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A actriz Jane Russell, a morena que contracena com Marilyn Monroe na comédia Os Homens Preferem as Loiras (1953), de Howard Hawks, morreu anteontem, dia 28 de Fevereiro. Tinha 89 anos.
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O seu talento dramático foi sempre bastante menos valorizado pelos estúdios do que o generoso busto com que a natureza a dotou.
Jane Russell.
Em 1941, Howard Hughes, procurou desesperadamente uma actriz de seios volumosos para protagonizar "A Terra dos Homens Perdidos". Viu então fotos de Russell, cujos atributos lhe terão, por assim dizer, enchido as medidas.
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A censura impôs cortes que Hughes se recusou a fazer no filme, e só veio a estrear-se, numa única sala, em 1943. A censura voltou à carga e o filme apenas voltaria a ser exibido em 1946, num cinema de São Francisco cujo dono foi preso por atentado à moral.
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Quando alcançou finalmente difusão nacional, no final da década, o filme era já mítico e Russell tinha-se tornado um sex symbol. Circunstâncias que iriam marcar a sua carreira e que impediram que se fizesse justiça ao seu real talento enquanto actriz. Hughes chegou a dizer: "Há dois bons motivos para os homens a irem ver ao cinema. E esses são suficientes."
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A sua carreira praticamente terminou no fim dos anos 50 e Russell iniciou uma segunda carreira actuando em clubes e interpretando papéis ocasionais no teatro e na televisão.
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Impedida de ter filhos biológicos Jane Russell, que foi casada três vezes, adoptou várias crianças e criou a organização World Adoption International Fund. Tornou-se também uma católica devota e, em 2003, definiu-se a si própria, com um toque de ironia, como uma "republicana da ala direita, de vistas curtas, conservadora e cristã intolerante".
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Mais uma "referência" da nossa juventude que desaparece.
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Com excertos do texto de Luís Miguel Queirós
in. "Público" .
2011 03 02
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