Uma aguarela com muito valor...
A Casa de Bocage na rua Edmond Bartissol.
Aguarela de Alberto de Sousa, datada de 1960, e que sempre conheci
no Gabinete do Presidente da Câmara, antes do 25/4.
Não sei onde pára actualmente... Espero que esteja bem resguardada...
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Alberto de Sousa foi sogro do Arquitecto Oliveira (Jorge Alberto Ribeiro Oliveira)
que foi professor efectivo de Desenho (9ºGrupo). do Liceu Nacional de Setúbal, em 1961/62, no primeiro de reitoria do Dr.Estêvão Ferreira Moreira.
O Arquitecto Oliveira, um "perseguido" do regime anterior, tem histórias que
só contadas... Talvez um dia as recorde...
só contadas... Talvez um dia as recorde...
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Poirier Braz voltou a contactar comigo..
Meu Caro Amigo
JJ Mendes de Matos
Fiquei desvanecido com a introdução que faz ao texto que lhe enviei e, sobretudo, pela referência àqueles meus tão queridos companheiros.
Vou hoje falar-lhe de uma das muitas mentiras que se dizem acerca de BOCAGE: a casa onde nasceu.
Em 1958 publiquei um pequeno estudo de 76 páginas, edição dos Serviços Culturais da Câmara Municipal de Setúbal (hoje rara), intitulado: Manuel Maria de Barbosa du Bocage (Notícia Bio-Biblio-Iconográfica).
Nele cometi o erro, praticado antes e depois por tantos outros, de afirmar que BOCAGE nascera naquela casa da Rua do Bartissol sobre cuja porta, em 10 de Abril de 1864, por subscrição promovida por Manuel Maria Portela, foi afixada uma lápide com os seguintes dizeres:
"Nesta casa nasceu o insígne poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, a 15 de Setembro de 1756 - alguns dos seus conterrâneos mandaram fazer esta memória, no ano de 1864".
Foi necessário vir um estudioso brasileiro, o Prof. Adelto Gonçalves, para desfazer este erro colectivo, no livro "Bocage - O Perfil Perdido", edição da Caminho, de 2003.
Na verdade, tudo não passou de uma farsa montada por Manuel Maria Portela, redactor do jornal A Voz do Progresso, com o apoio do visconde de Castilho. A fraude já tinha sido minuciosamente desmascarada nos apontamentos deixados pelo historiador João Carlos de Almeida Carvalho (1817-1897) e que hoje fazem parte do acervo do Arquivo Distrital de Setúbal.
Mergulhando a fundo em documentos da época, Adelto Gonçalves conseguiu estabelecer, sem margem a dúvidas que, quando o pai de BOCAGE, José Luis Soares de Barbosa casou, em 1728, com Mariana Joaquina Xavier Lustoff du Bocage foi morar na casa da sogra, sita na Rua das Canas Verdes, depois Rua de S. José e actual Rua António Joaquim Granjo, que faz esquina com o Largo de Santa Maria. Foi nesta casa que BOCAGE nasceu, com mais quatro dos seus irmãos, visto que Maria Eugénia foi nascida e baptizada em Beja, quando o pai era ouvidor naquela comarca.
Por curiosa coincidência, na casa contígua, do Largo de Santa Maria viria a nascer Fernando Santos, o pintor que melhor representou BOCAGE.
Assim, não existe actualmente qualquer dúvida de que a família de BOCAGE nunca habitou na casa da Rua de S. Domingos, actual Rua do Bartissol, pelo que o poeta nunca ali poderia ter nascido.
Era bom que, a bem da História de Setubal, se repuzesse a verdade.
Aceite um grande abraço e o desejos de boa saúde do
Manuel Poirier Braz
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Mais uma achega cheia de interesse municipal, esta veiculada por Perier Braz.
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