A "Coluna" de Marília Nascimento,
no "Setubalense" continua cheia de interesse...
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"Sabem quem é Baltazar Garzón?
Não é nenhum crak da bola, nem membro de banda rock ou estilista de moda.
É simplesmente um causídico espanhol, conhecido como o Super-Juiz, pelo seu destemor e integridade jurídica, que tem enfrentado e perseguido, com êxito, os terroristas da ETA e conseguiu pôr o ditador chileno Pinochet no banco dos réus, como responsável por milhares de execussões, apesar dele ter oitenta anos e estar doente.
Outras intervenções e denúncias sobre personagens de alto nível, como Henry Kissinger, político americano aliado a regimes militares de repressão na América Latina; a repressão do general Franco, durante a guerra civil espanhola, com execuções em massa que Garzón relembrou como um crime contra a humanidade, fazem deste juiz um dos juristas mais admirados e respeitados e também mais odiados pela máfia do crime.
Porque razão trago este assunto à minha crónica? Porque, há dias, ouvi o ilustre advogado Bastonário da Ordem, dizer, publicamente, que a Justiça portuguesa está capturada pelo poder político, isto é, os juízes portugueses não têm autonomia própria no desempenho das suas funções, não podem ser honestos e imparciais porque o poder político, baseado na Constituição retrógrada, lhes colocou “algemas” nas decisões e sentenças.
Não digo mais nada, somente dou os parabéns à Justiça espanhola, por ter no seu staff jurídico um homem como Garzón. Aqui em Portugal, por enquanto, continua-se a ilibar criminosos, burlões e corruptos de alto gabarito."
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Marília Nascimento
in. "Setubalense"
09.12.2009
09 dezembro 2009
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