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24 abril 2009

Boleros...

Faz hoje 13 anos, em 24 de Abril de 1996, o "Público escrevia com um certo destaque, embora numa página interior, que:
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" A humanidade tem por hábito dedicar um dia por ano a causas perdidas: à criança, à mulher, à vaca inglesa, em suma, aos perdedores".

A "tirada" é do escritor catalão de língua castelhana Manuel Vásquez Montalbán no dia da abertura do XXV Congresso da União Internacional de Editores.
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E disse mais:
" Há que viver o 23 de Abril como se fosse um verso de Bolero -- " a última noite que passei contigo..." -- conscientes de que poucas vezes temos a possibilidade de ser felizes em troca de uma dose tão pequena de auto-engano! "

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Lembrei que, nos meus tempos de Lisboa, era raro falhar um Baile das Faculdades ou qualquer "assalto" que algum grupo de Amigos pretendesse fazer... Naquela época não havia outras possibilidades...por onde escolher!
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Tangos e boleros eram as danças preferidas de toda a juventude... e estavam na moda alguns cançonetistas exímios nesse tipo de canções, como o norte-americano Nat "King" Cole e a afamada, famosa e doce brasileira Ângela Maria, que eram os expoentes máximos desse sector musical...
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Naquele dia de Abril de 1996, fui-me lembrando de alguns boleros...
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"Como um verso de Bolero"
Como uma noite perdida...
Penso em ti e logo quero
Vogar, vago, em tua vida...


Não há Bolero que exprima
Uns "Olhos negros" que eu vi
Uma promessa falhada
E o perfume que senti...


Fosse eu Ravel e sentisse
A causa desta opressão
Tinha chamado ao Bolero
Balada de um Coração...


Foi um sonho o que sonhei
Quando te vi, acordado...
Teus olhos e o teu sorriso
Não são "Coisas do passado"...


"Coisas do passado", por Angela Maria / música de Renato César


Não armes em distraída
"Escuta", amor, esta canção...

Há sempre "Acordes que choram"
Dentro do meu coração...

"Escuta", por Ângela Maria / música de Ivon Curi
"Acordes que choram", por Ângela Maria / música de Othon Russo



São "Três palabras" que quero

Segredar no teu ouvido.
Se as digo... tenho receio!
Se as calo... não faz sentido!...


"Três palavras", por Nat"King"Cole / música de Osw.Farres


Se "Aquellos ojos verdes"
Não são uns olhos traidores,
Que mal terá se os achar
Tão lindos como uns Amores?!...

"Aqueles olhos verdes", por Nat"King"Cole / música de Nilo Menendez



A "Ansiedade" que eu sinto
Quando te afastas de mim...
É um castigo dos céus
Que me tortura sem fim...

"Ansiedade", por Nat"King"Cole / música de Sarabia Rodrigues


Quando estiver "Junto a ti"
Com vontade de beijar,
"Acercate mas" de mim
Não vá o mundo acabar...


"Acercate más", por Nat"King"Cole / música de Osw.Farres


Não digas "Não tenho lágrimas"
Não sou capaz de chorar...
Se te conto a minha vida
Vai surgir um outro mar...


"No tiengo lágrimas", por Nat"King"Cole / música de Max Bulhões


Dizes-me "Vaya con Dios"

Tu não queres saber de mim...
Se te pedir que me ames
Não digas não!... Diz que sim...

"Vaya con Dios", por Nat"King"Cole / música de Russel


Não é uma causa perdida
O desejo de te amar...
"Solamente una vez" queria
Junto de ti acordar...

"Solamente una vez", por Nat"King"Cole / música de Agustin Lara



Rua estreita...rua triste...
"Rua sem sol"... agonia...

Muda p'rá minha!... Verás...
Hás-de sorrir todo o dia!

"Rua sem sol", por Angela Maria / música de Mário Lago



"À média luz" segurei
Teu corpo esguio a dançar.
Dei um passo... e reparei
No clarão do teu olhar...


"À média luz", por Nat"King"Cole / música de Donato-Lenzi

1 comentário:

Olímpio Matos disse...

Blogue saudosista a marcar uma época que deixou saudades em todos que a viveram !
Mas continuamos a ter de adivinhar o nome do autor das quadras.Já vai sendo tempo de "dar à poesia o nome do dono".
Um abraço. OMM