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01 maio 2009

Uma mala cheia de notas... (2)

O “dinheiro vivo”, ao contrário de outras formas de pagamento, não deixa rasto.
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…a tonitruante campanha a favor de uma coisa que já exista – o acesso do fisco às contas bancárias dos cidadãos – por regra deixa de fora a verdadeira corrupção. Pois há sempre muitas formas de ocultar a origem do “dinheiro vivo”.
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…fui dos poucos a assistir a uma das audiências de um processo (…) sobre a Câmara de Felgueiras e que ouvi uma das testemunhas dizer, com a maior das naturalidades, que costumava receber os donativos do PS local em maços de notas embrulhadas em papel de jornal que lhe entregavam no átrio dos Paços do Concelho.”
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Mesmo assim é incompreensível, é mesmo vergonhoso, a forma como, de forma dissimulada, sem discussão que se visse, com quase tudo a ser resolvido em reuniões fechadas à imprensa, a Assembleia da República aprovou ontem a revisão do diploma sobre o financiamento dos partidos em termos tais que não só escancara as portas à corrupção, como cria inúmeros alçapões por onde podem escapar-se os que estiverem dispostos a abusar das regras.”
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As alterações são chocantes e representam um insulto aos cidadãos eleitores por permitirem que os partidos gastem muito mais em campanha em tempos de crise económica, como mostra a hipocrisia dos falsos moralistas, aqui com destaque para os do comportamento angelical, o Bloco de Esquerda.
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by José Manuel Fernandes
In. Editorial – “Público
01. 05. 2009

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Que nunca te doa a alma, meu caro JMFernandes!...

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