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30 março 2012

Kunsthistorisches - Viena

Sansão e Dalila
Anton Van Dyck
1599 - 1641
Sansão e Dalila


Van Dyck teve a felicidade de ser aluno de Rubens e daí que estivessem à sua disposição, desde o início da sua precoce aprendizagem, as possibilidades do movimento introduzido na composição e a perícia do pincel levada até ao virtuosismo, que tinham sido atingidos por Pieter Paul Rubens em dois decénios de trabalho. A princípio, porém, a afirmação da própria personalidade foi para o jovem pintor, que devia formar-se à sombra do mestre, tarefa não muito fácil. A personalidade de Van Dyck distinguia-se perfeitamente da de Rubens e, por isso, as suas obras, mal deixou o estúdio do mestre, não tardaram a assumir aquela plena individualidade que caracteriza os grandes artistas. Van Dyck é o magistral intérprete da diferença de caracteres e as suas composições são a representação das correlações psicológicas , a manifestação, portanto, de um drama espiritual.
O quadro Sansão e Dalila representa o trágico contraste de dois caracteres em conflito um com o outro. O pintor tinha diante dos olhos um modelo de Rubens, que ele transformou completamente, no sentido do drama espiritual, superando também o simples conceito de fundo do acto de violência. O refinamento da concepção mental do conteúdo do quadro exigia uma diferenciação dos meios pictóricos. Van Dyck dedicou-se com grande interesse ao estudo da representação ideal da figura humana durante a sua longa permanência em Itália (1622 – 1627). Neste período recebeu as influêncis mais significativas dos maiores mestres venezianos, empenhando-se daí em diante, no refinamento das gradações de tonalidade nas suas obras. Na tela Sansão e Dalila, pintada logo depois da volta a Antuérpia, o autor oferece um exemplo da sua alta perícia pictórica do seu refinado gosto.


Cfr. Marco Valsecchi
In “Grandes Museus do Mundo”
Ed.Verbo – Novembro/1973

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