...e a ele todos se dobram!
(...)
Quase ano e meio depois o que então se escrevia a propósito de lugares de nomeação governamental assumiu dimensões novas, quando assistimos à destruição pelo actual Executivo de uma das entidades reguladoras que sempre actuara com independência, à substituição do seu presidente por um antigo governante do PS e, pior ainda, à tentativa de silenciamento do homem que se limitou a fazer o que devia, Jorge Vasconcelos. Ao recorrer a um artifício legal para impedir uma audição parlamentar que podia ser desconfortável para as teses do Executivo, os homens de José Sócrates - neste caso, Manuel Pinho, ministro da Indústria, e Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares - não só criaram um vazio na presidência de entidade reguladora, como demonstraram um total desrespeito pelo Parlamento e um irreprimível instinto controlador, pior, limitador da dissidência e do confronto de opiniões. O Parlamento, se quiser manter a sua honra, terá agora de chamar Jorge Vasconcelos enquanto cidadão e não como presidente, se bem que demissionário, da Entidade Reguladora do Sector Energético. Para isso o PS terá de dar o seu acordo - mas, se não o der, ficamos esclarecidos: em Portugal há um só homem que manda e a ele todos se dobram, mesmo os que juram nunca dobrar a espinha e violar princípios elementares do convívio democrático.
In Público
Editorial
José Manuel Fernandes
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