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17 março 2011

Mas que grande reinação!...

Na coluna de Helena Matos
hoje, 17.03.2011, no "Público", com o título:
"No combóio descendente/Vinha tudo à gargalhada".
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Helena Matos

7 de Maio de 2010 - Aquando da reunião do Eurogrupo, o primeiro-ministro admitiu adiar as grandes obras públicas, para reduzir o défice, "com excepção das que já tiverem sido adjudicadas". Surgem apelos ao primeiro-ministro para que não assine o contrato de concessão do troço Poceirão-Caia, do TGV.
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8 de Maio de 2010 - Foi assinado o contrato de concessão do troço Poceirão-Caia.
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28 de Maio de 2010 - Na Assembleia da República, PS, BE, PCP e Verdes votam contra os projectos apresentados pelo CDS e pelo PSD que visavam suspender a construção do TGV.
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17 de Setembro de 2010 - O Governo anulou o concurso público internacional relativo à construção da linha do Transporte de Grande Velocidade (TGV) no troço Lisboa - Poceirão, segundo um despacho publicado hoje em Diário da República.
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16 de Março de 2011 - O PÚBLICO revela que a Tave Tejo, o consórcio que apresentou a melhor proposta financeira para a construção da linha de alta velocidade entre o Poceirão e Lisboa, pediu cerca de 10 milhões de euros de indemnização ao Estado por este ter anulado o concurso público. Esta possibilidade estava inscrita na resolução com que o Governo anulou o procedimento e diz respeito aos custos directos que os concorrentes suportaram. Perante a limpidez desta cronologia gostaria de saber se existem mais interessados em constituir um grupo de cidadãos que, não contestando o direito à indemnização por parte do consórcio, recusam que ela seja paga com os seus impostos, pois no dia 8 de Maio de 2010 era do conhecimento de todas as partes que o contrato não poderia ser cumprido. Presumo que terão acreditado que a indemnização corria por conta dos parvos do costume. Esta "parva que sou" começa a dar razão àqueles que garantem que o melhor negócio que se pode fazer em Portugal é celebrar contratos que não podem ser cumpridos. E que no particular caso do TGV, tal como nos versos de Pessoa, começou por vir tudo à gargalhada:
......"Uns por verem rir os outros /
.......E outros sem ser por nada."
E outros ainda por acharem que no fim da festa os contribuintes portugueses pagariam a conta.
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Podemos então perguntar... Desta vez quem é que irá "encher os bolsos"??!!...

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