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30 maio 2009

A propósito de um eclípse solar...

...observado na ilha do Príncipe, em 29 de Maio de 1919.
Num artigo de Ana Machado, no jornal “Público”, no dia em que se perfaziam 90 anos sobre o acontecimento, tive a oportunidade de recordar o Prof. Luís Aires de Barros.

Fotografia actual do Prof.Luís Aires de Barros

“Há duas semanas, Luís Aires de Barros, presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, decidiu mergulhar nas relíquias do sótão da instituição. Um grupo de investigadores preparava um regresso ao Príncipe, para comemorar os 90 anos da expedição do astrónomo Arthur Stanley Eddington à ilha, onde confirmou a teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, e Aires de Barros queria ver se conseguia encontrar documentos que mostrassem que Portugal contribuiu para a célebre viagem,”(…) e encontrou verdadeiras relíquias, cartas trocadas entre a Sociedade de Geografia de Lisboa e a Royal Geographical Society de Londres, com dados que ajudaram a preparar a viagem de Eddington.
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Foi uma sorte. Estamos num pico de entusiasmo. Encontrámos uma relíquia. São documentos valiosíssimos “, confessa Aires de Barros.
São os primeiros documentos que provam que houve troca de informação entre a Sociedade de Geografia de Lisboa e a Royal Geogrphical Society. Estavam fechados desde o início do século XX, desde que foram arquivados. Nunca mais tinham visto a luz do dia. Quase cem anos num caixote.”

(Cfr.Ana Machado, no seu artigo de 28 de Maio).
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Em finais da década de setenta, Aires de Barros, Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico, foi um dos 29 Encarregados de Educação que subscreveram a Declaração de Princípios aprovada em Abril de 1976, no I Encontro Nacional das Associações de Pais e que levou à publicação da Lei nº7/77, de 1 de Fevereiro.
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À direita, Aires de Barros dirige uma reunião de trabalho
no III Encontro Nacional das Associações de Pais,
realizado na Reitoria da Universidade, em Lisboa (25.02.1978)

Prof.Aires de Barros, em 24.03.1979
IV Encontro Nacional das Associações de Pais - Coimbra

Em Lisboa, numa reunião sectorial (24.02.1978)

Em Coimbra, a 25 de Março de 1979
no IV Encontro da CNAP
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E com o Prof.Luís Aires de Barros não pude deixar de recordar outros tantos nomes que naqueles conturbados anos de "democracia à toa", se reuniam semanalmente naquele 10ºpiso, da Avenida 5 de Outubro, onde ainda hoje funciona o Ministério da Educação, para tentarem dar um jeito nos problemas que aos alunos nossos filhos se deparavam então...
Arquitecto José Formosinho, Henrique Penha Coutinho, Dr.ªAlexandra Schiappa, Eng.Nuno Krus Abecassis, Eng.Trigo da Rosa, D.Maria do Carmo Arriaga, Eng.Antelo e D. Clotilde Antelo, Eng.Alonso, Juiz Dr.Carlos Rosa, e tantos outros, foram meus companheiros durante alguns tempos, naquelas noites de 6ªfeira, até 1979 no Encontro de Coimbra...
Foi este grupo que ajudou a publicação da Lei nº 7/77, de 1 de Fevereiro que tratava da "Participação das associações de pais e encarregados de educação no sistema nacional de ensino".
Lei promulgada em 13 de Janeiro de 1977 quando já era Presidente da República, António Ramalho Eanes, e Primeiro-Ministro, Mário Soares.
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O Eclipse do Sol em Maio de 1919 quase nada tem a ver com este apontamento...
Apenas o Prof. Luis Aires de Barros se tornou um elo de ligação.

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