comunicar um pouco mais tarde...

"Olá Sr. João, 
agradeço desde já a sua rápida resposta.  
Tenho-o a informar que o telefone continua a ser o mesmo. Graças a si, e ao seu blogue encontrámos a nossa amada professora. Acabei de falar com ela. Soube que não está tão bem de saúde como queria que estivesse; mas finalmente tive notícias dela. 
Obrigada!!!
Quanto à foto pode publicar à vontade, já os nomes não prometo que me lembre de todos ;) 
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Bruno Salomão, Rodrigo Lemos, Paulo Ricardo, Sónia Pires, Hélder, x, x, 
Tiago Henrique, Gonçalo Cruzinha, Andreia, x, Patrícia Carapucinha, Marta, Vera, Prof. Alda,  Luís Pereira, Bruno, Marco Henrique, x, x
(entenda-se por (X) os nomes que não me lembro, e que ainda não encontrámos)
Mais uma vez, agradeço em nome de todos pela sua ajuda.
Sónia Pires
p.s.:  reparei na correcção do há, a culpa não foi da professora, ela ensinou-me bem!!! ;)
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Achei uma delícia este p.s que a Sónia acrescentou...
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E para este "grupinho de miúdos"... de há vinte anos vão os desejos de que corra bem o encontro que suponho os irá reunir dentro em breve. 

20 fevereiro 2014

São quadras, meu bem... são quadras!...

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Ingénuo, tem conta de ti!
No mundo há muitos enganos
(Eu o sei, porque os sofri);
Os bons padecem mil danos
Julgando os outros por si.
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Bocage
(não é bem uma quadra... mas fica bem aqui. É mais uma graça do poeta...

19 fevereiro 2014

"Um pedido de casamento"...

...de Anton Tchekhov.
Foi em 25 de Maio de 1962!... Foi um êxito cultural na nossa cidade.
Os finalistas do Liceu Nacional de Setúbal levaram à cena, no Cine Teatro Luisa Todi, uma peça de Tchekhov, devidamente ensaiados pela professora Dr.ª Ausenda de Carvalho Caetano Paulino Pereira.
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A Clara Correia acaba de entregar um ramo de flores à paciente ensaiadora DrªAusenda Pereira, enquanto o António Manuel Fráguas e o Custódio Santana agradeciam os imensos e demorados aplausos que uma plateia inteira lhes oferecia.
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Personagens:
Stepan Stepanovitch Tchubukov – proprietário rico
             (papel desempenhado pelo António Manuel do Nascimento Fráguas)
Ivan Vassilyevitch Lomov – vizinho de Tchubukov, proprietário rico, bem nutrido, hipocondríaco.
             (papel desempenhado pelo Custódio Janeiro Santana)
Natalya Stepanova – Filha de Tchubukov, vinte e cinco anos de idade.
             (papel desempenhado pela Maria Clara Dias Costa Correia)
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Trata-se de uma peça esplêndida, cheia de humor que vale a pena reler de novo...
Deixo aqui transcritos, os primeiros momentos deste precioso apontamento teatral: 

Sala de estar em casa de Tchubukov – Tchubukov e Lomov. O último entra, envergando trajo de cerimónia e luvas brancas.
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Ivan Vassilyevitch Lomov e Stepan Stepanivitch Tchubukov

(…)Tchubukov – (indo ao encontro de Lomov): -- Meu caro! Quem vejo eu? Ivan Vassilyevitch! Encantado! Que agradável surpresa, meu velho! Como passou?
         Lomov – Bem, obrigado. E o senhor?
Tchubukov – Vamos andando, graças às suas preces, meu amigo, e a tudo o mais. Faça favor de se sentar. Bem sabe que não se deve esquecer os vizinhos, meu caro. Mas para quê toda esta cerimónia? Fraque, luvas… e tudo o mais. Vai fazer alguma visita?
Lomov – Não, vim apenas vê-lo, respeitável Stepan Stepanovitch.
Tchubukov – Então para que foi preciso enfiar esse fraque? Como se fosse fazer visitas em dia de Ano Novo!
Lomov – O senhor bem vê, as coisas são como são. (agarra-lhe o braço). Venho, respeitável Stepan Stepanovitch, importuná-lo com um pedido. Já tive a honra de lhe pedir auxílio, mais de uma vez, e o senhor nunca deixou de… como direi? Desculpe-me, estou perturbado. Se me dá licença, vou beber um copo de água, respeitável  Stepan Stepanovitch (bebe água).
Tchubukov – (à parte): Vem pedir dinheiro. Não lhe empresto nem um  copeck. (para Lomov): Então de que se trata, minha jóia?
Lomov – O senhor bem vê, respeitável Stepan Stepanovitch… peço-lhe que me desculpe. Estou terrivelmente agitado, como pode ver. Em suma, ninguém me pode ajudar senão o senhor, embora, valha a verdade, eu não tenha feito nada que mereça essa ajuda… e… não tenha o direito de contar com o seu auxílio.
Tchubukov – Não esteja com rodeios! Vamos ao que importa! Então?
Lomov – Imediatamente, num momento. O facto é que eu venho pedir a mão de sua filha, Natalya Stepanovna.
Tchubukov – (alegremente): O senhor, meu caríssimo amigo! Ivan Vassilyevitch, repita o que disse. Parece-me que não ouvi bem…
Lomov – Tenho a honra de…
Stepan Stepanovitch (interrompendo-o): Meu caro, estou encantado, simplesmente encantado. (abraça-o e beija-o). Foi sempre o meu maior desejo. (verte uma lágrima). Sempre o estimei, meu anjo, como se fosse meu filho. Deus dê a ambos amor e bons conselhos, e tudo o mais. Sempre desejei isto. E porque estou eu aqui especado como um poste? Estou doido de alegria, completamente doido. Oh! Do íntimo do coração! Vou chamar Natacha.
Lomov – (comovido): Respeitável Stepan Stepanovitch, qual é a sua opinoão? Acha que posso ter esperança dela me aceitar?
Tchubukov – Um homem perfeito como o senhor e não o há-de aceitar. Tenho a certeza que vai ficar perdidinha de amores pelo senhor. Um momento (sai).
Lomov – Tenho frio, todo eu tremo como se estivesse num interrogatório. O principal é a gente decidir-se. (senta-se). Se pensamos muito no assunto, se hesitamos se o discutimos, se esperamos pelo nosso ideal ou pelo verdadeiro amor, nunca chegamos a casar. Brr! Tenho frio! Natalya Stepanovna é uma excelente dona de casa, tem boa figura, é instruída, que mais quero eu? Mas lá estou a sentir os ruídos na cabeça. Estou tão nervoso! (bebe um golo de água). E tenho de casar. Em primeiro lugar tenho trinta e cinco anos – Uma idade crítica. E, além disso, necessito de uma vida regular, muito bem ordenada… Sofro do coração, a cada passo tenho palpitações. Sou violento e irrito-me com toda a facilidade. Agora, por exemplo, os lábios tremem-me e a pálpebra esquerda pestaneja… Mas o que me causa maior mal estar é o sono.. Quando me deito, e estou quase a pregar olho, sinto uma pontada atroz na ilharga esquerda e punhaladas no ombro e na cabeça. Salto da cama como doido. Dou uma volta pelo quarto e depois deito-me outra vez.. Mas mal me deito ao comprido, lá volta outra vez a pontada atroz na ilharga. E acontece a mesma coisa mais de vinte vezes.
(entra Natalya).
Natalya – Ah! É o senhor! E o meu pai que me disse que tinha chegado um comprador para os géneros. Como passou, Ivan Vassilyevitch?
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No final apoteótico, o Fráguas Tchubukov, a Clara Natalya e o Custódio Lomov agradecem os muitos e mercidos aplausos que a plateia inteira, de pé, lhes ofereceu e que ouviram durante mais de três minutos (!!! Bravo!!!)...
      
O êxito desta representação de Anton Tchechov deve-se em boa parte à ensaiadora DrªAusenda Paulino Pereira, também ela imensamente felicitada pelo êxito dos seus alunos.

Dr.ª Ausenda de Carvalho Caetano Paulino Pereira

NB - Esta peça de Tchekhov foi à cena, em Setúbal, no Cine Teatro Luisa Todi, na noite de 25 de Maio de 1962, pelos Finalistas do Liceu Nacional de Setúbal, sob a orientação da Dr.ª Ausenda de Carvalho Caetano (Paulino Pereira).
No Teatro Experimental do Porto, as peças teatrais "A gota de mel", "Nau Catrineta" e "Um pedido de casamento" constituiram o tríptico estreado em 18 de Junho de 1953, no Teatro Sá da Bandeira, com um sucesso que levou a que o espectáculo fosse levando em digressão.
As origens do CCT/TEP remontam a uma noite de Novembro de 1950 em que, por convocatória oral de Manuel Breda Simões, um grupo de cidadãos interessados na teoria e prática teatral reúne-se nas instalações do Instituto Francês, no Porto
A companhia estreou o seu primeiro espectáculo em 1953, sob a direcção de António Pedro que permanece à frente do Teatro Experimental do Porto (TEP), de 1953 a 1961, transformando-o numa experiência sem precedentes no teatro português.
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Na época de 1957-58, António Pedro e o TEP levaram à cena, no Teatro Sá da Bandeira, a peça de Bernardo Santareno  "A Promessa". Não consegui bilhete no dia da estreia, pois a lotação esgotou rapidamente, mas obtive o meu ingresso para o segundo dia da récita... E foi a minha sorte! Já não houve terceiro dia. A Pide já não deixou...  

18 fevereiro 2014

Escrito no vento...

"Saber quando se deve esperar  é o grande segredo do sucesso."
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Xavier Maistre

17 fevereiro 2014

Eles foram meus alunos...

...em 1983/84, no Liceu Nacional de Setúbal.

 António Silva Rosa, Maria do Carmo Rosa e Ana Cristina Pita,
em 15 de Junho de 1984, no jantar de fim de ano da Turma C, do 10ºAno

16 fevereiro 2014

"Receios de Mudança...

...no Objecto Amado" é o título do soneto
de Bocage que hoje aqui deixo.

Manuel Maria Barbosa du Bocage

Receios de Mudança no Objecto Amado
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Temo que a minha ausência e desventura
Vão na tua alma, docemente acesa,
Apoucando os excessos da firmeza,
Rebatendo os assaltos da ternura.

Temo que a tua singular candura
Leve o Tempo fugaz nas asas presa,
Que é quase sempre o vício da beleza
Génio mudável, condição perjura.

Temo, e se o fado mau, fado inimigo
Confirmar impiamente este receio
'spectro perseguidor, que anda comigo,

Com rosto, alguma vez de mágoa cheio,
Recorda-te de mim, dize contigo:
"Era fiel, amava-me e deixei-o"
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Bocage

15 fevereiro 2014

Humor antigo...

in. "Mundo ri", nº 134
em Setembro de 1994
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Executor testamentário...

14 fevereiro 2014

As capas do "Mundo ri"...

O "Mundo ri", nº 135
de Novembro de 1964

100 legenda

13 fevereiro 2014

Actas da Câmara Municipal de Setúbal...

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Sessão de 25 de Março de 1970
realizou-se a reunião ordinária semanal, sob a presidência do Excelentíssimo Doutor Manuel José Constantino de Goes, estando presentes os vereadores Senhores Manuel Pacheco Calanane Wengorovius, José Maria da Silva Belo e Carlos José Pinto.
Não compareceram os vereadores Senhores Doutor José Caldeira Areias, Afonso Henriques Rocha e Fernando Batalha Pedrosa e cujas faltas foram julgadas justificadas.
Assistiu à reunião o Chefe da Secretaria António Maria de Rhodes Sérgio Callapez.
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O átrio da Cãmara Municipal
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Fonte Luminosa – Grupo Escultórico
O Senhor Presidente comunicou que se deslocou a Sintra com o Senhor Vereador Manuel Pacheco Calanane Wengorovius, tendo verificado que  os modelos em gesso estão executados e que as estátuas e os outros elementos decorativos deverão estar concluídos em Agosto.
A Câmara deliberou por unanimidade e, da harmonia com o contrato, efectuar o pagamento da segunda prestação.
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Comissão de Festas da Cidade
Disse o Senhor Presidente que, como é normal, se tornava necessário nomear a Comissão de Festas da Cidade.
Depois de elogiosas referências à Comissão cessante, propôs que a nova Comissão ficasse assim constituída:
Presidente – Engenheiro António Barroso
Vice-Presidente – Engenheiro João Rodrigues Aleixo.
Tesoureiro – João Augusto Oliveira
Vogais:
António Manuel Maldonado Gonelha
José Eduardo Martins
João Marcelino de Sousa Fidalgo
Alberto da Silva Santos
Rogério Migens Gonçalves
Manuel Martins Caro Marquilhas
Adão Rodrigues
Artur Fernando Pereira
Secretário-geral – José Fernandes Alves Cândido.
A Comissão terá a seu cargo a realização da Feira de Sant’Iago e de todas as festas que se julgue de interesse promover com o acordo da Câmara, para o que lhe serão concedidos os subsídios indispensáveis para a sua realização.
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12 fevereiro 2014

Escrito no vento...

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"O mais nobre dos cachorros é o cachorro quente: alimenta a mão que o morde."
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(autor desconhecido)

11 fevereiro 2014

Setubalense - 1967 - Fevereiro

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02 Fevereiro
Óbito
Morre em Setúbal o Sr. José Veríssimo Abrantes, natural de Évora, com 75 anos
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08 Fevereiro
Uma comissão administrativa no Ateneu Setubalense
Em presença de dificuldades apresentadas para a constituição de nova lista, foi deliberada a nomeação de uma Comissão Administrativa constituída pelos seguintes elementos:
Dr.ª Odete Santos, Maria Clementina da Silva Pereira, Alberto da Silva Santos, Joaquim Elias e Rudolfo dos Santos.
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11 Fevereiro
Começa a funcionar na 2ªfeira (13.02.67) a Escola Berlitz.
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11 Fevereiro
Eleição dos Corpos Gerente da Santa Casa da Misericórdia
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Assembleia-Geral:
Presidente - Dr. Luis Teixeira de Macedo e Castro
Secretário – Eng. Henrique Costa Neves
Secretário – António Luis Esteves
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Mesa Administrativa:
Provedor: Eng. Agr. Artur Parreira da Gama
Secretário – Dr. Joaquim Pereira da Silva Advirta
Tesoureiro – Rafael Croner Torres
Mesários:
Eng. Eduardo Alfredo Silva Pinto
Fernando Batalha Lopes Pedrosa
Eng. Rodrigo de Sousa Félix

Substitutos:
Dr. Manuel Gonçalves Martins
Arnaldo Teixeira
Dr. Carlos Fuzeta da Ponte
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11 Fevereiro
Eleição dos Corpos Gerentes da Sociedade Histórica da Independência de Portugal
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Assembleia-Geral:
Presidente - Dr. José Lopes da Silva
Secretário – Humberto Américo Ferreira da Cunha
Secretário – António Henriques de Oliveira
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Direcção
 Presidente – Cor. Augusto de Carvalho
Secretário – Tem. César Paz Segurado
Tesoureiro – Tem. Manuel Simões Rosa
Vogal – Dr. José Caldeira Areias
Suplente – Dr. Luis Manuel Cabral Adão
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Conselho Fiscal
Presidente – Eng. Humberto Santana Ferreira da Cunha
Secretário – Dr. Raul Assis de Carvalho
Relator – Leonardo Neto Pereira
Suplente – José Manuel da Costa Teixeira
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18 Fevereiro
Novo Chefe de Secretaria do Tribunal Judicial de Setúbal
O Sr. José Valentim Madeira que durante 16 anos exerceu o lugar de escriturário da 1ªSecção do 2ºJuizo daquele Tribunal, foi empossado no cargo de Chefe da Secretaria do Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal.
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18 Fevereiro
O major Carrilho do Rosário foi o candidato mais votado para a presidência da Direcção da Associação de Futebol de Setúbal.
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25 Fevereiro
Assistente do Laboratório do Dispensário de Higiene Social de Setúbal
Foi aprovado o contrato que nomeia o Sr. Virgílio Manuel Rito Guerreiro, como Assistente de Laboratório do Dispensário de Higiene Social de Setúbal.

10 fevereiro 2014

Recordações...

... em 25 de Dezembro de 1992
Natal em Santarém.
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A Gi e a Madalena

09 fevereiro 2014

Uma "Carta aberta...

...à família de Salgueiro Maia"
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da autoria de
Santana-Maia Leonardo
hoje, no "Espaço Público" do Público.
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Capitão Salgueiro Maia

"Salgueiro Maia é não só a grande referência ética e moral do 25 de Abril como representa, para todos os portugueses, sem excepção, a pureza dos ideais de Abril. Um Portugal livre, sem colonizadores, nem colonizados, sem portugueses de primeira e de segunda, onde a solidariedade não é uma palavra vã e a coesão territorial é um desígnio nacional.
É certo que a ditadura caiu e o império se desfez, mas ainda falta cumprir-se o 25 de Abril. Com efeito, Lisboa deixou de ser a Capital do Império da República Portuguesa para se transformar na voraz Cidade-Estado da República de Lisboa que, tal como Cronos, devora hoje os filhos do seu próprio povo e deste pobre País.
Foi, por isso, com profunda indignação e extrema revolta que ouvi o apelo do vate da República para que o Parlamento aprovasse a trasladação dos restos mortais do alentejano Salgueiro Maia para o Panteão de Lisboa. E Manuel Alegre, senador da República de Lisboa, não precisava sequer de pensar muito para perceber a afronta que significa para um alentejano a simples sugestão de ser enterrado em Lisboa. Em todo o caso, vou recordar-lhe.
Durante os últimos quarenta anos, o poder político sediado na capital, traindo os ideais de Abril, transformou Lisboa num enorme eucalipto que vai desertificando, ano após ano, de forma persistente, constante e desumana, todo o território nacional. Neste momento, de Portugal só já sobeja uma estreita faixa litoral delimitada a sul pelo Tejo, a norte pelo Douro e a leste pela A1. Para lá desta faixa litoral fica o deserto, como o ministro Mário Lino, com aquele seu tom de desprezo, tão bem soube catalogar.
E os alentejanos são hoje os homens do deserto. E é no deserto de Castelo de Vide, no chão sagrado do Alentejo, que está sepultado o alentejano Salgueiro Maia (ainda que considere que os autarcas do Alto Alentejo já deviam ter diligenciado para que os seus restos mortais fossem traslados para a Igreja Matriz, para o castelo ou para outro lugar relevante no centro da vila).
Como eu já escrevi, "o Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano."
E Salgueiro Maia era alentejano por nascimento e temperamento. A coragem, a serenidade e o desprendimento são características típicas do alentejano.
Acresce que propor a trasladação dos restos mortais do alentejano Salgueiro Maia para o Panteão de Lisboa no preciso momento em que o Governo anuncia o encerramento do Tribunal Judicial de Castelo de Vide só pode ser entendido como um insulto à sua memória, a todos os alentejanos e ao Alentejo. Aliás, neste momento, não há um único alentejano que conseguisse descansar em paz enterrado no chão da Cidade-Estado. Leva-nos os vivos e, com eles, as escolas, os hospitais e os tribunais e, não contente com isto, quer agora também levar-nos os mortos? Antes ser enterrado no Inferno.
Eu compreendo que os políticos da República de Lisboa gostassem de ter o Capitão de Abril ali à mão de semear para, de vez em quando e por rotina, lá irem colocar uma coroa de flores e dizer umas palavras de circunstância. Mas têm de ter paciência como os alentejanos. Se querem depositar coroas de flores no túmulo de Salgueiro Maia, têm de vir a Castelo de Vide, sempre têm a oportunidade de apreciar na viagem o deserto em que transformaram o interior deste País.
Como alentejano, peço, do mais fundo da minha alma, aos familiares de Salgueiro Maia, símbolo vivo do Alentejo e do carácter dos alentejanos, que, no dia em que for aprovada a sua trasladação para o Panteão de Lisboa, saibam responder aos senhores da Cidade-Estado como responderia Salgueiro Maia. E até podem, se quiserem, responder à proposta do vate da República de Lisboa com o conhecido refrão de um poema de um jovem poeta coimbrão: "Há sempre alguém que resiste! Há sempre alguém que diz não!"  (gostei desta...Dr. Santana-Maia)
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NB - Desta vez Santana-Maia Leonardo não é o advogado de Abrantes, não é o natural de Ponte de Sor, não passou a meninice em Setúbal...

Santana-Maia Leonardo
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... desta vez é apenas um 
Advogado alentejano
defendendo uma causa justa