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02 março 2008

António Salvado

Desculpa, António!
Deixei passar em claro o dia dos teus anos...
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António Forte Salvado
Nasceu em Castelo Branco

a 20 de Fevereiro de 1936

António Salvado em 02.06.1973
Nostalgia

A pequena flor
só que além nasceu
sonhou ser maior:
nada lhe valeu…

Na cova esquecida,
sol que desejou
não a bafejou,
bastarda da vida…

E era flor ou gente?
Esquecida imperfeita
numa dor silente
ali jaz desfeita!

In “Antologia”
1985

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“…poesia lúcida, alusiva, recatada (*Recôndito” é um título ajustado), valoriza-se pelo rigor formal, pela densidade reticente e anti-retórica. Na linha do rumo que segue, é uma das mais válidas realizações na poesia portuguesa actual…
…A expressão poética é exacta e densa, pressupõe uma feliz elaboração interior, atinge não raro a plena harmonia entre o pensamento, as incidências metafóricas e o jogo dos valores sonoros. Processos que vêm do nosso primeiro modernismo, integram-se em “Na margem das horas” com a necessária discrição, porque este livro, pressupondo embora toda a experiência colectiva, digamos pós-pessoana, nunca deixa de se impor como conquista pessoal duma radical originalidade…
…Versos de grave sentido e exacta beleza (…) No próprio corpo dos versos parecem combinar-se a fluidez e a dureza do cristal – temas centrais na poesia: fluidez do que somos e da vida em que somos, a escoar-se dolorosamente, dureza de um destino de Narciso, lúcido, conhece, repudiando a loucura voluptuosa dos iludidos…
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Professor Jacinto do Prado Coelho
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“Cicatriz” é um livro a que apetece regressar mal acabamos de ler as últimas linhas. Livro inimitável. Conúbio de Morte e Vida. Um sentido parabólico e alado conduz o poeta entre o quotidiano e a própria angústia. A.S. é talvez o único poeta que viveu a guerra em Angola. E a sua poesia torna-se um documento de extensas repercussões.
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Natércia Freira
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Um timbre de cristal, um correr de água que mana da fonte, um esperar a Primavera nas pétalas da carne, uma luminosa melancolia, uma ciência rara do verso, das suas harmonias de órgão – eis o que nos traz o novo livro de A.S.: “Tropos”
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Urbano Tavares Rodrigues
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(…) A.S. poeta em cuja arte harmoniosamente se casa o moderno perdurável com o antigo imorredoiro, uma sensibilidade bem ao nosso tempo com uma vivida atracção pelo que há de eterno no classicismo.
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Professor Rebelo Gonçalves

1 comentário:

Joaquim Baptista disse...

Este ano também me esqueci