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30 abril 2019

Aurora boreal...

Um Poema 
de António Gedeão!...
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António Gedeão
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Aurora boreal

Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.

Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
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António Gedeão
in. "Teatro do Mundo" - 1958

29 abril 2019

A propósito do 70ºAniversário...

É já na próxima 3ªfeira, dia 30 de Abril
que se realiza a Sessão Comemorativa do
70º Aniversário do Edifício do 
Liceu de Nacional de Setúbal
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Publico hoje um "apontamento" que se resume às minha palavras pronunciadas na Sessão Solene realizada em 30 de Abril de 1999 assinalando o fim das Comemorações do 50º Aniversário do Edifício do Liceu de Setúbal.
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Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação
Excelentíssimo Senhor Governador Civil do Distrito de Setúbal
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Setúbal
Excelência Reverendíssima Senhor Bispo da Diocese de Setúbal
Caros ex-Alunos e ex-Professores deste Liceu
Caros Alunos e Professores deste Liceu
Meus Senhores e Minhas Senhoras


  
"Que bom é estarmos aqui, como diria S.João Evangelista!..."
Foi com estas palavras que o Reitor Dr.Manuel Gamito iniciou, há cinquenta anos, a sua intervenção nesta mesma sala dirigindo-se a um auditório que, com muita atenção, o escutava.
São para ele as minhas primeiras palavras que bem merece por ter sido o mentor desta obra... por ter sabido congregar em si, a vontade colectiva de uma cidade e de uma região que até ali não tinha sabido, ou não tinha podido levar por diante a realização de uma obra há tanto tempo desejada e necessária. 
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Relembro em seguida, saudando-os com muita alegria alguns alunos desta Casa que há cinquenta anos aqui estiveram festejando a inauguração do seu novo Liceu... Vejo daqui alguns deles. E quero saudá-los na pessoa do meu querido Amigo Dr.José Martins do Soveral Rodrigues que, melhor que qualquer um, aqui representa a Velha Academia de Setúbal.
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Mas, neste momento, gostaria de fazer referência especial a alguns desses heróis, começando por recordar o aluno que subiu então a este palco para poder receber o Prémio Nacional conferido pelo Ministério da Educação Nacional por ter terminado, no ano lectivo anterior, o Curso Geral do Liceu (6ºAno) com a classificação final de 19 valores! 19 valores à cotação de 1948!!!... O que é obra... Trata-se do António Augusto Macedo que aceitou de bom grado estar aqui presente nesta festa de todos nós.
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Gostaria de ter aqui também o Manuel Francisco Ganhão Palma que recebeu um Prémio idêntico. Consegui descobrir onde vive actualmente mas não sei se lhe foi possível deslocar-se a Setúbal.
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Vejo daqui a Ana Maria Gamito Beija. Tinha apenas três anos quando o Liceu foi inaugurado. E foi a Madrinha do Estandarte novo do Liceu. Conheci-a dez anos depois quando em 1959 a encontrei como aluna... Era a número 2, da turma B, do 3ºano! Uma turma que funcionava na sala 4, ali em baixo, junto do Ginásio mais pequeno que, então, ainda não existia. Era uma daquelas turmas que nunca poderemos esquecer…
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E já que falámos no estandarte de que foi madrinha a Ana Maria, faz muito sentido que recordemos aqui a pessoa que o bordou graciosamente, a srª D. Maria Adelaide de Jesus Fernandes que era, então, a professora de Lavores femininos do Liceu. Graças a Deus ela está aqui presente nesta nossa festa.
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E já que falamos no estandarte, ocorre também que façamos daqui algumas perguntas. Onde pára o Estandarte? Quem o tem? Quem fez o favor de o guardar durante todo este tempo?
Seria interessante que ele pudesse ser recuperado e exposto aqui na Escola... quem sabe?... num museu que entretanto pudesse ser aqui inaugurado, ocupando uma sala condigna que albergasse também outras preciosidades que, em vários sectores da Escola, começam a ser conhecidas e cobiçadas por outras instituições... Algumas peças que por aqui existem fariam corar de inveja muitas outras que, com pompa e circunstância, se "pavoneiam" nas estantes do Museu da Ciência em Lisboa...
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Voltemos aos nossos alunos. Continuemos a recordar-nos de alguns daqueles que estiveram neste Salão de Festas há Cinquenta Anos.
Gostaríamos de ter hoje entre nós a Ivone Rouillé, uma excelente aluna do 5ºAno, que recitou a Ode à Primavera, no Serão Académico.
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Teríamos imenso gosto de ver desfilar por este palco as alunas que, sob a orientação da D.Maria Adelaide Rosado Pinto, dançaram uma Valsa de Chopin... A Suzete Rica, a Josefina Gamito, a Ivone Rouillé, a Manuela Monteiro (esta, em especial, gostaríamos de vê-la aqui cheia de alegria e de saúde), a Maria Helena Santos e a Nasciolinda Góis.
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A Madalena Piteira que fez de "D.Maria Pedagogia" no Auto em Verso "Tres im unum", ao lado ali do Dr.Soveral Rodrigues que fazia de Manuel Bonfim... foi outra das então presentes.
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E todos os que interpretaram o Auto da Primavera (um conto ingénuo para almas em flor... como dizia o programa!): a Leonilde Vilar, a Maria Arsénia Damião (Nita Santos como é mais conhecida), o Manuel Eduardo Noronha Gamito e a irmã Maria Josefina, o Cândido Bogarim, de saudosa memória, que foi meu Amigo e Colega nas actividades da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa, nos Idos de Cinquenta..., o Aníbal Pescadinha, o Mário Correia, o António Carqueijeiro e a Maria Amélia Dias.
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Ainda pisaram esta sala no dia do almoço que aqui se realizou, o José António Góis, a Fernanda do Val, a Rita Fuzeta da Ponte, o Nuno Mesquita Pires, o Leonardo Pereira, o Joaquim Carvalho da Silva, o Celestino Moreira e a Antonieta Vilhena, o Manuel José Goes e a Maria Inês Pedrosa, o Sebastião da Gama e tantos outros…
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A respeito das festas que hoje comemoramos devo dizer que fui nomeado, "à má fila", coordenador das comemorações, isto é, fui convidado a dirigir este barco e nomeado antes que tivesse dado o meu consentimento...
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Há uns quatro ou cinco anos atrás, dei por mim enfiado no arquivo do Liceu procurando dados sobre constituição das turmas. E guardei notas e informações sobre o assunto desde 1910. Fotocopiei documentos, folhas de livros de termos e apontei factos que achei curiosos passados em reuniões e registados em actas. Ordenei, abri uns ficheiros e meti tudo no computador.
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De há três anos para cá comecei a dar comigo a "picar o ponto" às 9 horas, na Biblioteca Municipal, ali na Avenida Todi.
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Durante ano e meio, sem interrupção, consultei os jornais daquela época com o fim de coligir elementos referentes ao Liceu... Acabei por ampliar o leque de informações a tudo o que de curioso se relacionasse com a cidade. Desde os Corpos Directivos da Capricho e do Clube Setubalense até "ao preço do carapau pipi, em 1943..."
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E fui coligindo... e fui apontando... e fui gravando na memória! Na minha e na do computador...
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Desde sempre fui uma pessoa que gostei mais de ouvir do que falar. Primeiro porque não falando, ou falando pouco, eu tinha menos probabilidades de dizer asneiras... E depois porque era preferível ouvir os "pedaços de história" que as pessoas de idade desta terra, que faziam o favor de me aceitar no seu círculo, ali no Antigo Café Central, onde é agora o BPA, contavam sobre Setúbal.
O sr. Coronel Augusto de Carvalho, o Dr. Mendonça e Costa, o sr. Mário Ledo, o Dr. João Cavalheiro, algumas vezes o Dr. Macedo e Castro, o vereador Pacheco Wengorovius, o sr. Mário Piteira e tantos outros, foram Setubalenses ilustres que me ensinaram a gostar desta terra e que me passaram informação oral que a minha memória, até há pouco prodigiosa, não enjeitou.
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Durante muitos anos acumulei memórias. Ali o Dr. Soveral Rodrigues foi o meu último grande fornecedor! É um prodígio a memória que tem... É um regalo ouvi-lo contar com pormenores alguns episódios dos últimos oitenta anos... Não fiz mais do que acumular sabedoria e memória no disco rígido do meu “computador" pessoal... a partir de 1958...
Creio que está aqui a origem da minha nomeação para este cargo que um Conselho Pedagógico tolerante sancionou quase por unanimidade... Acho, no entanto, que foi bom alguém ter feito o favor de se abster! As unanimidades maçam-me...
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Decidimos que as acções a realizar deveriam decorrer durante todo o ano lectivo.
E foi Dezembro o mês do arranque das festividades.
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Em 19 de Dezembro, o nosso Coral actuou na Igreja de S.Sebastião acompanhado pela Orquestra Juvenil de Lisboa, num Concerto de Natal.
Foi um êxito tremendo com a Igreja pejada de gente interessada que não regateou aplausos nem elogios. Não podia ter começado da melhor maneira.
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Uns dias antes foi publicado o primeiro número de um Jornaleco que foi intitulado "50 ANOS". Foi um sucesso entre os antigos alunos que se viram retratados naquelas curtas páginas. Que viram aparecer em cada número a constituição das suas turmas no ano da passagem para o Liceu Novo. O Liceu tinha dez turmas, duas por cada ano. Daí os dez números que saíram... até terminarmos aquela tarefa.
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O Prof. Vasconcelos e a Dr. Rosa Duarte levaram a peito a organização de um Boletim da Escola. E saíu obra asseada. Outra coisa não se esperava.
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As turmas de Expressão Dramática actuaram há dias no Fórum Luisa Todi e o êxito foi espantoso!
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Não posso, no entanto, de deixar de ficar pesaroso por não ter sido possível ensaiar uma reposição da peça em um acto de Tchekov, "Um pedido de Casamento", que em 25 de Maio de 1962, os nossos finalistas levaram à cena com um êxito retumbante...
A ideia era encenar a mesma peça com alunos actuais e representá-la também agora, na presença do António Fráguas e da Clarinha Correia que então foram o Sr.Stepan Stepanovitch Tchubukov e a Natalya Stepanovna. Infelizmente já não poderíamos trazer o Sr.Lomov, representado pelo saudoso e malogrado aluno Custódio Janeiro Santana.
Para a Inês Lopes, para o Luís Ribeiro e para o João Brito, que deram o melhor que as circunstâncias lhe permitiam, vai o nosso agradecimento mais profundo. A vontade que mostraram em triunfar não teve o apoio devido. De facto, pertencendo a três turmas diferentes foi impossível reuni-los uma só vez que fosse, sem prejuízo de um deles, de modo a poderem ensaiar do princípio ao fim aquela pequena e divertida peça de Tchekov.
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Para a Dr.ª Ausenda Paulino Pereira que há 37 anos dirigiu os artistas de então e se disponibilizou agora para o fazer de novo, vai o nosso mais reconhecido agradecimento.
Para o Senhor Comandante Salgado Soares, nosso antigo aluno e seguidor emérito da Arte de Palma vai também um abraço de agradecimento pela disponibilidade oferecida e pelo apoio que nos deu nos ensaios que se realizaram.
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Pensámos levar a efeito uma acção que nos pareceu à partida, ser meritória e estar de acordo com aquilo que devemos pensar da Escola. E conseguimos realizá-la até ao fim com grande êxito e com muito mérito dos intervenientes.
Uma série de seis Conversas Informais que Antigos Alunos vieram ter com os nossos actuais alunos ultrapassaram todas as espectativas.
Ligado ao Futebol, foi o Quinito quem deu o pontapé de saída... Como é obvio... Num Anfiteatro de Física a abarrotar de gente nova, o sr. Joaquim Duro de Jesus foi imparável na sua conversa.
Seguiu-se, com um êxito estrondoso, a DrªEmília Vaz Pereira, cirurgiã do Hospital de S.Bernardo, que informou em palavras simples e verdadeiras o trajecto de um médico até atingir os píncaros da carreira. Abriu os olhos a muitos candidatos a Santa Maria...e abriu-lhes os olhos para todas as perspectivas que podem encarar.
O Comandante Salgado Soares, o estilista Nuno Gama, o Juiz Fernando Negrão e o General José Lemos Ferreira foram as outras pedras de uma ponte poderosa entre o passado que levou às posições que hoje ocupam e o futuro representado pelos jovens que hoje frequentam esta Escola.

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Antes de terminar quero agradecer ainda ao autor da Medalha Comemorativa Sr. Arquitecto José Carlos Gonçalves, meu antigo aluno aqui nesta Casa.
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Creio que já os macei de mais.
Muito Obrigado por terem tido tanta paciência.

Pensamentos...

...curiosos de um autor desconhecido. 
Para todas as idades, de muitos anos para cima…
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"O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinquenta, nunca será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio...

27 abril 2019

70ºAniversário...

O jornal "50 ANOS" ia já no seu 8º Número
saído no próprio dia da Sessão Solene, 
em 30 de Abril de 1999.
Como curiosidade: no preço de cada exemplar 
já constava a nova moeda do "euro": 0,5 €...
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No dia da Sessão Solene de 1999, foi bom de recordar a Mesa de Honra ocorrida 50 anos antes e dois aspectos do almoço servido no Ginásio, com um destaque para um ilustre Antigo Aluno deste Liceu: Sebastião Artur Cardoso da Gama.

70º Aniversário...

Apresento hoje o programa 
da Festa da Inauguração 
do Novo Edifício do Liceu de Setúbal
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    LICEU NACIONAL DE SETÚBAL
    Festa da Inauguração 
    do Novo Edifício 

   em 30 de Abril
   e
  1 e 2 de Maio
   em 1949 

   PROGRAMA
  
            S á b a d o,  3 0   d e   A b r i l


Às 16 horas -- SESSÃO  SOLENE  sob a presidência do ExmºSr. Governador Civil, que representará Sua Ex.ª o Ministro da Educação Nacional, com a assistência das Exmas. Autoridades, Corpos Docente e Discente e respectivas famílias.

     Durante a sessão  far-se-á a entrega do Prémio Nacional,  aos ex-alunos António Augusto de Macedo e Manuel Francisco Ganhão Palma que concluíram no ano lectivo anterior  o seu exame do curso geral (6ºano) respectivamente com as classificações de 19 e 18 valores.

     Inauguração do estandarte do Liceu,  adquirido por subscrição entre  os actuais alunos  e suas famílias  e bordado graciosamente  pela professora de lavores, Ex.ª Sr.ª D.Maria Adelaide de Jesus Fernandes.
A madrinha do estandarte, a pequenina Ana Maria de Noronha Gamito Beija, filha e neta de antigos alunos colocará no estandarte a fita inicial.

Outras fitas oferecidas por várias entidades serão impostas pelos oferentes.  Entrega simbólica pelos actuais alunos do novo estandarte aos antigos que, por sua vez, entregarão à guarda dos novos o velho estandarte da extinta Tuna Académica, que data da fundação do Liceu.

Os orfeões do Liceu abrilhantarão a sessão.
  __ Entrada por convites __
                         
às 22 horas -- Serão académico, literário e musical e de evocação da vida liceal passada.


                           P R O G R A M A
                              I P a r t e

1  -  Hino-Marcha da Mocidade Portuguesa.

2  -  Ode à Primavera, do antigo aluno, António Manuel Gamito, recita do pela aluna          do 5ºano, Ivone Pinto Rouillé.

3  -  Pelo orfeão do 1ºciclo:
      Ode IV, de Fr.Agostinho da Cruz, música do prof.de canto coral, sr. Armando
      Gomes.
      Carinhosa, canção popular.

4  -  Pelo orfeão do 2ºciclo:
       Eterna canção - Versos de Júlio Dantas. Música de António Viana.
       Selecção de Cantos Regionais - arr.do prof.Armando Gomes.

5  -  Pelos dois orfeões:
       Os Sinos de Mafra.
       Hino Académico.
  
                              II parte

6  -  Valsa-op.64, nº2, de Chopin, bailado clássico pelas alunas Maria Suzete    Figueiredo Rica,  Ivone Pinto Rouillé,  Maria Josefina de Noronha Gamito, Maria  Manuela Branco Monteiro, Maria Helena Santos e Maria Nasciolinda Gois, ensaiado e dirigido pela Ex.ª Sr.ª D.Maria Amélia Amil Matta. Ao piano, a Ex.ª Sr.ª D.Maria Adelaide Rosado Pinto. 

                      I N T E R V A L O
                            III parte

 7  -  Representação do auto em verso  TRES  IN  UNUM, escrito expressamente para   a festa da Inauguração, por um antigo aluno.

                        P E R S O N A G E N S

     D.Maria Pedagogia . . Maria Madalena Piteira da Cruz, ex-aluna
     João Algodeia . . . . Duarte de Oliveira Piedade, aluno do 4ºano
     Antão Girão . . . . . Adelino Caes Esteves, antigo aluno
     Manuel Bomfim . . . . Dr.José Soveral Rodrigues, antigo aluno

     Estudantes de capa e batina, tunos com instrumentos de corda e pandeiretas,  rapazes da M.P.

    Época actual.
    A balada é cantada pelo antigo aluno António Manuel de Noronha Gamito, com  acompanhamento de vozes por vários alunos.
      
    Ensaiador o antigo professor ExmºSr.EngºArmando de Medeiros.
   Cenografia de Cunha e Silva.
   Caracterizações do ExmºSr.Jorge Frixell, antigo aluno. 


                     I N T E R V A L O

8  -  Representação do AUTO DA PRIMAVERA (conto ingénuo para almas em flor)
     Versos de António Manuel Gamito
     Música de Armando Gomes.


                        P E R S O N A G E N S

      Prólogo. . . . . Maria Leonilde Vilar dos Santos (3ºano)
      Joaquina . . . . Maria Arsénia Damião Santos (ex-aluna)
      Manuel . . . . . Manuel Eduardo de Noronha Gamito (5ºano)
      Joana. . . . . . Maria Josefina de Noronha Gamito (ex-aluna)
      Joaquim. . . . . Cândido José Bernardino Bogarim (5ºano)
      Padre João . . . Aníbal Pinto de Brito Pescadinha (5ºano)
     1ºRomeiro. . . . Mário António Correia (3ºano)
     2ºRomeiro. . . . António Mário M.Tomé Carqueijeiro (4ºano)
     Romeira. . . . . Maria Amélia Ramalho Dias (5ºano)

     Rancho de romeiros. Camponeses e camponesas. Época actual.
     A cena passa-se numa aldeia do Minho.
     Coros Constituídos por alunos e alunas dos dois orfeões.
     Ensaiador o Exmº Sr.Alberto Fialho.
     Cenografia de Cunha e Silva.
     Caracterizações do antigo aluno, Exmº Sr.Jorge Frixell.
  
9 - Pelos dois orfeões: Hino Nacional.

                          -- Entrada por convites --
   

             D o m i n g o,  1 d e M a i o
             (Dia dedicado aos antigos Professores e Alunos)

às 11 horas - na Igreja do Senhor Jesus do Bonfim:

    Benção do novo estandarte do Liceu.
    Missa em sufrágio das almas dos Professores e Alunos falecidos.
    É celebrante o muito Rev.Padre Dr.Pedro Filipe dos Santos Gradil, professor do         Liceu D.João de Castro, de Lisboa, e antigo professor do de Setúbal.

 às 12 - Sessão de recepção  aos antigos Professores e Alunos,  na sala de festas do                 novo edifício. Palavras de saudação pelo ExmºReitor.

     Visita do novo edifício, reservada aos antigos Professores e Alunos.
     Almoço de confraternização, no recreio coberto dos alunos.

                             ___________

         S e g u n d a  f e i r a,  2 d e M a i o

às 22 horas - BAILE DE GALA, oferecido pelo Liceu às Exmas. Autoridades e representantes das forças vivas e culturais da Cidade.

Abrilhanta o baile uma orquestra de música de câmara, dirigida pelo Exmº Sr.Celestino Pinto.

A entrada é por convites  pessoais  e intransmissíveis,  sendo o trajo de cerimónia.

Na Cantina do Liceu funcionará um serviço de bufete, cujo produto reverterá para o fundo de camaradagem dos dois Centros da Mocidade Portuguesa do Liceu.
                            ___________

 Tip.A.Candido Guerreiro
 Setúbal
 27-4-949 -- 800 exemp. 

70ºAniversário...

Esta fotografia foi tirada dois anos antes da inauguração do novo edifício do Liceu de Setúbal… e estes alunos, que tinham sido finalistas no ano-lectivo de 1947/48, já não estavam presentes em 30 de Abril de 1949. Apenas um ali esteve oficialmente presente, por mérito próprio, por ter sido o melhor aluno entre todos os que, em todo o país, tinham passado no ano anterior. O António Macedo… recebeu então o Prémio Nacional conferido pelo Ministério da Educação Nacional por ter terminado, no ano lectivo anterior, o Curso Geral do Liceu (6ºAno) com a classificação final de 19 valores!
Muitos outros alunos e alunas dessas duas turmas também ali estiveram assistiram à cerimónia dos "50 Anos" do Edifício do Liceu.
Em 1999, uma das alunas presente na fotografia cedeu-me o original desta fotografia que guardo com muito carinho. Mais tarde, viria ser meu cunhado o "Prémio Nacional" ali presente…
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Fotografia da turma A do 6ºAno, em 1947/48
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Estão aqui presentes alguns alunos/alunas conhecidos:
 Alfredo Rendas, António Claro, António Cruz, António Augusto Macedo, Francine Trevidic, Maria Fernanda do Val, Rui Ramos Reynaud, Manuel Floriano Reis 
e Bernardo Sampaio e Lemos 
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No mesmo ano, na turma B, do 6ºAno, cuja foto não possuo, faziam parte alguns alunos como:
o Albertino Martins, o Amável Serra, a Maria Fernanda Marques dos Santos, o António José Constantino de Goes, a Maria Arsénia Damião Santos, a Madalena Piteira, o Eduardo Soveral Rodrigues e o Manuel Ganhão Palma, este último a ganhar também  um Prémio Nacional conferido pelo Ministério da Educação Nacional por ter terminado, no ano lectivo anterior, o Curso Geral do Liceu (6ºAno) com a classificação final de 18 valores!
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As duas turmas tiveram os mesmos professores:
Drª Elda Quintão Lages
Dr. Alfredo Pequito
Dr.António Bandeira
Drª Felismina Madeira e
Dr.Aires de Abreu.

70ºAniversário...

Professores da época…
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Maria Sofia Chelmikhi Liebermeister Vasconcelos Guimarães .
Nasceu na freguesia de S.Mamede, em Lisboa no dia 22 de Fevereiro de 1928. Era diplomada pelo Instituto Nacional de Educação Física - INEF
Foi professora contratada de Educação Física, no ano lectivo de 1946/47 e tomou posse do lugar em 17 de Dezembro de 1946.
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Foto de 30 de Abril de 1947
Os alunos da turma A, do 3ºAno.

Apenas consegui identificar algumas figuras… A Clotilde Botelho (a segunda a contar da direita e a quem pertence esta foto), o Alberto Guilherme Alves (o mais alto lá atrás), o Carlos Leandro Gomes (sozinho, à frente), a Maria Austrália Neves, a Suzete Pereira Rica, a Maria da Conceição Gonzalez Léon (ao centro, na primeira fila)
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Maria Sofia teve como colegas nesta turma do 3ºAno, os professores António Manuel Gamito, a D. Natália Dias Tavares, a D. Josefina Laura Lopes, Lacerda Ferreira, António Bandeira, D. Fernanda Piedade, o padre Mário de Carvalho e o colega de grupo Orlando Serradas Duarte… Nesta altura não havia “misturas”: rapazes para um lado e meninas para o outro! Daí ter de haver dois professores de Educação Física…
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Conheci a D.Maria Sofia um ou dois anos depois, quando ela foi colocada no Liceu de Nun’Álvares, em Castelo Branco. Esta professora acabou por se radicar naquela cidade sendo ali conhecida por Maria Sofia Pinto Cardoso por via do matrimónio. Ali casou, ali lhe nasceram os filhos, ali viveu muitos anos. Terminou a carreira em Lisboa depois de ter concorrido ao Liceu de D.Pedro V, acompanhando a carreira do marido quando este, no sector bancário, foi colocado num banco da capital. Faleceu há alguns anos atrás.
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Maria Sofia Chelmikhi Liebermeister
de Vasconcelos Guimarães


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Alguns anos mais tarde, em 1951 ou 1952, já depois da inauguração do Edifício do Liceu de Setúbal, Sofia Guimarães foi colocada como professora efectiva, no Liceu de Nun’ Álvares, em Castelo Branco e ali se fixou durante uma vida inteira. 

26 abril 2019

O que mudou?!...

Numa "Carta ao Director",
no jornal "Público" de hoje,
26 de Abril
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"Em 1969, o Presidente da República Américo Thomaz, recusou ao então jovem Alberto Martins o uso da palavra -- coisa que não me surpreendeu.
Surpreendeu-me sim, em 2019, o actual primeiro-ministro, António Costa, não ter permitido que um jovem pacificamente falasse no seu palco acerca de um assunto tão importante para Portugal: a construção, ou não, de um aeroporto no Montijo. Mais, o jovem foi retirado do palco em menos de meio minuto, por seguranças com alguma violência.
O que mudou em 50 anos?
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Guilherme Duarte
Lisboa 

Arcádia da Fonte do Anjo...

Sob a orientação do Dr.Cabral Adão ("Medronho da Mata") existiu na nossa região de Palmela/Setúbal (nos finais da década de 50 e princípios da de 60), uma mão cheia de poetas que colaborou muito com a imprensa local da época. 
António Henriques ("Flor do Salgueiro") e Matos Fortuna ("Louro da Serra") sobressaíam também nesse pequeno círculo cultural a que deram o nome de "Arcádia da Fonte do Anjo" e cada um escolheu um pseudónimo com que assinavam os seus poemas… 
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No "Setubalense"
de 05-04-1958
fui descobrir esta notícia:
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Cultura
Arcádia da Fonte do Anjo
São membros da Arcádia os seguintes Árcades:
Flor do Salgueiro -- António Henriques
Louro da Serra -- Matos Fortuna
Medronho da Mata -- Cabral Adão (Presidente)
Pinheiro Isolado -- João de Sá
Rosa do Monte -- Mariana Saragoça

Violeta do Campo -- Santa Rita Xisto
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25 abril 2019

O meu 25 de Abril...

...foi em 1962
o dia em que nasceu
a GI
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                     GI