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"Numa hierarquia todo o empregado tende a elevar-se até ao seu nível de incompetência.”
Um livro que fez furor em 1971
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Diz, em certa altura, o autor Dr.Laurence J.Peter:
"Quando era rapaz ensinaram-me que as pessoas crescidas sabiam o que faziam. E, diziam-me:
- Peter, quanto mais souberes mais longe chegarás.
Por essa razão, continuei a estudar até me licenciar e depois, desafiei o mundo apertando contra o peito o meu precioso diploma de professor.
Durante o primeiro ano de ensino senti-me desorientado ao verificar que a maioria dos professores, perfeitos e directores escolares pareciam desconhecer as suas responsabilidades profissionais e eram incompetentes no desempenho dos seus cargos. Por exemplo, as preocupações dominantes do meu director eram e de que as persianas das janelas estivessem todas à mesma altura, que as salas de aula se mantivessem silenciosas e que ninguém pisasse os canteiros. As do perfeito eram que nenhum grupo minoritário, por mais fanático que fosse, sofresse qualquer ofensa e que os trabalhos escolares fossem entregues a tempo. A educação dos alunos parecia constituir o maior desinteresse destes espíritos tão administrativos.
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A princípio pensei que fosse uma fraqueza específica do sistema escolar do local onde ensinava e por isso, pedi a transferência para outra região. Preenchi os formulários necessários, juntei os documentos exigidos e sujeitei-me, de bom grado, a toda a burocracia. Passadas algumas semanas devolveram-me o requerimento e o resto da papelada!
Não, não havia problemas com as minhas credenciais; as minhas referências eram excelentes e os formulários estavam correctamente preenchidos; um carimbo da repartição oficial indicava que tudo tinha chegado em ordem. Vinha, porém, uma carta que dizia:
“Os novos regulamentos exigem que estes requerimentos só podem ser enviados em correio registado, pois de outra forma não podem ser considerados por este Ministério. Queira tornar a enviar o requerimento por correio registado.”
Ao estudar o problema mais aprofundadamente verifiquei que todas as organizações empregam um certo número de pessoas incapazes de desempenhar as suas funções.
(…)
Um Fenómeno Universal
A incompetência no trabalho existe por toda a parte. Já deram por ela? Com certeza que sim.
Vemos políticos que se fazem passar por resolutos estadistas e vemos as “Fontes autorizadas” que se desculpam da sua ignorância nos “imponderáveis da situação”. Os funcionários públicos indolentes e insolentes são incontáveis; como são os chefes militares cujas hesitações desmentem os seus inflamados discursos, e os governantes cujo servilismo congénito impede de governar a sério. Na nossa sofisticação, encolhemos os ombros ao clérigo imoral, ao juiz corrupto, ao advogado incoerente, ao escritor sem talento e ao professor de literatura que faz erros de ortografia…
"Quando era rapaz ensinaram-me que as pessoas crescidas sabiam o que faziam. E, diziam-me:
- Peter, quanto mais souberes mais longe chegarás.
Por essa razão, continuei a estudar até me licenciar e depois, desafiei o mundo apertando contra o peito o meu precioso diploma de professor.
Durante o primeiro ano de ensino senti-me desorientado ao verificar que a maioria dos professores, perfeitos e directores escolares pareciam desconhecer as suas responsabilidades profissionais e eram incompetentes no desempenho dos seus cargos. Por exemplo, as preocupações dominantes do meu director eram e de que as persianas das janelas estivessem todas à mesma altura, que as salas de aula se mantivessem silenciosas e que ninguém pisasse os canteiros. As do perfeito eram que nenhum grupo minoritário, por mais fanático que fosse, sofresse qualquer ofensa e que os trabalhos escolares fossem entregues a tempo. A educação dos alunos parecia constituir o maior desinteresse destes espíritos tão administrativos.
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A princípio pensei que fosse uma fraqueza específica do sistema escolar do local onde ensinava e por isso, pedi a transferência para outra região. Preenchi os formulários necessários, juntei os documentos exigidos e sujeitei-me, de bom grado, a toda a burocracia. Passadas algumas semanas devolveram-me o requerimento e o resto da papelada!
Não, não havia problemas com as minhas credenciais; as minhas referências eram excelentes e os formulários estavam correctamente preenchidos; um carimbo da repartição oficial indicava que tudo tinha chegado em ordem. Vinha, porém, uma carta que dizia:
“Os novos regulamentos exigem que estes requerimentos só podem ser enviados em correio registado, pois de outra forma não podem ser considerados por este Ministério. Queira tornar a enviar o requerimento por correio registado.”
Ao estudar o problema mais aprofundadamente verifiquei que todas as organizações empregam um certo número de pessoas incapazes de desempenhar as suas funções.
(…)
Um Fenómeno Universal
A incompetência no trabalho existe por toda a parte. Já deram por ela? Com certeza que sim.
Vemos políticos que se fazem passar por resolutos estadistas e vemos as “Fontes autorizadas” que se desculpam da sua ignorância nos “imponderáveis da situação”. Os funcionários públicos indolentes e insolentes são incontáveis; como são os chefes militares cujas hesitações desmentem os seus inflamados discursos, e os governantes cujo servilismo congénito impede de governar a sério. Na nossa sofisticação, encolhemos os ombros ao clérigo imoral, ao juiz corrupto, ao advogado incoerente, ao escritor sem talento e ao professor de literatura que faz erros de ortografia…
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Observando esta incompetência em qualquer nível das hierarquias – política, jurídica, educacional e industrial – acabei por pensar que a causa residia em qualquer característica inerente às leis que regem a colocação dos empregados. Foi assim que comecei o meu estudo profundo sobre a ascensão dos empregados na hierarquia e o que lhes acontece depois de serem promovidos.
Observando esta incompetência em qualquer nível das hierarquias – política, jurídica, educacional e industrial – acabei por pensar que a causa residia em qualquer característica inerente às leis que regem a colocação dos empregados. Foi assim que comecei o meu estudo profundo sobre a ascensão dos empregados na hierarquia e o que lhes acontece depois de serem promovidos.
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Um livro que ainda hoje poderá fazer furor...
Dele disse, em 1971, quando surgiu a primeira edição, o jornal britânico "Daily Mirror":
"Neste interessante livro, os autores explicam que as pessoas tendem a ser promovidas até atingirem um posto que não conseguem ocupar competentemente. E, nessa altura, é demasiado tarde para os tirar de lá. Existe um toque arripiante de verdade por trás de tudo isto."
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Um toque arripiante, mas... muito, muito actual!!!...
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