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08 novembro 2006

Os meus heróis de BD. 1

Tintim - 1941


Tintim e Ronrom
Creio que teria sido no Verão de 1941, numas férias passadas em Oleiros, que pela primeira vez fiquei fã do Tintim e da Ronrom! Era assim o nome da Milou naquela altura…
Lendo (ou vendo?!...) as páginas de uma revista de banda desenhada existente naquela época , o “Papagaio” ou “O Senhor Doutor”, já não me lembro qual deles, deparei com umas figuras simpáticas (Tintim e Ronrom) que se confrontavam com Philippulus, um profeta loucos e umas enormes aranhas que me metiam medo…

Eis o castigo!... Uma enorme aranha!...

“O fim dos tempos chegou”, grita um profeta louco pelas ruas de Bruxelas, onde o alcatrão derrete, os pneus dos carros rebentam e milhares de ratos fogem desesperadamente. Neste cenário horrível, Tintim não consegue evitar a preocupação. Será que às 8 horas, 12 minutos e 30 segundos o mundo vai acabar, tal como calculou o professor Hippolyte Calys? Quando o jovem repórter acorda são e salvo no seu sofá, percebe que foi apenas um pesadelo e um tremor de terra.

O observatório...

Mon dieu!... C'est horrible, Monsieur l'astronome!...

...O fim do mundo, sim!...

Ao criar A Estrela Misteriosa, Hergé transpôs para as pranchas de BD o ambiente apocalíptico que o mundo vivia na altura. Estávamos em 1941 e os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial abalavam a Europa. Na Bélgica, as tropas alemãs controlavam o país e o jornal onde o pai de Tintim publicava as suas pranchas tinha de se sujeitar à censura dos invasores. Mais tarde, foi essa a justificação que Hergé apresentou para alguns pormenores na história que o levaram a ser acusado de anti-semitismo – o nome do vilão e o nome do banco que patrocina o Peary são de origem judaica – e de politicamente comprometido com as forças do Eixo

NB. Adolfo Simões Müller (1909-1989) foi um escritor e jornalista português, natural de Lisboa. Frequentou a Faculdade de Medicina mas abandonou o curso. Foi secretário de redacção do jornal Novidades, fundador e director até 1941 do jornal infantil "O Papagaio" e director do "Diabrete". Foi ainda director do gabinete de estudos de programas da Emissora Nacional e produtor de programas para a rádio. Inclusivamente foi o autor do primeiro folhetim de rádio.

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