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30 dezembro 2009

O Acordo...

No Editorial do Público
(hoje, 30 de Dezembro):

O país está baralhado sobre o Acordo Ortográfico e com razão. Não sabe que já está em vigor, quando e como vai ser aplicado e desconhece o seu conteúdo.
Nós (no Público) sobretudo não compreendemos para que serve e. incapazes de entender a necessidade e as vantagens de uma norma global para o português, decidimos não o adoptar.
Vamos continuar a escrever a nossa língua como a escrevemos hoje.”
Já somos dois…

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E, mais adiante: “… os seus defensores (do Acordo…) argumentam que estamos a falar de um acordo instrumental e estratégico para o futuro. Se todos estes argumentos são utópicos, há um que se destaca como particularmente incompreensível: o de que o português, sem o acordo, terá não duas ortografias oficiais mas oito e que tal “não pode acontecer numa língua que pretende ser universal”. Ora, o inglês – essa, sim, uma língua universal por excelência e do nosso tempo – é a língua oficial de mais de 50 países e não consta que haja um acordo planetário com regras a aplicar por essa enorme variedade de culturas, tons, pronúncias e grafias…”

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Num outro artigo, no mesmo jornal e subscrito pela jornalista Alexandra Prado Coelho,


Alexandra Prado Coelho
numa homenagem póstuma ao Pai,
Eduardo Prado Coelho
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podemos ler ainda sobre o memo assunto:
“Os críticos defendem que ainda se vai a tempo de travar a aplicação do Acordo Ortográfico e os defensores respondem que ele já está em vigor. A nova ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, parece partilhar as convicções do antecessor, José António Pinto Ribeiro, e diz que quanto mais depressa o aplicarmos, melhor será para afirmar a língua portuguesa no mundo. A ministra da Educação, Isabel Alçada, pede tempo para a introdução das novas regras nas escolas. Em que ficamos?


Vasco da Graça Moura,
visto por Carlos Botelho

"O processo ainda pode ser parado", diz o escritor Vasco Graça Moura, um dos mais activos críticos. "Não pode avançar sem haver ratificação por todos os países. Se o objectivo é a unidade da grafia, basta que um não avance para que não faça sentido." Tal como o Governo recuou no caso da localização do novo aeroporto, também deve recuar no Acordo Ortográfico, defende. "Quem não está a aceitar isto são umas baratas tontas na CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] que têm que arranjar um pretexto para terem alguma actividade."
"Não há nenhuma possibilidade de recuo, o acordo está em vigor", contrapõe José Mário Costa...
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Vai assim o Acordo! Um perfeito desacordo...

2 comentários:

Olímpio Matos disse...

Então, já somos três !
Mas sei que somos milhares a dizer que o Acordo, este Acordo, não é necessário e arrasta já consigo o labéu de "uma enorme perda de tempo".
O Tempo o dirá .
OMMatos

Renato Martini disse...

A meu ver, impossível comparar o inglês com o português. Aquele é um idioma da comunicação fácil, rápida, já é portanto um idioma "padronizado" para o mundo global. Quanto ao nosso português? Que viva a última flor do Lácio, inculta e bela, como cantara Bilac.