................OPINIÃO
Um "apontamento" de Helena Matos
na sua coluna de hoje, no "Público"
a ministra da Educação
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Uma assessora do ministro Silva Pereira mandou calar em público a ministra da Educação. Passaram-se os dias e nem a ministra se demitiu nem a assessora foi demitida.Há muito que se tornou evidente que os ministros não contam nada neste Governo. Os ministros estão lá porque têm de estar, mas quem na verdade decide além do primeiro-ministro e de Silva Pereira, é essa legião dos assessores de ambos. De José Sócrates e de Silva Pereira não me espanta esta concepção dos ministros como animadores de tempos mediaticamente irrelevantes até que chega o verdadeiro artista, o primeiro-ministro naturalmente.O que não entendo é a atitude de Isabel Alçada. Em primeiro lugar por ela mesma. Como é possível que se indigne com os manifestantes que contestam a política do seu ministério, como aconteceu com os pais do ensino particular e cooperativo - e que têm tanto direito de se manifestar quanto a ministra de exercer o seu cargo - e depois sai caladinha perante a chamada de atenção de uma assessora? E acha que tem condições para continuar no cargo? Por outro lado, um membro de um governo que se deixa tratar deste modo não cria apenas um problema para si, mas para todos os outros detentores de cargos políticos. Durante um tempo, as diversas delegações que rumavam aos ministérios desesperavam quando não eram recebidas pelos ministros ou secretários de Estado. Em Portugal, no ano da desgraça de 2011, os assessores tornaram-se mais importantes do que os ministros. E não errarei muito se disser que, no ponto em que estamos, os ministros vão a despacho com os senhores assessores. Por fim, este episódio, que com outro governo teria sido um escândalo mal saiu das páginas do Correio da Manhã. Sintomático, não é?
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