Neste aspecto, o partido comunista actuou de maneira exemplar! Conhecia muito bem as "nódoas negras" e as "argoladas"que muita gente, funcionários públicos ou outras pessoas, com fama e muitas vezes o proveito de serem "bufos da pide", tinha adquirido. E "agarrou-os" pelos coisos...tornando-os subservientes para tudo o que fosse preciso...
Sempre que podiam, em público, sem vergonha, onde quer que estivesse alguém deveras ligado ao partido, aí se faziam ouvir tecendo loas ao PC e a todas as esquerdas que eles “seguiam desde pequeninos”…
Tecendo loas ao PC e denegrindo tudo quanto de decente se tivesse feito no regime político, antes de Abril de 74
Sempre que podiam, nos cafés, nas tertúlias, com os amigos ou recém conhecidos, nas aulas enfrentando os alunos, muitos dos quais nem sabiam o que estava acontecendo, escolhiam “alvos”, quase sempre ausentes, que desancavam, quantas vezes sem conhecer o que diziam, apenas porque alguém lhes assobiou aos ouvidos que era preciso dar cabo de A ou de B!
Nas Escolas Secundárias e nas Faculdades muitos “mestres” se encarregaram destes “serviços” sujos que convinha serem feitos…
E criaram-se “bodes expiatórios” cujos nomes foram surgindo, escritos a vermelho por tudo quanto era sítio… nas paredes dos edifícios públicos, nos monumentos, nas paredes das igrejas, nas paredes dos prédios em geral, em muros caiados na véspera… Tinha chegado a vez da imolaçãode de autarcas, de professores, de industriais, de comerciantes...eu sei lá...
A imagem de muita figura pública foi-se distorcendo lentamente, para a maioria dos jovens que então começavam a pensar nas coisas sérias da política… Não tinham pontos de referência… Não conheciam a história recente…
Esses “mentores” esqueceram, ou nunca o souberam que, tal como agora... tal como sempre, os jovens têm as suas preocupações, os seus interesses próprios de cada idade e que a maturação política se faz com o decorrer dos anos que vão passando.
Por isso ficam agora admirados quando fazem inquéritos aos jovens estudantes que eles nem saibam, nem queiram saber, quem foi Otelo de Carvalho, Vasco Gonçalves ou António de Spínola, Pinheiro de Azevedo e tantos outros!
Os tais “mentores” serviram-se quase sempre dos “tambores de bronze” e rufaram sem cessar aos ouvidos de cera mole dos jovens alunos, que pela frente lhes apareciam, para lhes ampliarem os aspectos mais negativos do político A ou do político B…
E apesar disso… o seu trabalho foi um fracasso! Ninguém engana o Povo que já deu provas insofismáveis, em muitos actos eleitorais, que não é parvo!!... Ninguém engana…nem ninguém o enganará!
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Jã ficou "sugerido um trabalho de bastidor"!
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Será bom que não esqueçamos que uma votação electrónica através da Net é feita num ambiente de recato, propício a uma meditação prévia sossegada e "sem entraves". Além de pressupor um "eleitorado" mais esclarecido, informado e capaz de pensar por si.
É natural que uma "população eleitora" informada através dos tais
"tambores de bronze" tenha mais dificuldades numa votação independente.
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Vem esta “conversa” a propósito do artigo que hoje aparece na coluna semanal “Palcos da discórdia”, da autoria de Mário Mesquita, jornalista e Professor Universitário.
Apenas ponho em destaque, sem mais comentários, alguns excertos do trabalho do Dr. Mário Mesquita.
Para o autor deste texto, o Povo também deve ser parvo quando escolhe aquilo de que ele não gosta!... Ou quando não escolhe o politicamente correcto...
“Salazar, outra vez
O concurso dos "grandes portugueses", organizado pela RTP, está em pausa, antes de entrar na fase decisiva. Alguns estranham que não tenham sido ainda divulgados os resultados relativos à primeira selecção. Correm boatos, quiçá infundados, que relacionam esta demora com os resultados obtidos por António de Oliveira Salazar, que teriam atingido proporções embaraçosas para os organizadores do programa."
(…)
"A votação poderá reflectir o trabalho de bastidor de "salazaristas" convictos, mas, embora não seja representativa do conjunto do eleitorado português, não é isenta de significado."
(…)
"Talvez se possa admitir que a votação na RTP, se corresponder aos boatos em circulação, traduza certa nostalgia da mão de ferro que governou Portugal durante meio século."
O Jardim das Glórias da Direita Portuguesa.
Mário Mesquita
Palcos da discórdia
Público – 03.12.2006
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