A luta e os problemas
in "Público"
04.01.2009
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“A deslealdade governamental e parlamentar é um facto grave e, nas suas consequências, irreparável. Foi feita legal e furtivamente, uma espécie de revisão constitucional, como é apanágio dos países ditatoriais Alteraram-se equilíbrios fundamentais de poderes e competências sem respeitar as formas adequadas. O partido maioritário manipulou o Parlamento. Os partidos parlamentares usaram o Parlamento com funções menos nobres. O exame sucessivo da constitucionalidade é a única maneira possível de evitar que essa legitimidade sirva de precedente para o futuro.
E mais adiante, António Barreto acrescenta:
“Mas essas razões, por demasiado óbvias e mesquinhas, não chegam para perceber os seus pontos de vista. O primeiro-ministro e o Parlamento devem aos cidadãos uma explicação. Não basta dizer que têm pontos de vista diferentes do Presidente, como afirmam os seus porta-vozes subalternos, têm de explicar os fundamentos da sua decisão e as vantagens de tão tosco estatuto.
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“Confrangedor, neste processo, foi o Parlamento. E, com ele, evidentemente, os grupos parlamentares e os partidos. Foram incompetentes e fizeram tolices…
…Mostraram um comportamento contraditório e arrogante: vários partidos diziam uma coisa na televisão e votavam de modo diferente. Foram covardes e cederam à chantagem regionalista.
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(…) Habituámo-nos a tudo…
… Difícil, apesar de tudo, é habituarmo-nos a tão inepto Parlamento.
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António Barreto dixit…
In. “A luta e os problemas”
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