No seu espaço, "Estado do Sítio", o jornalista António Ribeiro Ferreira publica hoje no "Correio da Manhã" um artigo a que deu o nome de "Hino à mentira" de onde respigámos alguns fragmentos.
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António Ribeiro Ferreira
Jornalista
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"No meio deste imenso pântano não há uma alma caridosa que diga aos indígenas que esta miséria veio mesmo para ficar.
O espectáculo continua muito animado, embora os actores sejam de uma maneira geral inqualificáveis. O senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, já nem se importa que o chamem, a torto e a direito, de mentiroso. Já é uma banalidade e não passa pela cabeça de ninguém, por exemplo, dizer que o senhor falta à verdade.
O senhor procurador-geral da República vai pelo mesmo caminho. Poucos acreditam no que diz ou escreve, a confusão aumenta todos os dias e o conselheiro que o Governo foi buscar ao Supremo Tribunal de Justiça já concorre com o senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, neste inenarrável concurso de mentiras…
(…)
Toda a gente sabe que o famoso PEC irá ser entregue em Bruxelas com pompa e circunstância, apoiado fervorosamente não só pelo partido do chefe como pela oposição de direita, CDS e PSD…
(…)
Mas os indígenas já desconfiam da borrasca que os vai apanhar em cheio se não fugirem rapidamente deste sítio pobre, manhoso, hipócrita, corrupto e, obviamente, cada vez mais mal frequentado.
Os salários vão baixar, as reformas ficarão ainda mais miseráveis, o desemprego não vai parar de crescer, a economia continuará a rastejar e o endividamento das empresas, das famílias e do Estado atingirá níveis que nem os mais pessimistas conseguiram adivinhar.
(…)
No meio deste imenso pântano económico, social e político não há uma alma caridosa que explique aos indígenas algumas coisas simples sobre as suas vidas nos anos que aí vêm.
O espectáculo continua muito animado, embora os actores sejam de uma maneira geral inqualificáveis. O senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, já nem se importa que o chamem, a torto e a direito, de mentiroso. Já é uma banalidade e não passa pela cabeça de ninguém, por exemplo, dizer que o senhor falta à verdade.
O senhor procurador-geral da República vai pelo mesmo caminho. Poucos acreditam no que diz ou escreve, a confusão aumenta todos os dias e o conselheiro que o Governo foi buscar ao Supremo Tribunal de Justiça já concorre com o senhor presidente relativo do Conselho, o chefe, neste inenarrável concurso de mentiras…
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Toda a gente sabe que o famoso PEC irá ser entregue em Bruxelas com pompa e circunstância, apoiado fervorosamente não só pelo partido do chefe como pela oposição de direita, CDS e PSD…
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Mas os indígenas já desconfiam da borrasca que os vai apanhar em cheio se não fugirem rapidamente deste sítio pobre, manhoso, hipócrita, corrupto e, obviamente, cada vez mais mal frequentado.
Os salários vão baixar, as reformas ficarão ainda mais miseráveis, o desemprego não vai parar de crescer, a economia continuará a rastejar e o endividamento das empresas, das famílias e do Estado atingirá níveis que nem os mais pessimistas conseguiram adivinhar.
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No meio deste imenso pântano económico, social e político não há uma alma caridosa que explique aos indígenas algumas coisas simples sobre as suas vidas nos anos que aí vêm.
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Antes eram pobretes mas alegretes. No futuro serão ainda mais pobretes e só os parvos continuarão alegretes.
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