Tinha a sua autora talvez uns dez anos, quando eu saí de Castelo Branco para iniciar os meus estudos em Lisboa… Decorria então o ano de 1953.
Creio que não vejo esta minha interlocutora desde que, também ela, rumou para Coimbra, uns anos mais tarde, em 1960…
E, ao fim destes anos todos, ela teve a bondade de comunicar comigo depois de, casualmente, ter pousado os olhos em algumas páginas do meu Blogue… E lembrou-se também de Castelo Branco… recordou muitos acontecimentos dos tempos das nossas juventudes. Acho que com saudade…
Nem me lembrava do nome desta nossa conterrânea que sempre foi conhecida por nós, mais velhos, pela “filha do Dr. Carriço”
O Dr. António Tavares Lobato Carriço
O Dr. Carriço foi um médico distinto que exerceu a sua actividade na nossa cidade, a partir dos primeiros anos da década de 40. E desde cedo, exerceu também a actividade de Professor de Ginástica (acho que naquela época era assim que denominávamos as aulas de Educação Física). Neste sector foi colega de um outro médico, mais antigo na profissão, o Dr. Alberto Trindade, também ele, professor de muitas gerações de alunos do nosso Liceu.
Foi uma rectificação da real morada dessas famílias que a Isabel Carriço fez chegar às minhas mãos, no dia 7 de Fevereiro.
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Trocámos a propósito algumas palavras e achei uma maneira mais eficaz de fazer a emenda sem deixar de manter o erro original…
Com o acordo da Maria Isabel, achei melhor publicar o e-mail que me enviou que a seguir aqui reproduzo:
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“Parabéns pelo seu blog. Gosto muito do que recorda Castelo Branco.
Ao ler no Boletim dos Arquitectos, que o meu marido recebe, notícias relacionadas com Castelo Branco, e como já há uns meses "conheci" o seu blog resolvi esclarecer alguns pontos.
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Sou Maria Isabel Bastos Carriço, nasci em Coimbra, filha mais velha do Dr. António Tavares Lobato Carriço, Médico e Professor de Educação Física em Coimbra e Castelo Branco, quase sempre tratado por António Tavares Carriço, pois Lobato Carriço era o meu Avô que foi Juiz da Comarca e Conservador do Registo Predial de Castelo Branco."
Maria Isabel Bastos Carriço
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Na sua fotografia com a legenda " Em 1º plano, a casa do Dr.Lívio, em muito mau estado", não está correcto, a casa com faixa amarela a toda a volta , foi onde viveram os meus Avós. Recordo-me muito bem dela.
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Passo a descrever o nº 92, porta da entrada no edifício:
No r/chão, as janelas muito degradadas, tiveram como ainda se nota umas lindíssimas grades de ferro chamadas de "barriga"; correspondiam a uma sala que tinha ao fundo dois quartos, onde ficavam muitas vezes visitas ou eu e os meus irmãos quando na nossa casa havia alguma "epidemia" e evitávamos ficar os cinco doentes.
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Ao entrar na porta principal, o chão, os cunhais das portas, um arco do lado direito eram tudo em granito. À direita, subindo dois degraus, um patamar, com ligação interna para o r/c, nº94 – consultório - e o que é hoje outra porta para a rua, era uma janela com grade que iluminava a escadaria de granito até ao 1º andar.
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Para a descrição não se tornar tão exaustiva, limito-me a dizer algo sobre as janelas do 1º andar:
As duas primeiras eram do quarto dos Avós, a terceira do seu escritório que era enorme e onde recebia clientes, a quarta janela era da pequena divisão sobre a escadaria e onde havia um grande cofre com os seus processos. A quinta janela era de uma sala de visitas onde a Avó recebia pessoas mais íntimas, pois o grande salão, onde havia um piano, etc. dava para um terraço de grandes lajes de granito sobre a falada "sala das colunas" pelo Senhor Eng. Manuel Castelo Branco.
Quanto ao Dr.Lívio e suas duas filhas, eram visita de casa dos Avós, quando regressavam a C.B. nas férias. A casa dele é a que vejo na foto anterior com a legenda " A casa das Senhoras Carneiros agora recuperada".
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A casa do Dr. Duque Vieira onde fui muitas vezes pois os meus Pais eram amigos e eu era colega de Liceu, da Margarida a segunda filha, a Benedita era da idade de outra minha irmã, mas não me lembro do nome das mais novas.
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A casa dos meus Avós tinha um grande quintal com acesso à muralha que se estendia a todo o comprimento. Todos os dias, pelo portão da Rua Mouzinho Magro, chegava da Quinta da Féteira uma carroça dirigida pelo Sr. Lourenço que transportava água em vários cântaros e as hortaliças e fazia a sua primeira paragem na nossa casa na Rua J. A. Morão, 53."
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"A casa dos meus Bisavós, Pais da Avó Branca é a que está ao lado da Casa do Arco e a casa de família Joaquim Guilherme da Cunha, hoje Arquivo Municipal, que por casamento foi sendo chamada Mota, em vez de Cunha. Brinquei tanto nos jardins dessa casa e era nos salões onde fazíamos ensaios de danças com a prima Maria de Lurdes da Cunha Mota (Russinho).
A Bisavó chamava-se Maria Cândida Leite da Cunha casada com Rafael Sousa Tavares, Coronel - Médico.
A minha Avó Branca era irmã de José da Cunha Tavares pai do Henrique, Manuel Augusto, M. Cândida e Maria Elisa."
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O Henrique Tavares, de escuro, à varanda da casa referida pela Isabel, com o colega e amigo de longa data Rui Blasco, assistem à Serenata da Romagem de Saudade de 2005 (26 de Maio). Ambos ainda "frescos" como sempre foram...
A casa de família Joaquim Guilherme da Cunha,
hoje Arquivo Distrital, referida atrás.
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Se puder ser útil em alguma coisa mais.
Os meus cumprimentos
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Maria Isabel Bastos Carriço Araújo Branco"
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A Isabel Carriço terminou o curso do Liceu em Castelo Branco no ano de 1959/60 e surge no Livro de Despedida numa bela caricatura do nosso saudoso Amigo Amado Estriga, cujo traço é precioso
Foi assim que, em 1960, o Estriga viu a "filha do Dr.Carriço"
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Amado Ramos Estriga,
em 12 de Junho de1994
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(...foi com prazer que vi o traço característico do saudoso Amigo Amado Estriga como autor desse trabalho. Coisa que, como sabe, ele raramente fazia…)
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Eu estou em pé na 4ª fila do lado esquerdo e a minha irmã Amália do lado direito, sentada, na 3ª fila. Proponho-lhe esse exercício...
As Alunas de "Nossa Senhora do Rosário"
Haverá concerteza mais algumas conhecidas... mas eu não chego lá!...
Tenho de ter uma ajuda da Isabel. Cá fico à espera...
3 comentários:
A minha mãe. A minha mãe. Bem haja
maria Teresa Goulão Romãozinho
Gostei imenso de ler a memória recente e antiga da Isabel Carriço. Fomos colegas e amigas no antigo INEF (nessa altura usava o nome de solteira - Aleixo) e gostaria imenso de voltar a contactá-la. Será que posso ter o contacto dela? Para já, aqui fica o meu
email: aaleixosimoes@gmail.com
Telemóvel: 963039726
Desde já os meus agradecimentos
Anabela Simões
Queria expressar o meu profundo aradecimento por ter proporcionado o contacto com a Isabel carriço.
Anabela Simões
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