A carta:
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Caro colega e amigo João
Possivelmente vai ficar admirado com esta carta… mas explico já a razão da escrever. Desde 27/Set./2008 tenho andado à procura de algo que fizesse recordar o almoço –“bodas de oiro” dos finalistas da F.C.U.P.
Através da Fernanda Ferreira tive acesso ao que o João deixou na internet… e uma pessoa amiga imprimiu. Quero agradecer-lhe pela alegria que me deu e dar-lhe os parabéns pelo trabalho realizado.
Entrei para o lar das Doroteias em 54 e, no 1ºano partilhei o quarto com a Ana Máxima, a Fernanda e a Margarida Rato (hoje médica pedo-psiquiatra). A partir do 2ºano passei ao andar superior do Lar fiquei no quarto com a Rosa Guerreiro andar onde também esteve a sua Maria de Lourdes. Sinto uma profunda dor por saber que a sua Mulher já não está entre nós, assim como a Rosa, a Ana Máxima e a nossa Directora, Madre Margarida Moreno. Até há pouco, a nossa VALPER continuava viva com os seus...
A Fátima Ibeche deu-me a sua direcção e por isso me lembrei de lhe escrever.
Bem haja pela sua ideia.
Faço votos de boa saúde para si e para os seus a quem envio um abraço amigo e desejo que deus vos conceda as suas melhores bênçãos.
Maria Filomena (Pires Leite Gomes)"
O grupo de alunas que em 1957/58 residiam no Lar das Doroteias.
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O portão do Largo da Paz, nº10, Porto, já com o edifício onde funcionou o “Lar de Nossa Senhora da Paz” - Lar das Doroteias - a ser destruído!
Nesse “lugar” surge um edifício de Seguros. Resta o “espaço” onde a Ana Máxima guardava o seu “carocha” – uma mini garagem que se mantém ainda na rua Ricardo Severo!
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Rosa da Conceição Guerreiro Lopes
Apontamento poético de Valper:
“Diz-se que as rosas têm espinhos....
Eu sei duma que os não tem!
Vai seguindo nos caminhos
Da vida, sem destinos
Serena e firme no Bem!!"
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“A Vida por um canudo
Tem para ti o valor,
De teres alcançado tudo
Com muito pouco suor…"
Maria Filomena Pires Leite Gomes
Apontamento poético de Valper:
“ De vez em quando
Lá faz o seu banzé…
Mas no geral
Vive na tranquilidade,
Não tem pressa
E faz esperar a maninha
(Não é por mal…)
Uma eternidade!"
. A Ana Máxima não está nesta fotografia mas também foi finalista durante esta ano.
A Ana Máxima Romão de Melo Machado
Apontamento poético de Valper:
“No coração – uma Fé.
Na vontade – um só querer.
É sempre aquilo que é.
E nada mais quer parecer.”
A Ana Máxima era a bondade em pessoa. Era de uma bondade activa.
“Tinha um amor pelos pobres e por todos aqueles a quem a desgraça visitava que chegou a atingir os cumes do heroísmo.”
“As pedras, as vielas do Barredo e muitas “ilhas” do Porto, podem contar o que viram quando a menina “Aninhas” por lá andava.”
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A Ana Máxima era uma das nossas “primas” de Oleiros, filha da prima Clotilde Romão, também ela licenciada em Farmácia, no Porto e farmacêutica em Viseu. Tal como o marido, Dr. Arnaldo de Melo Machado.
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A Ana Máxima licenciou-se no Porto, no dia 29 de Julho de 1958. Casou em Fátima em 8 de Agosto e faleceu em Viseu, na manhã do dia 19 de Janeiro de 1959. Tinha acabado de fazer 26 anos… Deixou-nos uma saudade imensa.
A "prenda" que a Filomena acaba de me oferecer, ficou um pouco para o fim…
Mas ainda há tempo e espaço para dizermos alguma coisa sobre o livro de que é autora a Irmã Maria Rita Valente-Perfeito (Valper)
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(Valper)
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"A “Aldeia da Esperança” não precisa de apresentação. Nem ela nem a sua autora. São ambas da cor dos sonhos e quando sorriem convidam a caminhar…, deixando a morte para trás.
Cada capítulo do seu livro é uma pequena iluminura pintada com fé e amor fraterno Não há teias de aranha a coar o sol nem ressaibos de egoísmo a desfigurar a linguagem. Desde a primeira à última letra, saboreia-se uma vontade livre de doação aos outros e uma coragem que não permite à lepra vencer.
Gostava de ver este livro ampliado (tantos outros episódio que ficam esquecidos!) e de sentir os leprosos mais valorizados ainda. Os da Nemaita e os do mundo inteiro, desafiam a imaginação e a coragem de muitos com o argumento mais forte do mundo: o amor! Daí a sua esperança sonhada como presença, como dedicaçãop, como aldeia sorridente…
Mas vamos à leitura dos capítulos. Cada um pode ser um livro. E todos juntos são um poema de amor e de esperança."
Ainda a tempo...
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Obrigado, Filomena!
Nota: Por lapso tinha trocado o nome do Liceu Normal D.Manuel II (actual Rodrigues de Freitas) com o do Liceu Alexandre Herculano... Agradeço ao leitor Zé_Lucas a chamada de atenção para tal êrro.
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