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30 novembro 2008

Um Natal diferente...

Num artigo a que Bárbara Wong deu o título:
Mecenas invisíveis lançam rede contra a solidão no Natal”, a jornalista do “Público” acrescentou o seguinte “destaque”, nesta edição de domingo:

O que é bom presente para um idoso? Receber uma visita. Um grupo de pessoas quer cumprir esse desejo. Vão dar uma manta e ouvem uma história
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Ausenda Sancho tem 86 anos e uma vida imensa de histórias para contar. Adora conversar e salta de uma história para outra, com algumas décadas de diferença, para regressar à primeira que não havia concluído.
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Rita Melo, psicóloga, com uma especialidade em gerontologia, teve uma ideia para este Natal: "Gerar uma corrente mas centrada nas pessoas com o Natal mais frio, aquelas que não têm a família por perto, os idosos". Uma ideia que cresce…
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Rita não foi a única a ter uma ideia para fazer a diferença neste Natal. São muitos os chamados mecenas invisíveis, pessoas que ajudam os outros sobretudo nesta época e dentro do contexto da crise económica.
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Para os mais idosos, o que é que seria um bom presente, perguntou-se. Receber uma visita, alguém com quem falar. Essa visita poderia oferecer uma manta e em troca ouvir uma história. Rita Melo considera que cada idoso é uma biblioteca e que quando contam histórias se reinventam, que a sua expressão muda, ilumina-se.
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Rita Melo está espantada e feliz com a adesão que tem conseguido à sua ideia, (…) quer em Setúbal, onde mora, quer em Lisboa, onde trabalha. O ideal é que a conseguisse alargar a todo o país, exclama.
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"Há muitas pessoas carecidas, não só de coisas materiais, mas de atenção, de acompanhamento. As pessoas não têm tempo para estar umas com as outras", lamenta o padre (Miguel) Ponces de Carvalho, pároco da Basílica da Estrela.
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Todos são mecenas invisíveis, caracteriza Ponces de Carvalho, que conhece muitos que contribuem com quantias avultadas e que não o fazem para ter contrapartidas fiscais. "Há bastante investimento anónimo", diz.
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Desde que o segundo bisneto nasceu, há seis anos, que Ausenda se tem dedicado a ele - "é o homem da minha vida", confessa -, vai buscá-lo à escola, dá-lhe o almoço e às vezes o jantar. Um destes dias, decidiu convidar o outro bisneto e pôs a mesa com outro cuidado. Quando os meninos entraram ficaram espantados. "Que bonito!", exclamou o mais pequeno. "Foi um pequeno gesto que fez a alegria deles".
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Há muito tempo que eu não tinha notícias do Miguel Ponçes de Carvalho, meu colega nas "andanças" que antecederam o lançamento dos programas de Biologia, nos primeiros cursos do 12ºAno, em 1980/81.
Padre Miguel Ponces de Carvalho
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Fiquei encantado ao saber que é, actualmente, o pároco da Basílica da Estrela e que ainda não perdeu o "vício" de se dedicar, de alma e coração, ao bem estar de terceiros.
Daqui lhe envio um abraço amigo.

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