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03 maio 2012

20 de Abril, em Oleiros...

...já depois do cabrito estonado, fomos prestar uma pequena homenagem ao Padre António de Andrade.

Junto à "memória" do Padre António de Andrade. Uma fotografia clássica...
Para a posteridade, aqui ficam o jjmatos, António Machado Pinto, Alina Fernandes, Aida Silva, Idalina e Manuel Rosa.


No outro lado do Jardim, mesmo em frente do edifício da Câmara Municipal, o novo monumento erguido ao Padre António de Andrade
O escalador do Himalaias


Depois, entrámos no café do Zé Boaventura. Não estava ele nem a filha, mas fiquei a saber que está a atravessar um momento de "baixa de forma"... Graças a Deus há-de recuperar e voltar à "equipa"...
Quando me preparava para sair vejo uma cara conhecida, risonha... "Há quanto tempo não te vejo!...". E logo ali se desenhou um abraço carregado de saudade. Era a Edviges que foi minha colega no Liceu de Castelo Branco, mais tarde casada com outro amigo de infância, o Alírio com quem, nas férias, ia aos "pássaros" com o flobert de 9 mm, de dois canos, que pedíamos emprestada ao Sr.Júlio, pai do Tonito Andrade... Bons tempos, cuja recordação nos emociona agora, passados tantos anos...
Um encontro inesperado com a Edviges. Foi pena não estar também o Alírio... mas fica para a próxima
O Augusto de Matos, o jjmatos e a Edviges Salgueiro


De uma mesa onde tomavam café e cavaqueavam depois do almoço, vi levantarem-se outro dois amigos de infância: o primo Augusto e a Ataíde Guerra. Uma breve conversa se desenvolveu a seguir... mesmo de pé. Os meus companheiros de viagem aguardavam junto à porta e o tempo ameaçava com chuva. Só isso limitou o tempo daquela conversa. E ainda tínha de fazer um breve passeio pelas ruas de Oleiros, com passagem pelo antigo Largo da Câmara e pelo Adro.

A Augusto de Matos e o primo jjmatos
Ficou apalavrado um novo encontro com o mano Olímpio também presente

O Augusto de Matos, o Ataíde Garcia Guerra, actual Vice Presidente da Câmara de Oleiros, na conversa que comigo tiveram, no interior do Café Boaventura


O Ataíde era filho de Horácio Garcia Guerra, o único Farmacêutico que existia em Oleiros nas décadas de 40/50 e era na sua Farmácia que eu lia todos as manhãs, o Diário Popular, publicado na véspera...e acabado de chegar na camioneta da carreira, vinda de Lisboa!... Naquela altura as ligações rodoviárias eram bem diferentes... Os jornais da manhã, chegavam à tarde (o Século e o Diário de Notícias) e os da tarde (Diário de Lisboa e Diário Popular) só chegavam manhã do dia seguinte...

Televisão, não havia!... Nem telefonias, tão pouco! Aliás, por aquela altura nem electricidade havia ainda na vila de Oleiros. Apenas em duas ou três casas, onde haviam sido montados geradores particulares, se podiam dar a esse "luxo"... E uma dessas casas onde o gerador era ligado todas as noites era exactamente a casa do pai do Augusto de Matos que ali estava agora comigo.

Outra coisa que a Farmácia do Horácio Guerra tinha de "especial": Era o ponto de encontro e de conversa das pessoas que, naquela época em Oleiros, tinham a capacidade e o poder de decidir... Ali se sabiam as coisas... ali se decidiam as coisas... Ali se aprendia muito com a sabedoria dos mais velhos, de todas as condições sociais. Além do farmacêutico, por ali paravam todos os dias e a qualquer hora que tivessem livre, o médico, o juíz, o professor, o padre, o comerciante, o chefe dos Correios, os estudantes universitários e os filhos da terra que por ali passavam as férias, durante o verão... A Farmácia do Horácio Guerra era uma espécie de Assembleia Municipal que reunia todos os dias e estava sempre aberta a quem tivesse alguma coisa para dizer ou para comentar... Ah!... pois...também vendia remédios... e era ali, muitas vezes que o Dr.Ilharco de Moura ou, nas férias, o Dr. José Maria Mendes (que foi médico escolar aqui no Liceu Nacional de Setúbal por essa altura) receitavam ao "estilo" do João Semana...

Boas memórias de um tempo que não queremos esquecer...

1 comentário:

Olímpio Matos disse...

"Um tempo que não queremos esquecer". Um tempo que não podemos esquecer e devemos, como fazes,comunicar aos actuais e aos vindouros como época de vivência mais sã, mais verdadeira, mais transversal à sociedade em que se tinha nascido e em que se vivia.
E que não eram, de maneira nenhuma, as sociedades miserabilistas pintadas agora por uns quantos para
poderem colocar em pedestal a actual sociedade portuguesa, esta sim, tão cheia de castas e de distâncias.
Um abraço. E continua a dar testemunho escrito que ficará para memória futura.
OMMatos