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30 novembro 2015

Actas da Câmara Municipal de Setúbal...

Sessão de 13 de Maio de 1970
…realizou-se a reunião ordinária semanal, sob a presidência do Excelentíssimo Doutor Manuel José Constantino de Goes, estando presentes, além do Senhor Vice-Presidente, Doutor João José Mendes de Matos, os seguintes vereadores Senhores Manuel Pacheco Calanane Wengorovius, Carlos José Pinto e Afonso Henriques Rocha
Não compareceram os vereadores Senhores Doutor José Caldeira Areias, Fernando Batalha Pedrosa, José Maria da Silva Belo, cujas faltas foram julgadas justificadas.
Assistiu à reunião o Chefe da Secretaria António Maria de Rhodes Sérgio Callapez.
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Átrio da Câmara Municipal de Setúbal
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Por proposta do Senhor Presidente, aprovada por unanimidade, foi deliberado solicitar a valiosa intervenção do Excelentíssimo Senhor Governador Civil junto do Governo, no sentido de ser concedida autorização para a montagem neste Concelho, que para o efeito reúne óptimas condições, de uma fábrica de faianças, porcelanas e loiças decorativas, conforme pretende a firma "Cerâmica de São Paulo", atendendo às vantagens de ordem económica e social que daí poderão derivar.                                                                                            

29 novembro 2015

Humor antigo...

in. "Can Can" - nº2
de 20 de Julho de 1959
com o traço de
Carrillo
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Ele:  - É uma situação um bocadinho difícil para mim...

28 novembro 2015

Com escasso respeito pelas liberdades...

... num artigo de Opinião
de Vasco Pulido Valente,
publicado no Público de ontem,
Sábado. 27 de Novembro de 2015
com o título "O Governo e o novo PS".
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Vasco Pulido Valente

Depois de um mês de fitas sem propósito, nem sentido, o Presidente da República acabou por encarregar Costa de formar governo: uma solução que toda a gente sabia inevitável e ele também. Mas ficou com dezenas de audiências e um molho de papéis na mão, com que ele provavelmente se pensa justificado. Não percebeu com certeza que daqui a dois meses vai desaparecer de cena para grande alívio dos portugueses, que o vêem como o grande responsável pela catástrofe que nos caiu em cima e que desmanchou o equilíbrio político da República. Mesmo no PSD não o conseguem engolir, apesar do seu longo e munificente mandato de primeiro-ministro, de que, para não variar, saiu tão mal como saiu agora, para grande desconsolo do partido e dos seus mais devotos fiéis.

Entra hoje António Costa, com a esquerda radical arregimentada, à custa de manobras contra Seguro e de uma aliança que não prometeu, nem anunciou, desde que foi “eleito” secretário-geral. Anteontem, este novo patrão (para não lhe chamar coisa pior) anunciou o governo: um governo curioso. Excepto por alguns velhos cavalos de batalha em véspera de reforma, não há nele um único político de nome nacional, já para não falar em prestígio próprio. Ou, por outras palavras, ninguém que se possa opor , até em questões menores, ao dono e senhor de uma tropa desconhecida e fraca. O dr. Costa é omnipotente no PS e arredores, se por acaso o país, como de costume, suportar o vexame; e se o PSD e o CDS não arranjarem maneira de se tornar uma oposição forte e ameaçadora.

A escolha dos srs. ministros, das senhoras ministras, dos 42 Secretários de Estado (e das Sras. Secretárias, claro) obedece a um luminoso critério: são, sem faltar um ou uma, criaturas de Costa. Trabalharam com ele na Justiça, na Administração Interna ou na Câmara de Lisboa; ou foram pescados na província ou no estrangeiro e, tirando um par de “seguristas” e quatro ou cinco antigos protegidos de Sócrates, não têm qualquer ligação aos “notáveis”, nem aos corrilhos do partido. É um grupo pequeno, que serviu para a Assembleia da República, que serve neste momento para nos pastorear e servirá pouco a pouco para transformar o partido socialista no partido costista. Ou seja, num partido mais radical, mais disciplinado e com escasso respeito pela liberdade e pelas liberdades.

27 novembro 2015

Provérbios...

"Não caia antes de ser empurrado"
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Provérbio inglês

26 novembro 2015

Humor de agora...

...piada fresquinha, saída agora mesmo da internet...
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Tem graça e não "ofende"... Eh! Eh! Eh!...

Humor antigo...

in. "Histórias Francesas"
Colecção "Mundo ri"
Ed.Vilhena - 1962

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- Agora não tenho nenhum trabalho para si. Só se quiser fazer 
o papel de minha esposa enquanto ela está de férias. 

25 novembro 2015

A escola e a exclusão entre pares...

... é o título de um "Editorial"
escrito por João Ruivo 
no Ensino Magazine
de 13 de Novembro de 2015
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João Ruivo
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"... e onde até a imbecilidade humana 
tem direito à globalização"
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A escola e a exclusão entre pares

A verdade seja dita: sempre houve bullying na escola. Todos guardamos memória disso. Na escola e no emprego, na família e no desporto, nos quartéis e nas igrejas, nos partidos e, até, nos mais insuspeitos grupos de amigos… Sempre o houve, onde e quando se agregaram pessoas e se formaram grupos onde coexistem fortes e fracos, chefes e chefiados, agressores e vitimados, ou seja, sempre e quando se desenvolveram relações de desigualdade na partilha do poder.

Em variadíssimas gerações, e por diversos motivos, os "caixa de óculos", os "pencudos", os "pés de chumbo", as "mamalhudas", os "bucha", os "espinafres", os "fanhosos", os "minorcas", os "graxistas", os "dentolas", os "cabelos de rato", as "asas de corvo", os "nerd"…, sempre foram motivo de jocosidade e, logo, também vítimas de processos de exclusão e de achincalhamento, verbal e quantas vezes físico, pelos seus pares. Outras vezes, dizia a voz dos sociólogos, tudo isso até favorecia a socialização do indivíduo pelo grupo.

Noutros tempos, pouco ou nada se sabia fora das paredes das instituições educativas; ou então, tudo se perdia entre regras de falsa etiqueta proporcionadas pela paridade e homogeneidade dos grupos sociais que tinham acesso à escola, sobretudo aos níveis de escolaridade mais avançados. Hoje, felizmente, sabe-se mais e, sobretudo, sabe-se melhor. Por exemplo, dizem-nos que 40 por cento das crianças portuguesas são vítimas de bullying. E, nesse escandaloso número, ainda nem se contabiliza a violência psicológica exercida por alguns jogos de consola, por alguns sites que as crianças e jovens visitam e, até, por alguns programas de televisão a que assistem, sem qualquer controle parental.

O que mudou entretanto? Tanta coisa! Desde logo, a democratização do acesso ao ensino (uma escola para todos) trouxe para a escola muitos jovens de diferentes culturas sociais, de diferentes "tribos urbanas", com as suas linguagens, gestos, símbolos, valores e vestuários diferenciadores em relação "ao outro" e identificadores "entre si". É que, também se sabe que o bullying se desenvolve mais quando os indivíduos são forçados a coabitar, algumas vezes contra-vontade e noutras contra-natura, no mesmo espaço e ao mesmo tempo.

Depois, as lideranças começaram a centrar-se nos mais "desiguais" perante a maioria: a desigualdade dos que se auto-marginalizam face às regras, a dos manipuladores do poder, da força e da coacção psicológica, a dos detentores de uma enorme capacidade de mentir e de resistir. O impacto foi de tal ordem de grandeza que gerou, em inúmeros casos, que os professores tivessem perdido a governação objectiva das instituições em que trabalham. Isto, quando não são eles mesmos a motivação e o principal alvo da violência que aí se desenrola. Todos os dias…

Finalmente, tenhamos em conta que a exponencial evolução dos meios e dos processos de comunicação de massas (internet em cada esquina, smartphones desde o berço, tablets, PCs portáteis, fotografia e filme digitais, acesso permanente aos dados nas nuvens do ciberespaço…) permitiu que o bullying ultrapassasse rapidamente as portas da escola, do bairro, da cidade, do lar, do país… revelando-se um verdadeiro campeão de audiências nas redes sociais da internet - referimo-nos, claro está, ao cyberbullying, associado ao cybercrime.

Nesta sociedade que tarda a reencontrar-se e onde até a imbecilidade humana tem direito à globalização; onde, infelizmente, não sobram exemplos de coerência e de ética; onde as famílias se constituem mais com base no "ter" do que no "ser"; onde se permite que todos os dias se destrua um pouco mais deste planeta que é única casa de todos, não é de estranhar que desde muito cedo (92% das mães americanas inquiridas admitiram que os seus filhos, com menos de dois anos de idade, já tinham acesso e brincavam na internet…) se incrementem as tentações totalitárias, desumanas e irracionais e que estas se sobreponham ao prazer de brincar, de conviver e de aprender com o "outro". Descansar é preciso, brincar faz tremenda falta, partilhar amadurece e socializar é gratificante e humaniza.

Por isso, hoje, a diferença situa-se na ténue fronteira da amplitude a que pode chegar a pressão dos pares sobre o indivíduo (o mal são os outros?), e da justificação que se quiser dar ao livre arbítrio que conduz à selecção da vítima e da motivação para a violentar.

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NB - Penso que se trata de um texto que merece ser lido por todos os professores e por todos aqueles que de algum modo se sintam com responsabilidades educativas.

24 novembro 2015

Ou se é mentira o que sinto...

...num "poema sem nome"
in.Fb - 25 10 2015
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Isabel Monteiro
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às vezes pensa-se
que a vida
passa de revés
tão ligeira e fugaz
se evapora na aragem
do pensamento

às vezes, pensa-se
que a vida é apenas
a corrida do tempo
flutuando em jardins
de verdade ou de fantasia
que o céu concede e alivia

às vezes, pensa-se
não fosse o pensamento tanto
em inflexões labirínticas
a escoar-se no caminho
mas pressinto, 
que às vezes, e quantas vezes
já nem sei
se é verdade o que penso
ou se é mentira o que sinto.

Isabel Monteiro
(Bébé Ribeiro)

23 novembro 2015

Pensamentos...

Todos admiramos o talento, a coragem, a solidariedade, as grandes dedicações e as provas difíceis, mas só alguns têm consideração pelo dinheiro”.
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Sébastien-Roch Nicolas de Chamfort

22 novembro 2015

Porfírio Lima ...

...foi homenageado em Castelo Branco.
Cfr."Reconquista"
19.11.2015
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Porfírio Rodrigues de Lima
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Escuderia... Sempre.
A máxima que serviu de suporte à noite do dia 14 de Novembro não é certamente inocente em relação ao momento mais sentido do programa: o tributo a Porfírio Lima, sócio Fundador da Escuderia de Castelo Branco, falecido em Maio passado.
Foi "uma homenagem simbólica mas com muito amor" como disse António Sequeira, o presidente da Direcção do Clube. Coube, no entanto, ao Presidente da Assembleia Geral, Nuno Almeida Santos, fazer uma viagem pelo percurso daquele que , reconhecidamente, era "um fervoroso adepto do desporto automóvel".
A sua ligação à Escuderia perdurou pelo tempo fora, desde a data da fundação. "Acompanhou sempre as actividades e, nos últimos anos, foi um conselheiro e um amigo" de toda a equipa dirigente. "A vida da Escuderia ficará para sempre marcada pela presença e atitude de Porfírio Lima."
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NB - A Escuderia foi fundada em 21 de Maio de 1964.
       Foram seus Sócios Fundadores:
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01- Joaquim Lopes dos Santos Pio       
02- Manuel Augusto Gonçalves da Cunha Tavares
03- Luís Joaquim Carrega Marçal Grilo
04- Amado Ramos Estriga
05- Porfírio Rodrigues de Lima
06- António Manuel Pereira Duarte
07- Jorge Abel de Moura Pinheiro
08- Eduardo Carrega Marçal Grilo
09- Humberto Mendes Salavessa
10- João António Teixeira Montanha Pinto
11- Mário Firmino
12- António Meireles Farias
13- João Caetano d'Abrunhosa
14- Joaquim Nunes Ribeiro
15- Jorge Sequeira Ribeiro
16-José Nápoles Boavida Godinho
17- José Mendes da Costa Carvalhão
18- Manuel Riscado Venâncio Leão
19- João D. Moura Pinheiro
20- Domingos dos Santos Pio
21- Luís Lopes dos Santos Pio
22- Francisco Manuel Ruivo Ferreira Romãozinho
23- José Cardoso Morgado Duarte
24- José Paiva Morão
25- José dos Reis Sanches Júnior
26- António Tavares Lobato Carriço.

21 novembro 2015

São quadras, meu bem... são quadras!...

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Desfolhaste o malmequer
A perguntar se eu te queria.
Fizeste mal, oh mulher,
O malmequer não sabia.

20 novembro 2015

Escrito na pedra...

In. “Público”
02.10.2015

Nem sempre podemos agradar, mas podemos falar sempre agradavelmente.
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Voltaire
1694-1778

Filósofo, poeta e historiador francês

19 novembro 2015

Humor antigo...

in. "Histórias Francesas"
Colecção "Mundo ri"
Ed.Vilhena - 1962

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- Não te preocupes, papá! Paul anda a estudar para médico. 
Está habituado a ver isto.

18 novembro 2015

Provérbios...

"A paciência é uma árvore de raiz amarga mas de frutos muito doces."
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Provérbio persa.

17 novembro 2015

Parabéns!... 17 de Novembro

A  Maria Regina faz anos hoje.
Beijinhos e um belo dia cheio de coisas boas...

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Maria Regina Bidarra Gomes

16 novembro 2015

Setubalense - 1968 - Dezembro

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02 Dezembro
Câmara Municipal
O Sr. Ministro das Obras Públicas mandou elaborar o projecto da ligação da Figueirinha ao Portinho da Arrábida.
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02 Dezembro
Foi promovido a Ten.Coronel, o Sr. Ernesto Carrilho do Rosário.
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04 Dezembro
Escola e Liceu vão jogar no Bonfim, com um fim bom!...
“Embora menos forte a minha equipa espera conquistar novamente o troféu.”, afirmou o Prof. Domingos do Rosário.
“A equipa do Liceu está bastante moralizada…”, confessa-nos o Dr. J. Mendes de Matos.
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07 Dezembro
… um carro conduzido pelo Sr. António Luís Trindade Teixeira Malheiros atropelou gravemente o cabo do mar da Capitania do Porto de Setúbal, Sr. José Leitão dos Santos, de 37 anos.
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09 Dezembro
Foi aprovado pelo Sr. Ministro das Obras Públicas o projecto do grupo escultórico destinado à Fonte Luminosa, instalada na Avenida Luisa Todi, em frente do Mercado do Livramento.
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11 Dezembro
O Dr. Melo e Castro foi nomeado presidente da Comissão Executiva da União Nacional.
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11 Dezembro
Nota oficiosa do Ministério da Educação Nacional sobre os vários acontecimentos ocorridos nos meios estudantis e de modo especial à “greve indefinida às aulas” que seria desencadeada na passada 2ªfeira, pelos alunos do Instituto superior Técnico.
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11 Dezembro
O jogo Liceu – Escola
Um golo mal anulado traiu a justiça do resultado:
Liceu, 1 – Escola, 3
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14 Dezembro
Abertura Solene do novo Ano Lectivo, no Liceu Nacional de Setúbal (no passado dia 12 de Dezembro)
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14 Dezembro
Com a idade de 51 anos, faleceu na tarde de 5ªfeira (em 12 Dez), o Sr. Eng. Manuel José Lacasta Do Nascimento e Oliveira professor da Escola Industrial e Comercial de Setúbal.
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16 Dezembro
O Dr. Manuel Fernando da Cunha Cardoso tomou posse como Secretário do Governo Civil (em 14 de Dezembro)
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18 Dezembro
O Dr. Miguel Rodrigues Bastos é um dos novos membros da Comissão Executiva da União Nacional.
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24 Dezembro
Casamento
Na igreja matriz de Cascais, foi celebrado no sábado, dia 21 de Dezembro, o casamento da Sr.ª Dr.ª D. Teresa Maria Mendes de Sousa Uva, professora do Liceu de Setúbal, com o Sr. Dr. Jorge Fernando de Castro Patrício Paul.
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31 Dezembro

Foi inaugurado o busto de Calafate, no Parque do Bonfim, em 29 de Novembro.

15 novembro 2015

Humor antigo...

in. "Histórias Francesas"
Colecção "Mundo ri"
Ed.Vilhena - 1962
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- Não é que em me importe, pessoalmente, menina; 
mas a lei proíbe que se pratique aqui o nudismo...

14 novembro 2015

Escrito na pedra...


In. “Público”
08.10.2015
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Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.
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Machado de Assis
1839-1908

Escritor brasileiro

13 novembro 2015

Parabéns!... 13 de Novembro

O Luís faz anos hoje...
Um abraço grande e um dia cheio de sol e coisas boas.
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Arq.Luís Joaquim Carrega Marçal Grilo

12 novembro 2015

Fotografias de Castelo Branco...

... Painel de azulejo existente no
Jardim do Paço Episcopal
com base num desenho de 
Duarte d'Armas, em finais do séc.15
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Duarte d'Armas, escudeiro e debuxador da Casa Real, foi encarregado por D.Manuel I, de Portugal, para levantar o estado das fortificações da fronteira com Castela, o que fez em planta e em panorâmicas. Publicou uma obra com o título "Livro das Fortalezas"

11 novembro 2015

Actualíssimo no dia de hoje...

"Diz à mãe que eu vou à Lua"
por Pedro Bidarra
in. Diário de Notícias
08-11-2015
Pedro Bidarra

Chamemos-lhe pequeno António, para não usar o seu verdadeiro nome. O protagonista não é mais o rapazola que era então. Hoje é um homem feito, e a viagem à Lua é apenas uma memória distante que, com o tempo, passou de dolorosa a cómica. Por outro lado, nomeá-lo de pequeno António abre todo um conjunto de associações que torna a narrativa mais metafórica. Parabólica, mesmo. Vamos a ela.

A coisa passou-se em Alhandra, na velha Alhandra toureira onde se vê e vive o rio, a Alhandra das Viagens na Minha Terra; também ela viajada pelos tempos que entretanto correram. Hoje, a velha Alhandra tomou tonalidades cinza e passou de toureira a Alhandra cimenteira; terra onde se respira, expelido pela fábrica dos brasileiros, o finíssimo pó do investimento estrangeiro. Enfim, a história passa-se em Portugal.

A ideia do pequeno António era ir à Lua. Era um dos sonhos da época. Hoje serão poucas as crianças que sonham ir à Lua, mas naquele tempo de apenas dois canais de TV, e quando o progresso científico e tecnológico não era incontinente como hoje - a inovação, a invenção e os gadgets são banalidades massificadas e partilhadas todos os dias a todas as horas -, naquele tempo, dizia, a ida à Lua era o píncaro do progresso da humanidade. Era uma aventura com fatos espaciais, foguetões, cápsulas, módulos lunares, aterragens e amaragens e gravidade zero. Não havia como não sonhar em ir à Lua. Na época, acreditávamos em viagens espaciais e que as faríamos ainda no nosso tempo.

Ora, ao contrário de quase todos nós, que só sonhávamos, o pequeno António, sendo de Alhandra, terra de gente resoluta e sem medo, resolveu por mãos à obra. Para o pequeno António a imaginação precedia a acção: imaginar-se na Lua era ir à Lua.

O dinheiro para financiar a expedição veio diretamente das subvenções natalícias e aniversariantes. Durante mais de um ano, o pequeno António juntou-o para autofinanciar o sonho. Quando, depois de mais um Natal, finalmente conseguiu o pecúlio, dirigiu-se ao vendedor de foguetes e, com a desculpa de que era para a passagem de ano, comprou dois. O vendedor de foguetes não fez perguntas nem deu conselhos. Limitou-se a entregar-lhe os dois foguetes.

O kit foi todo pensado e desenhado pelo pequeno António e consistia, basicamente, em dois potentes foguetes de doze bombas presos ao tronco com fita isoladora de electricista.

Feito o kit, o pequeno António escolheu o seu Cabo Canaveral. Partiria para a Lua do cimo de uma azinheira, que ficava no quintal das traseiras de sua casa. Fá-lo-ia ao fim da tarde, quando a Lua se enquadrasse numa zona pelada da copa; um buraco que o pequeno António tinha podado, clandestinamente, durante as últimas semanas.

Quando finalmente chegou o dia de levantar voo em direcção à Lua, o pequeno António cintou vigorosamente os foguetes às costas com a fita de electricista e subiu ao alto da azinheira. Lá do alto verificou o equipamento e, em contagem decrescente, esperou que a Lua se enquadrasse com o buraco da copa. Cá em baixo, o seu irmão mais novo assistia.

Quando a Lua chegou finalmente à posição certa, o pequeno António disse então as palavras que o tornaram imortal em Alhandra, "Diz à mãe que fui à Lua", e fez o que tinha a fazer. Apontou, accionou a espoleta e bum.

Claro que o fim da história é previsível. Todos sabemos que o pequeno António nunca chegou à Lua, que acabou queimado, no chão, com uns quantos galos na cabeça, costelas partidas. É o que acontece quando se metem dois foguetes cheios de bombas às costas e se quer ir à Lua.

Mas não se menorize, antes se aplauda o esforço e o engenho do pequeno António que, ainda assim, tentou a Lua e levantou os pés do chão. Que é fazer mais do que fizeram quase todos os da sua geração. A moral da história é confuciana.

São quadras, meu bem... são quadras!...

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Descobri (Não és sincera!...)
Que tens faltado à Verdade!
Actuas como quem espera
Não esperar fidelidade...

10 novembro 2015

Recordações...

... com 8 anos
em 27 de Setembro de 1970
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Gi
(la pequeña Margarita, 
con su gracioso lunar en la mejilla)

09 novembro 2015

A brisa encontrada antes do vento...

...num poema a que 
Pedro Homem de Mello
deu o título de
"Condenação"
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Pedro Homem de Mello

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Foi a mão sem anéis, antes da luva.
Sorriso breve, antes do beijo lento.
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Foi a rosa, entreaberta antes da chuva.
Foi a brisa, encontrada antes do vento.
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Foi a noite, a inocência na demora.
Foi a manhã - verde janela aberta:
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Dois corpos lisos que se vão embora
Como a acordar a praia, ainda deserta.
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Foi a paz, o silêncio antes do grito.
Foi a nudez, antes de ser brocado...
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E foi, depois, o cântico interdito
E todo o meu poema recusado!
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in "Os poemas ignorados" - 1957

08 novembro 2015

Escrito na pedra...

In. “Público”
09.10.2015
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“Aquele que não tem confiança nos outros não lhes pode ganhar a confiança.”
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Lao-Tsé
570 aC490 aC

Filósofo da China Antiga

07 novembro 2015

Humor antigo...

in. "Histórias Francesas"
Colecção "Mundo ri"
Ed.Vilhena - 1962
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- Estou tão contente, papá!! Agora tenho a certeza de que 
não é só o meu dote que lhe interessa.

06 novembro 2015

Meu caro Professor Marcelo...

... de Helena Matos
com o título
Meu caro professor Marcelo,
.
in. "Observador"
em 1/11/2015, 0:04, (por E-mail)
.
Helena Matos

Onde vai esta semana? A Pirescoxe jogar dominó com Jerónimo de Sousa? Era bonito e dava um lindo momento televisivo. Diga-me uma coisa: acredita que vai ser eleito pela esquerda ou acha que pode convencer a esquerda a abster-se? Algo me diz que a última hipótese – convencer a esquerda a ficar em casa – é aquela em que aposta.

Mas, desculpará que lhe pergunte, já se lembrou que pode ganhar por esmagadora maioria entre os portugueses telespectadores e ter um fraco resultado entre os portugueses eleitores? Os portugueses eleitores são manhosos e caladosmaioria silenciosa não é? Pelo contrário os portugueses telespectadores são peremptórios e algo espalhafatosos.

Dir-me-á o senhor professor que os portugueses eleitores e os portugueses telespectadores são a mesma pessoa. Ora, ora, senhor professor, este é o país em que a divisão entre o eu e o mim tem dado alguma filosofia, óptima poesia e pode, acredito eu, dar um resultado eleitoral surpreendente. E que não lhe será favorável.

Talvez não tenha percebido ainda mas não se vota com o comando da televisão. Fosse esse o caso e o senhor professor estava para lá de eleito.

Mas para que os votos caiam na urna cada português-eleitor tem de dizer ao português-telespectador para se levantar do sofá ou da cadeira do café e ir para a fila. E isso, acredite, não só não é fácil como se rege por umas regras que escapam ao Portugal das televisões, onde o senhor professor é sem dúvida presidente por aclamação. Está, por exemplo, a ver o Cavaco (chamemos-lhe assim porque é assim que os telespectadores o tratam)? O Cavaco é o eterno derrotado do país dos telespectadores. No país dos telespectadores não existe aliás nada mais simpático, consensual e transversal que dizer mal do Cavaco. É assim como falar do tempo. Uma pessoa não tem que dizer, um comentador não quer desagradar a ninguém, um político precisa de dizer alguma coisa sem se comprometer, e pronto têm logo ali o Cavaco a jeito. Resulta sempre.

Mas num remake político da heteronímia de Pessoa mais de dois milhões de portugueses telespectadores transformam-se em eleitores de Cavaco Silva de cada vez que ele se apresenta a eleições. Algo me diz até que enquanto vão às urnas colocar o voto no “professor Cavaco Silva” deixam em casa o português telespectador a dizer mal do Cavaco e a ouvir dizer mal do Cavaco. Complicado? Nem por isso. Português? Sim.

E é aqui que chegamos ao que lhe quero dizer: o senhor professor é o eleito indiscutível dos portugueses telespectadores, uma espécie de imperador das sondagens, mas arrisca-se a não conseguir que os portugueses eleitores se mexam para lhe dar o seu voto. Ou seja corre o risco de ser o inverso de Cavaco Silva.

Porquê? Porque a sua coerência ideológica neste início de campanha (e, senhor professor, não só!) é a versão política da grelha de televisão de um canal generalista: completamente transversal, feita para agradar a todos e sem nada que a distinga. O português telespectador vê e aplaude. E o português eleitor? Acha-lhe graça mas perceberá que a esquerda que também lhe dava audiências não lhe vai dar votos. O pior é que, naquilo que aos votos respeita, o mesmo se pode vir a passar com o centro e o centro-direita: não o rejeitam mas ficam em casa.

Os tempos estão feios. Os sinais do rolo compressor do frentismo já estão aí todos. (Na verdade, se fosse um líder do PSD a adoptar a estratégia de Costa, o mínimo que o senhor professor teria dito é que ele estava lelé da cuca!) Não ignora certamente o que nos espera: incidentes, desprezo pelos procedimentos, imposição de uma agenda de causas que permita manter o povo distraído do agravamento da situação económica e mobilizado no combate sempre a mais uma desigualdade, mais uma discriminação, mais uma injustiça… Tenho aliás a intuição que entre as causas fracturantes dos casamentos, aborto e eutanásia ainda chegaremos à discussão sobre a regionalização.

Viu, como todos viram, que o líder do PS não foi à tomada de posse do Governo. Viu, como todos viram, como Ferro Rodrigues se tornou presidente da AR contra a prática até agora seguida. Viu, como todos viram, que António Costa tornou o PS refém do PCP e do BE e o que tem para dizer é que no seu modelo de presidência “não há bons nem maus, preferidos e preteridos”? Como se o que estivesse em causa fosse uma questão de gosto, tipo só vejo as novelas da TVI, e não o trazer para o arco da governação partidos radicais que não mudaram um parágrafo nos seus objectivos e nas suas tácticas.

Senhor professor, somos todos excelentes pessoas mas muitas pessoas excelentes têm ideias nada excelentes. Os radicais do BE e do PCP são disso um claro exemplo. Tentar transformar, como fez, as reservas face a um governo que deles dependa numa espécie de preconceito garante audiências mas só isso.

Sei que o senhor professor é o mais consensual dos portugueses. Mas lamento informá-lo: não está candidato a Miss Simpatia mas sim a Presidente da República. E ao certo, além de querer ser aplaudido, o senhor professor quer o quê  e defende o quê em Portugal, neste final de 2015?

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05 novembro 2015

Até um copo cheio de nada...

...nos pode escapar da mão!


Uma psicóloga a falar sobre o stress, numa conferência, levantou um copo de água.
Todos pensaram que ela iria perguntar:
"Meio cheio ou meio vazio?".
Mas com um sorriso no rosto ela perguntou:
"Quanto pesa este copo de água?"
As respostas variaram entre 100 e 350 g.
Ela respondeu:
"O peso absoluto não importa.
Depende somente do tempo que o segura. Senão, vejamos:
Se eu segurar um minuto, não existe problema nenhum.
Se eu o segurar durante uma hora, ficarei com dores no braço.
Se eu o segurar por um dia,o meu braço ficará duro e paralisado.
Em todos os casos representados anteriormente o peso do copo não mudou, mas quanto mais tempo eu o segurava, mais pesado ele ficava".
E então, continuou:
"O stress e as preocupações da vida são exactamente como este copo de água.
Se eu pensar neles por um curto período de tempo, nada acontece.
Se pensar neles um pouco mais de tempo, irão começar a criar mossa.
E se pensar neles durante o dia todo vou-me sentir paralisada, incapaz de fazer qualquer coisa".

Lembrem-se sempre de, atempadamente
"largar o copo" !!!!
Corre na Net
05.11.2015

04 novembro 2015

São quadras, meu bem... são quadras!...

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Teus olhos querem dizer
Aquilo que se não diz...
Tenho muito que fazer.
Que sejas muito feliz. 

03 novembro 2015

Faleceu a D. Adelaide Fernandes...

... que foi professora de Lavores Femininos, 
no Liceu de Setúbal a partir de Abril de 1948.
Nasceu em 16 de Fevereiro de 1917 e tinha 98 anos.


D. Maria Adelaide de Jesus Fernandes

O corpo estará na Igreja do Socorro, a partir das 18h
e o funeral vai realizar-se amanhã, pelas 16 horas, para 
o cemitério de Nossa Senhora da Piedade.
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Uma boa Amiga que desaparece.
Sentidos pêsames, e um abraço para a filha 
Beatriz Castelo Branco
e marido António Cabral Graça (Toy) e para os netos.
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Que repouse em Paz.

Faleceu o Dr.Peres Claro...

Rogério Noel Peres Claro, que foi Director da Escola Industrial e Comercial de Setúbal
faleceu ontem no Hospital de São Bernardo.

O deputado Peres Claro
em Junho de 1971.
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Nasceu em Setúbal em 6 de Outubro de 1921. Fez o ensino secundário no Liceu Nacional de Setúbal, tendo terminado no ano lectivo de 1937/38.
Licenciou-se em Filologia Românica, na Universidade Clássica de Lisboa.
Foi professor do Ensino Técnico e jornalista.
Iniciou a carreira docente como professor efectivo na Escola Industrial e Comercial de Estremoz, tendo sido nomeado Director em 1951.
Na política, foi Vice-Presidente da Comissão Distrital da União Nacional, de Setúbal;
foi Sub-Delegado da Ala de Setúbal da Mocidade Portuguesa (1949/52). Foi também Chefe da Secretaria do Grémio do Comércio de Setúbal.
A sua carreira parlamentar iniciou-se na VII Legislatura, pelo Círculo de Portalegre (1957/61) e foi eleito deputado pelo Círculo de Setúbal, na IX e X Legislaturas. (em 1965/69 e 1969/73)
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O Dr. Rogério Noel Peres Claro residia há alguns anos, na Casa do Professor, em Setúbal.
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Que descanse em Paz
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(O corpo está na Igreja de S.Paulo a partir das 18h e o funeral realiza-se amanhã às 11h)

Fotografias de Castelo Branco...

Foto obtida em 
16.Jun.2010
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A Praça Velha (Praça Luís de Camões)
com o edifício da Domus Municipalis
que foi mais tarde a Cadeia Municipal
e, mais tarde ainda, a Biblioteca Municipal 

02 novembro 2015

Escrito na pedra...

In. “Público”
27.09.2015
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Pouca ou nenhuma vez se realiza com a ambição coisa que não prejudique terceiros
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Miguel de Cervantes
1547-1616
escritor espanhol

01 novembro 2015

Humor antigo...

in. CanCan2
05.Jun.1959
Com o traço de Albert.
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Ela (furiosa): - Já os avisei que não é permitido cozinhar no quarto!...