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31 outubro 2013

Setubalense - 1966 - Novembro

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02 Novembro
Os preços do arroz vão aumentar.
Tipo Agulha – preço livre
Carolino – 9.00
Gigante – 7.90
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02 Novembro
No dia de Finados
O Sr. Vigário episcopal celebrou a Missa de Finados, na Capela de Cemitério.
Assistiu o presidente do Município, Dr. Manuel José Constantino de Goes, acompanhado de sua esposa D. Maria Inês Goes, o vereador Carlos Pinto e muitos fiéis.
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02 Novembro
Casamento
No dia 30 de Outubro, na Igreja dos Anjos, em Lisboa, realizou-se o enlace matrimonial da Sr.ª D. Natividade Maria dos Santos Ângelo (…) com o Sr. Orlando Diniz Salgado Valdez.
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02 Novembro
Pedido de casamento
A Sr.ª D. Maria Clara Segurado Lopes da Silva, estudante de Letras, foi pedida em casamento.
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05 Novembro
Dr. Francisco Beija
Assumiu o cargo de Governador Civil do Distrito de Setúbal, Sua Excelência o Sr. Engº Francisco Pereira Beija.
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07 Novembro
Notícias pessoais
Vitor Bastos foi nomeado para um importante cargo, na Firestone Portuguesa.
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07 Novembro
Era Comandante Militar de Setúbal, o Sr. Coronel Viriato de Oliveira.
Era Comandante do RI 11, o Sr. Coronel Pereira de Santana.
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07 Novembro
Associação de Andebol de Setúbal
Raul Gamito, um homem do andebol, foi indigitado para a presidência da Associação.
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07 Novembro
Vitória FC
Luís Filipe Gomes foi encarregado de estudar a reorganização do atletismo vitoriano.
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09 Novembro
A “Colsado” vai abrir o seu estabelecimento nº2, na rua Augusto da Costa, ao Bairro de Nossa Senhora da Conceição.
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09 Novembro
Tribunais
José Molarinho Mendes é o Juiz de Direito do 2ºJuizo.
Fernando Heitor Barros de Sequeira é o Juiz de Direito da 1ªSecção – 1ºJuizo
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12 Novembro
Vai reabrir ao trânsito a Avenida Dr.Miguel Bastos, com o piso todo asfaltado.
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16 Novembro
Tomou posse, no dia 10, do cargo d Director de Urbanização do Distrito de Setúbal, o Sr.Eng.Rui Alberto Cardoso Barbosa de Matos.
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16 Novembro
No lote 62, da Praça do Brasil, funciona uma pista de mini autos que está “aberta das 9h à meia-noite, para as idades dos 6 aos 12 anos (acompanhados pelos pais ou tutores) e dos 12 aos 16, identificados.”
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19 Novembro
Padre António Cardoso
Em Janeiro de Cima (Beira Baixa) faleceu o Reverendo Padre António Maria Brito Cardoso, de 87 anos, natural daquela freguesia, que durante muitos anos paroquiou a Capela do Carmo, na nossa Cidade.
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26 Novembro
Foi exonerado a seu pedido, o Sr. Dr. José Aníbal da Silva Freitas que exercia as funções de Chefe da Secretaria da Câmara Municipal de Setúbal.
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26 Novembro
Sociedade União Setubalense
Assembleia-Geral
Presidente: José Augusto Santana da Silva
Direcção
Presidente: Eugénio Moreira Rodrigues
Conselho Fiscal
Presidente: José Andrade.
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28 Novembro
Inauguração
Foi inaugurado um Posto de Assistência Técnica para veículos automóveis, pela Firma Martins e Nascimento, Ldª, na rua General Daniel de Sousa (prolongamento)
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30 Novembro
Falecimento
Na sua residência, na Av. Dr. Manuel de Arriaga, 8 – 2º, faleceu anteontem o Sr. Mário Augusto Santana Rica, de 67 anos, sócio gerente das firmas Ilídio Paninho, Ldª e Sociedade Outão, Ldª, natural de Setúbal e que foi durante anos proprietário da Garagem S. Cristóvão.
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30 Novembro

O Dr. Vasco Dias Pereira é síndico no leilão judicial, em Setúbal.

30 outubro 2013

Humor antigo...

in. "Mundo ri", nº 103
de Novembro/1960
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-- Senhora: eu adoro a "Sonata ao luar" de Beethoven.
Por isso lhe peço um favor: não a toque...

29 outubro 2013

Escrito no vento...

Há gente pobre que, não tendo mãos para fazer obra sua, têm língua para diminuir as alheias.
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Nunes Leão

28 outubro 2013

São quadras, meu bem... são quadras!...

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A caixa que não tem tampa
Fica sempre destapada
Dá-me um sorriso dos teus
De ti não quero mais nada…

27 outubro 2013

...e mais jovem que nós era a poesia.

Num poema que Eugénio de Andrade dedicou a Eduardo Lourenço.
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Eugénio de Andrade
Retrato de Luís Durdil 1941
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Ao Eduardo Lourenço
Na flor da sua idade
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Era bonita mas tão provinciana
a cidade. Dos seus muros pasmados
a luz fina caía perigosa
nas areias do rio. Mas o resto
era vulgaridade e sonolência.
Só as árvores não eram vulgares:
de tão formosas, tornavam o céu
de cristal, como se o verão fora
imortal entre plátanos e choupos.
Ali nos encontrámos certo dia,
éramos jovens e mais jovem que nós
era a poesia que nos acompanhava.
Hölderlin. Keats, Pessanha e o Pessoa
eram então – e não o serão ainda? –
os nossos amigos. O mais, gente ideias
costumes, tudo tinha o mesmo cheiro
de caserna aliada a sacristia.
Dessa cidade em nós nada ficou.
De nós, que ficará nessa cidade?
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21.10.83
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in. "Homenagens e outros epitáfios"
Antologia Breve

26 outubro 2013

Fotografias de Setúbal...

...uma foto obtida em 6 de Outubro.
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Zona ocidental da Cidade, desde a Doca dos Pescadores até ao Clube Navaljunto ao rio, e com as Torres do Viso e a  Serra de S.Luís, lá mais ao fundo.

25 outubro 2013

Será o começo?...

Aqui deixo esta notícia, para a termos em conta... com muita esperança e muita fé!...
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Juiz Conselheiro Henriques Gaspar
presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), 

"O Supremo Tribunal de Justiça deu razão a uma empresa de Barcelos no caso de um contrato swap que celebrou com o BBVA.
Considerou que tinha havido alteração relevante das circunstâncias, o que dava argumento para que o acordo fosse declarado nulo.
Com esta decisão, a entidade presidida por Henriques Gaspar pode conferir novo alento para que outros lesados avancem com processos.
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NB - A notícia é veiculada pela coluna "Sobe e desce" na última página do Público de hoje (25.10.2013).
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É uma boa notícia... e se idênticos casos tiverem "pernas para andar"... convinha "averiguar" se, na assinatura dos contratos, teria havido "beneficiários" antecipados. E tratá-los depois com "paternais cuidados"...
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Henriques Gaspar é o juiz conselheiro, actual presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), 

…não foi de um “livro”!

A “Opinião” de Vasco Pulido Valente
no “Público”, de hoje, 25.10.2013, com o título:
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Quem quererá, agora, falar com ele?
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Vasco Pulido Valente
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Para José Sócrates a classificação de quem o contraria é simples. O PSD é um conjunto de “pulhas” e de “filhos da mãe” (calculo que a expressão foi, por assim dizer, mais vernácula) e em geral “a Direita é hipócrita”. Santana é um “bandalho”, Teixeira dos Santos teve “uma atitude horrível connosco”, ou seja, com ele. Schauble, o ministro da Finanças da Alemanha, é um “estupor”. E por aí fora. De resto, ele, Sócrates, quando falhou (e, na opinião dele, não falhou) não teve nunca a mais vaga responsabilidade ou culpa: a verdade está em que grupos de “pistoleiros”, incluindo a Casa Civil do Presidente da República, tentaram sempre impedir que ele governasse e espalharam infames calúnias para “atacar” o seu impoluto “carácter”. Apesar de primeiro-ministro, não passou de vítima.
Vale a pena repetir o que toda a gente já sabe? Vale, porque este “chefe” (como ele mesmo se descreve) e este acrisolado democrata (como ele se declara) saiu do assento etéreo onde subira, com um saco de ressentimento e ódio, que excede, e excede por muito, o de qualquer político desde que existe um regime representativo em Portugal. Ninguém, por exemplo, disse como ele que não queria voltar a “depender do favor do povo”, a quem atribui uma larga parte das suas desventuras. Dar uma réstia de poder a semelhante criatura (visto que Deus não parece preparado para o ungir) seria inaugurar uma campanha de represálias contra Portugal em peso: contra a aristocracia do PS (que ele se gaba de ter “vencido”), contra a Direita, contra o velho Cavaco, hoje apático e diminuído, e principalmente contra o povo, que não votou nele em 2009.

Ora Sócrates, protestando o seu desinteresse pela vida pública e as suas novas tendências para a filosofia, com a convicção de um adolescente analfabeto, só pensa em abrir caminho para um memorável ajuste de contas. Uma entrevista justificatória na RTP, um programa de “opinião” também na RTP e, agora, o lançamento de um “livro”, para inaugurar um estatuto de “intelectual”, a que nem sequer faltou Mário Soares, Lula da Silva e uma assistência de “notáveis”, seleccionados por convite. O supracitado “livro”, absolutamente desnecessário, é de facto uma prova escolar (uma “tese” de mestrado), sem uma ideia original ou sombra de perspicácia, que assenta na larga citação e paráfrase de – vá lá, sejamos generosos30 livros, que se usam pelo Ocidente inteiro, e em algumas fantasias francesas (Sciences Po oblige). O extraordinário não é que Sócrates se leve a sério, o extraordinário é que o levem a sério. 
Mas claro que o “lançamento” não foi de um “livro”.

As capas do "Mundo ri"...

O "Mundo ri" nº 118
de Junho de 1962

tem na capa um desenho de Vilhena.
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- Já começo a ficar chateado... Se tornas a tirar a cabeça dou-te duas bofetadas.

24 outubro 2013

Corre na net...

Uma fábula curtinha mas... actualíssima!!

Era uma vez um rei que queria pescar.
Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do tempo para as próximas horas.
Este lhe assegurou que não iria chover. 
A noiva do monarca vivia perto de onde ele iria e colocou sua roupa mais elegante para acompanhá-lo.
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No caminho, ele encontrou um camponês montando seu burro que viu o rei e disse: "Majestade, é melhor o senhor regressar ao palácio porque vai chover muito".
O rei ficou pensativo e respondeu:
"Eu tenho um meteorologista, muito bem pago, que me disse o contrário. Vou seguir em frente".
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E assim fez. Choveu torrencialmente.
O rei ficou encharcado e a noiva riu-se dele ao vê-lo naquele estado.
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Furioso, o rei voltou para o palácio e despediu o meteorologista.
Em seguida, convocou o camponês e ofereceu-lhe emprego.
O camponês disse: "Senhor, eu não entendo nada disso. 
Mas, se as orelhas do meu burro ficam caídas, significa que vai chover"
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Então, o rei contratou o burro.
E assim começou o costume de contratar burros para trabalhar junto ao Poder...

Desde então, eis a razão de burros ocuparem as posições mais bem pagas em qualquer governo.
 

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Eh...Eh...Eh...

23 outubro 2013

Escrito na pedra...

in."Público"
Ter. 22 Out 2013
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"É na nossa poesia que se encontra isso que os políticos tão afanosamente buscam: a nossa identidade."
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Eugénio de Andrade
1923 - 2005
poeta português



22 outubro 2013

Fotografias de Setúbal...

A Ponta do Adoche, o rio Sado...
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...com a Serra da Arrábida por fundo.

21 outubro 2013

Parabéns!... 21 de Outubro

A Luísa Abreu faz anos hoje.
Parabéns!... e um saco cheio de prendas.
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Maria Luísa Duarte Gomes Abreu

Morreu António Mourão…

… o homem que cantou “Ó tempo volta p’ra trás”
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António Mourão
numa foto antiga, talvez de 1970.
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O fadista António Mourão foi ontem a enterrar. Faleceu ontem na Casa do Artista, em Lisboa. Era natural do Montijo e tinha 78 anos.
Estreou-se como profissional em 1964 e ficou conhecido, um ano depois, quando interpretou a canção “Ó tempo volta para trás”, da autoria de Manuel Paião, na letra, e de Eduardo Damas, na música.
Esta canção constituiu um grande êxito na música ligeira.
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Que descanse em paz.
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NB - Após a Revolução de Abril, já durante os tempos do PREC e dos “delírios” que se lhe seguiram, António Mourão foi “votado ao ostracismo”… A partir de certa altura os “donos do prec e seus sucessores” fizeram pressão para que a “canção a que ficou ligado” fosse banida da RTP e das Emissoras de Rádio de então… A cada passo se ouvia nas ruas, cantada em surdina, a canção “Ó tempo volta para trás!!...
Embora, inicialmente, nada tivesse a ver com a política, esta canção tornou-se um símbolo para todos os “descontentes”… E os “mandantes”, de então, que a cada passo reclamavam a liberdade, resolveram o mal pela raiz, isto é, a canção deixou de ser ouvida nos emissores de rádio e televisão.
E viva a liberdade…
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"Ó tempo volta para trás
Dá-me tudo o que eu perdi
Tem pena e dá-me a vida
A vida que eu já vivi."

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Começava assim a letra do "mestre" Eduardo Paião... 

20 outubro 2013

O descontentamento e as pontes…

…num breve “apontamento” respigado do editorial do Público, de hoje.
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(…)

No entanto, apesar do esforço do PCP, o que as autárquicas mostraram é que a insatisfação social continua a aumentar, mas reflectiu-se sobretudo na abstenção e nos votos nulos ou brancos. Ou seja, o descontentamento não está a encontrar um escape dentro do sistema político, o que é potencialmente muito perigoso. E porque é que as manifestações da CGTP não conseguem captar mais descontentes? Porque a central sindical está prisioneira de uma agenda partidária, sem a qual perderia a sua base de apoio, mas que ao mesmo tempo a impede de crescer. Essa quadratura do círculo Arménio Carlos não a resolverá radicalizando a mensagem. A manifestação da ponte, nesse sentido, foi uma miragem. O descontentamento, tal como as pontes, não é só dos apoiantes da CGTP. Essa é a lição que Arménio Carlos e a Intersindical terão de retirar deste episódio.
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NB - Continuam a ser anónimos os Editoriais do Público!!... 
       Há já muito tempo que resolveram não dar a cara? Terão medo de quem?!!!...

Actas da Câmara...

Sessão de 21 de Janeiro de 1970
…realizou-se a reunião ordinária semanal, sob a presidência do Excelentíssimo Doutor Manuel José Constantino de Goes, estando presentes, além do Senhor Vice-Presidente, Engenheiro António Barroso, os vereadores Manuel Pacheco Calanane Wengorovius, José Maria da Silva Belo, Carlos José Pinto e Fernando Batalha Pedrosa.
Não compareceram os vereadores Senhores Doutor José Caldeira Areias e Afonso Henriques Rocha, cuja falta foi julgada justificada.
Assistiu à reunião o Chefe da Secretaria António Maria de Rhodes Sérgio Callapez, tendo também comparecido também o Senhor Arquitecto Nascimento e Oliveira.
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O átrio da Câmara Municipal

(...)
Outros Assuntos:
Informou o Senhor Presidente que ontem, em representação do Corpo Administrativo, se incorporara no funeral do Senhor Doutor Luis Teixeira de Macedo e Castro que, depois de ter desempenhado, durante longos anos as funções de Chefe de Secretaria desta Câmara Municipal, foi seu Presidente e exerceu em Setúbal, onde era figura de destaque, outros elevados cargos.
Dados os serviços prestados, o elevado prestígio que nela justamente gozava, o Senhor Doutor Macedo e Castro, prestava o Senhor Presidente as homenagens devidas à sua memória e propunha que fosse exarado em acta um voto de profundo pesar pelo seu falecimento.


19 outubro 2013

São quadras, meu bem... são quadras!...

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Entreguei-te o coração,
E que tratos tu lhe deste!
É talvez por estar estragado
Qu' inda não mo devolveste ... 

18 outubro 2013

Sempre "aquilino"...

... e hoje com alguma razão.
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Na coluna de “Opinião”, de Vasco Pulido Valente, no “Público” de hoje, 18/Out. surge hoje um texto a que autor deu o título: 
"Os clássicos da Sá da Costa"
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Vasco Pulido Valente

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Há os que dizem sim e há os que dizem não. Mas, de um e outro lado, todos dizem o mesmo, com as mesmas palavras e com as mesmas razões.
Todos se repetem, simultânea ou alternadamente para chegar à mesma conclusão. Basta ouvir a primeira frase para se perceber onde a conversa vai parar e por que espécie de caminho.
O português sem gramática que se usa na televisão e nos jornais desceu à “língua de pau”. A língua de pau” costumava ser um exclusivo do Partido Comunista, agora é a língua quase oficial da política , uma pasta mastigada e remastigada, que não exprime nada nem convence ninguém. Só prova, com enorme abundância e variedade, a iliteracia crescente dos preopinantes que persiste, contra o senso e a inteligência, em falar e escrever para um público cansado e mudo.
Foi por isso que me lembrei hoje da Livraria Sá da Costa, que faliu sem ruído ao fim de um século de serviço. No tempo das tertúlias, que desapareceram por volta de 1960, a tertúlia da Sá da Costa, apesar dos seus créditos de oposição, nunca conseguiu realmente competir com a da Bertrand, onde o “glorioso mestre Aquilino”, como lhe chamavam, era a grande atracção. Mas, no meio da sua relativa modéstia,  a Sá da Costa prestou um incomparável serviço ao país: durante anos, volume a volume, publicou a melhor colecção de clássicos (devidamente anotada) que algum dia por cá apareceu. Do século XVI para a frente não faltava um único autor dos que mudaram e moldaram o português que hoje se usa. Para medir bem a nossa pobreza literária os “clássicos Sá da Costa” foram um instrumento único.
Pouco a pouco, as dificuldades da livraria desfizeram a colecção. O Estado poderia ter subsidiado a coisa. No Ministério da Cultura existia, de resto, um instituto (criado por mim, para mal dos meus pecados) que servia perfeitamente para o propósito. Só que a gente que o dirigiu escolheu sempre actividades que lhe permitiam dar ar à pluma e adquirir uma ínfima importância, passageira e espúria. O denominado Plano Nacional de Leitura é fantochada, pedagogicamente inútil, mas que ajuda a criar empregos (no Estado, está claro) e a distribuir uns dinheiritos por umas dezenas de analfabetos com necessidades
Não admira que Angola e o Brasil nos tratem como tratam
A famosa “língua comum”, objecto de tanto palratório, apodreceu.

Escrito na pedra...

in. "Público"
Seg 18 Mar 2013
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“É durante a noite que é belo acreditar na luz”
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Jean Rostand
1894 – 1977
Escritor francês

17 outubro 2013

Humor antigo...

in. "Mundo ri", nº 107
de Abril/1961
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- Onde é que eu ia?!...

16 outubro 2013

Setubalense - 1966 - Outubro

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01 Outubro
Câmara Municipal de Setúbal
É proibido o trânsito de carroças, na Av. 5 de Outubro
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01 Outubro
Padre Fernando Cristóvão
Por ter concluído a sua formatura em Letras e haver sido convidado para Assistente na Faculdade de Lisboa, deixou a Direcção do Externato Diocesano, do Barreiro, o Padre Fernando Cristóvão.
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01 Outubro
Coronel António de Santana
Foi nomeado Comandante do RI 11e tomará posse no próximo dia 4
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03 Outubro
O trânsito
A rua da Misericórdia não foi destinada a parque de estacionamento.
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08 Outubro
O Reverendo Padre José do Carmo Vicente foi nomeado pároco da Igreja de S.Julião, em substituição do Padre Fernando da Silva Martins que, durante 8 anos, foi Vigário Geral de Setúbal e acaba de ser colocado em Oeiras.
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12 Outubro
A Delegação de Setúbal do Círculo de Cultura Musical tem novos dirigentes:
Assembleia-Geral –
Presidente – Dr. Jorge Carlos Botelho Moniz
Vice-Presidente – Eng. António Barroso
Secretário – Dr. Manuel Gonçalves Martins
Secretário – Dr. Eduardo da Conceição Fernandes
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Direcção:
Presidente - Luís Filipe da Silva Gomes
Vice-Presidente - Artur Parreira da Gama
Tesoureiro - Arnaldo Teixeira
Secretário - José Alves Cândido
Secretária - Maria Adelaide Rosado Pinto
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Conselho Fiscal
Presidente – Dr. Rogério Claro
Secretário – Dr. José Mendes Leonardo
Relator – Rui Cândido
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15 Outubro
O Museu de Setúbal
O Museu de Setúbal abre hoje as suas portas com trabalhos de Lima de Freitas.
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15 Outubro
Homenagem
O Padre Fernando Martins é homenageado pelos paroquianos e forças vivas da Cidade.
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17 Outubro
Notícias pessoais
No passado dia 8, teve o seu bom sucesso na Maternidade “Dr. Alfredo Bensaúde”, em Lisboa, a Sr.ª Dr.ª Maria Helena Gomes Rodrigues de Pádua Marcelino. (nascimento da filha mais velha)
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22 Outubro
Avenida de Goa
Solucionadas algumas dificuldades que obstavam à continuação dos trabalhos da Avenida de Goa, parece que as obras vão recomeçar num ritmo que permite que a nova artéria seja, em breve, aberta ao trânsito.
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24 Outubro
Um novo estabelecimento
Abriu hoje, ao público, na rua de Bocage, um novo estabelecimento comercial designado por “Serranos & Sustelo, Ldª
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26 Outubro
O telefone 115
O telefone de emergência 115 passa a funcionar em Setúbal, a partir do dia 1.
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29 Outubro
Política
O Sr. Eng. Pereira Beija foi nomeado Governador Civil de Setúbal.
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29 Outubro
O novo Vigário
Revestiu-se de grande solenidade a recepção, em Setúbal, ao Sr. Vigário episcopal, Dr. João Alves.
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31 Outubro
Novo Pároco de S.Julião.
Tomou, ontem, posse da paróquia de S.Julião, o reverendo padre José do Carmo Vicente, que tem como coadjutor o reverendo padre Zacarias dos Santos Nascimento.
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31 Outubro
Dr. José Antunes Teodósio.
Faleceu ontem, em Coimbra, o Sr. Dr. José Antunes Teodósio que, durante anos, foi professor efectivo da Escola Industrial e Comercial de Setúbal, tendo também leccionado no Externato Liceal Frei Agostinho da Cruz.
Era natural da Zebreira, no concelho de Castelo Branco (!?), Tinha 62 anos.

(Fui amigo do Dr. Teodósio que integrava um “belo grupo de gente com mais idade” que reunia no Café Central, e ao qual fiquei a dever muito daquilo que sou. Era sogro do Coronel Simão Malcata, um antigo aluno do Liceu de Castelo Branco que ali terminou o curso liceal, em 1948/49.)

15 outubro 2013

O meu bisneto...

...é mesmo muito lindo!
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O Gonçalinho ao colo do pai Gonçalo 
com a mãe Madalena a fazer a fotografia.

14 outubro 2013

O Prof. António Folgado Frade...

...faleceu ontem à tarde, em Castelo Branco. Tinha 93 anos.
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Professor António Frade
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Faleceu na tarde de domingo o professor António Folgado Frade. Esta triste notícia abalou toda a equipa do Reconquista, da qual o Professor Frade, como todos o conhecíamos, fazia parte há largas décadas. Cronista atento à actualidade e à realidade social, António Frade defendeu sempre os valores e os interesses do interior do país, sobretudo as questões relacionadas mais directamente com os concelhos de Idanha-a-Nova e Castelo Branco.
Antigo professor primário, cronista do Jornal Reconquista, natural do concelho de Idanha-a-Nova e residente em Castelo Branco, António Frade teve uma vida bastante preenchida, dedicada sobretudo ao ensino, mas também à intervenção cívica.
(cfr. "Reconquista" on line)
Vai fazer 7 anos, escrevi um breve apontamento sobre o professor Frade, motivado por um artigo que escreveu na Reconquista, exactamente sobre a morte recente de um comum amigo que então nos tinha deixado...
...Ficam aqui algumas das palavras com que comentei o artigo do Professor Frade: 
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Leio semanalmente, na Reconquista,
o “Cousas e Lousas” do Professor Frade.
Esta semana, chamou-me a atenção o título escolhido
Ainda o Edmundo…”,
e logo tive a certeza que o professor Frade ia recordar
o Amigo que nos deixou há pouco tempo.
A coluna desta semana é encimada por uma frase bem bonita:
Ter lembrança é ter saudade”. Mas todo o artigo está cheio de coisas lindas que enaltecem o seu autor e a amizade que nutria pelo Edmundo


Voltei a recordá-lo, ao ler e colocar no seu lugar velha correspondência do antigo companheiro das Escolas do Cansado.”
E logo acrescenta:
E este recordar, tem mais de um moio de anos, meu Deus! Estes filmes de imaginação, sem imagens reais, obrigam a um esforço enorme de memória…”
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Agora somos nós quem vai recordar o Professor Frade, na certeza de que a sua memória não vai ter de esforçar-se mais na procura do Professor Edmundo, já que, provavelmente se irão encontrar de novo e continuar as conversas interrompidas em 2006 com a ausência do nosso comum Amigo, Edmundo Cavalheiro...
(…)

Rimas perdidas...

...num poema de Florbela Espanca

Florbela Espanca
serigrafia de Artur Bual
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Tortura

Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

                            Florbela Espanca

7º Aniversário do blog...

... esqueci-me dele!...
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Memória recente e antiga” surgiu em 11 de Outubro de 2006.
Durante o 7ºano foram publicados neste blogue, 448 “posts”, tendo sido acedido 171.543 vezes…
Parece que continua a despertar algum interessa…

Em visualizações de páginas, os números estatísticos continuam a ter alguma relevância.
Para além das visualizações realizadas em Portugal, também as temos de leitores no Brasil ( total: 99.806), nos Estados Unidos (total: 44.231), em França, (total: 10.786), na Alemanha ( total: 10.248  ), na Rússia (total: 5.508), em Espanha (total: 4.319), no Reino Unido (total: 3.941), na Holanda (total: 1.185), no Canadá (total: 697), etc.

Não vai muito mal... Parece ter superado a "crise"...
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João de Castelo Branco
11 de Outubro de 2013.

13 outubro 2013

Vasco Pulido Valente…

…escreveu na sua coluna “Opinião”, de sábado, um artigo a que deu o título:
“Prodigalidade e improvisação”.
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Vasco Pulido Valente
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“Não sou capaz de escrever sobre as trapalhadas diplomáticas que o Dr. Rui Machete nos resolveu arranjar. Nem sobre o envolvimento da ministra das Finanças com os chamados swaps. Nem sobre um governo com duas cabeças, que não abre a boca senão para desdizer o que disse na véspera ou para mentir com quantos dentes tem. A crise não desculpa tudo. Da crise não decorre necessariamente o caos político a que nos levaram ou a inépcia da gente que nos pastoreia. Era possível, em princípio, um pouco de ordem, dignidade e decência, que não há, e já se viu que não vai haver. A feira que por aí se instalou só se distingue da longa feira do velho Portugal histórico pela ausência de golpes de caserna e de guerras civis, quase sempre encenadas. No resto nada mudou.
Paulo Portas de quando em quando rosna algumas frases sobre os malefícios do “protectorado” inglês, pelo menos desde 1807, com uma pequena atenuação durante a Ditadura, porque a Ditadura obedecia religiosamente ao que Londres lhe mandava. Como hoje ele e o inconcebível escuteiro que passa por primeiro-ministro obedecem à sra. Merkel.  A sra. Merkel quer que Portugal se torne na pequena Alemanha que ela fabricou: com salários relativamente baixos, com um estado social equilibrado e confortável, com uma produtividade decente e uma economia sustentada pela exportação. E com ordem, segurança e zelo. A dama não conhece Portugal e não compreende o absurdo desta receita.
Hergé percebeu melhor os portugueses. O sr. Oliveira da Figueira é um retrato mais fiel do que nós somos do que as centenas de gestores de gravata que por aí se passeiam e que Passos Coelho tão bem encarna e simboliza: na sua conversa, na sua ignorância e nas fantasias que vende a um público que ele julga crédulo e pateta. Hoje e amanhã, os ministros, reunidos num especialíssimo conselho, irão aprovar um orçamento de remendos, de retalhos, de uma ou outra ocasional trafulhice e em geral de uma suma e desavergonhada hipocrisia. À prodigalidade sucede agora a improvisação. E a improvisação não permite a ninguém planear coisa nenhuma. O país continuará ao acaso no caminho da miséria e do desespero. Mas suspeito que Passos Coelho não se incomoda. Como se incomodaria se ele nunca pensa?”
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In “Público
12.10.2013
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 Sempre aquilino e sempre certeiro...

São quadras, meu bem...são quadras!...

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Com a Lua de mão dada
Anda o Sol feliz da vida
Um Homem não será nada
Se andar de alma perdida...


12 outubro 2013

Memorias da Villa de Oleiros...

... pelo Bispo d'Angra
D.João Maria Pereira d'Amaral e Pimentel.
natural da mesma villa. - 1881
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Para que perdure ao longo de todos os tempos a história de um povo e do berço que o viu nascer, a Câmara Municipal de Oleiros, 
homenageando o autor, dedica a reedição
"Memórias da Vila de Oleiros e do seu Concelho"
a todos os seus Munícipes.
Janeiro de 1995.  
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A RIBEIRA de que fizemos já menção, e banha pelo lado sul as terras adjacentes à Villa, é neste sítio muito aprasivel: Corre ella perenne em todo o anno por entra árvores que, debruçadas em muitos sítios sobre as aguas, e movidas pelo vento parecem querer beija-las. Muitos rouxinoes,  outras aves atrahidas pela frescura e amenidade do sítio, celebrão ali dia e noute com seus cânticos estes belos cantos da natureza, fazendo-lhes o murmúrio da corrente harmonioso acompanhamento.

As margens são d’um e outro lado cobertas com vistoso tapete de relva, matizado de lindas flores; e um passeio delicioso, só pelos encantos da natureza, sem auxílio algum da arte segue essas margens dum lado ou outro da ribeira e em alguns sítios de ambos elles, na extensão de três kilómetros, desde os moinhos da Lameira até à foz do Ribeiro do peso.
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A Ribeira, posto que não é caudalosa, conserva todo o anno agua sufficiente para sustentar e proteger muito peixe; porque, alem dos poços naturaes, próprios de differente profundidade de seu leito, os açudes dos Moinhos da Lameira e da Tojeira são dois longos e profundos tanques em que podem conservar-se por todo o anno toda a quantidade de peixe d’agoa doce.
Com effeito em nosso tempo continha a Ribeira muitas bogas e bordalos, muitos barbos e truta, sendo alguns peixes d’estas ultimas espécies de peso d’um e dois kilogrammas. Continha também muitas e soborosissimas irozes, superiores em gosto a tudo o que há ‘n este género. E todo o outro peixe, em razão da frialdade da agoa, é muito mais gostoso que o do rio Zêzere, onde se pescão barbos de mais de dez kilogrammas.

Era porem em nosso tempo para lamentar que não houvesse policia alguma com relação à Ribeira; de modo que a cada passo se fazião pescas, envenenando-se os peixes, já com coca, já com raiz de uma herva venenosa, conhecida pelo nome de budele, e até chegavão a envenenar as aguas com cal! Deste modo extinguindo-se as novas gerações, em breve se acabará com as diferentes qualidades de peixe; como tem acontecido em maiores ribeiras.
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Também Nos consta que as árvores que orlavão d’um lado e outro a Ribeira teem sido derrotadas em grande parte, É outro negocio sobre que a Autoridade pública deve tomar providencias; porque o arvoredo, alem de embellezar, e de ser mui conveniente para a saúde publica, protege as margens fluviaes das ruínas que causão as grandes enchentes.
Para que a todos os respeitos seja apreciável esta Ribeira, até traz grãos d’ouro entre suas areias, como notou já Fr. Lucas de St.ª Catharina; apparecendo de tempos a tempos pessoas desconhecidas a escolhel-os; o que por vezes Nos constou no tempo que residíamos em Oleiros.
Era porem, e é ainda para lamentar que suas aguas sejão tão pouco aproveitadas; pois que, alem da      Quinta do Sr.Dr. Francisco d’Albuquerque Mesquita e Castro, e dos Moinhos da Lameira e Tojeira, ninguém mais d’ellas se aproveita na Villa; tendo ficado baldados os esforços de Joaquim Farinha Folga, para com elas regar os Chãos da Ponte, como já notámos.
A Ribeira tem uma única ponte de madeira com tres vãos, em sítio aprazível, a qual bem merecia ser de pedra.
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...e a ponte, já "de pedra", veio a ser construída no início do século passado.
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Cfr. Pgs 175 a 177.