Páginas

02 abril 2007

Adriano Moreira

Adriano Moreira
Em entrevista ao Público
Ontem, 01 04 2007,

às 19h 30m, na RTP2

(…)
Só procuro ter um critério para a política: tentar estar do lado justo..
(...)

Hoje, estou naquela posição de independente dos académicos, mas há coisas que me inquietam muito. Uma delas é sentir que o Parlamento viu a sua credibilidade e respeitabilidade muito afectadas pelas maiorias absolutas.
(...)
A respeitabilidade do Parlamento não foi restabelecida e é grave o divórcio entre a população e o aparelho do poder, tratado na terceira pessoa: "eles". Isso está a agravar-se pelas medidas da União Europeia daquilo a que chamo "políticas furtivas", isto é, aquelas que não têm a participação dos Parlamentos nacionais e não são apreendidas pelos cidadãos. O que se passa é que o Estado evoluiu para a categoria de Estado exíguo, o qual não tem capacidade para realizar todas as finalidades do Estado.
(...)
Um Estado exíguo, mas gastador constitui um paradoxo que só se ultrapassa com dirigentes que falem verdade, que não prometam aos eleitores facilidades, mas façam como Churchill, que apenas lhes prometeu sangue, suor e lágrimas. Temos de ter isso em consideração e lembrarmo-nos de que o problema do divórcio entre a população e os políticos é antiga. Julgo que o primeiro a identificá-la foi Camilo Castelo Branco, em A Queda de um Anjo.

Sem comentários: