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“Pelas 12h e 45 minutos escureceu o firmamento repentinamente e um tremendo furacão, acompanhado de chuva diluviana reduziu, em apenas 30 segundos, a parte nova da cidade a um amontoado caótico de destroços.
Voaram as telhas e madeiramento, rebentaram as caixilharias e portas, estilhaçaram-se as vidraças das janelas e das montras, as estruturas metálicas dos armazéns e oficinas transformaram-se num amontoado de ferros torcidos.
Houve edificações que ruíram pelos alicerces. As árvores caíram e ficaram devastados os jardins. No ar, a dança demoníaca do vento em redemoinhos velozes e gigantes arrastando na sua fúria tudo o que estava ao seu alcance.
Eram árvores, pedaços de móveis, bancos dos passeios, madeiras, pedras, telhas, tijolos, louça partida, pedaços de cortiça a rodopiar tragicamente. Automóveis e camionetas eram lançados no ar e deferidos sobre os terrenos e contra as paredes das edificações como se fossem brinquedos infantis…
Ficaram desmantelados os estabelecimentos comerciais e o vento, na sua ira avassaladora, arrastou não se sabe para onde os recheios das habitações.
Caíram os postes da iluminação e dos telefones, feitos de ferro e cimento e as redes respectivas eram dali a nada montes de fios metálicos emaranhados.
Passado o furacão, a chuva torrencial continuou a obra de devastação…
(…) Duas alunas do Liceu, dois rapazes e uma pobre criança ficaram a dormir o sono eterno, vítimas da tragédia imprevista.
(Notícia na pág.1 do jornal Beira Baixa, de 13 de Novembro de 1954)
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Fachada poente da vivenda do sr. José Grilo, vista da rua Conselheiro Albuquerque. O telhado e as persianas são testemunho da passagem do tornado.
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As fachada Sul e Nascente da mesma vivenda após a acção do tornado.
(visto da Avenida Nuno Álvares)
Instalações do Quartel do Regimento de Cavalaria 8
após a passagem do tornado.
Momentos antes, o refeitório estava cheio de soldados do Regimento.
O que resta da cobertura de umas instalações industriais
(não identificável)
Octávio Barata e a esposa, em frente da sua Espingardaria
na Avenida do Cinema, lamentam os prejuízos acumulados.
Estruturas recentes, como o Cinema, e antigas, como o Quartel de Cavalaria, sofreram os efeitos terríveis do tornado de 6 de Novembro de 1954
Avenida Marechal Carmona - As montras da Someco
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Na rua Cadetes de Toledo, as casas do Dr.Franco Falcão e do Dr.Frederico Conde Creio que foi junto a um daqueles gradeamentos que foi arrastada para a morte a nossa jovem colega Maria Gabriela Bragança Ramos Correia
É trágico, brutal a negra Morte
Arrebatar uma vida em mocidade!
Em pleno Abril, em plena flor da idade
Se mostrou tão cruel a tua morte!
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Temos gravado o teu airoso porte
Na nossa alma envolta na Saudade
Do teu convívio cheio de bondade
Que enternecia o coração mais forte.
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Lá no Céu, perfumada como a flor,
Quando o alegre Sol a faz abrir,
A tua imagem, símbolo do Amor.
É o alívio da nossa grande dor,
O bálsamo que temos ao partir.
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O Curso do 7º Ano
3 comentários:
Olá João!
A fotografia "não identificável" é de um pavilhão da "Metalúrtgica".
Tenho pena de não ter uma fotografia do carro do meu tio Manuel Salavisa que ficou com as 4 rodas agarradas à frontaria do prédio, tenho-a mas perdi-lhe o poiso!
Um abraço
Maria Fernanda
Ola boa tarde,
Tenho um Emblema que creio ser da Someco /Castelo Branco, com a marca logotipo da Peugeot.
Será que estamos a falar da mesma entidade, é que eu não consigo identificar a empresa actualmente.
Agradecia a vossa ajuda.
Cordiais cumprimentos
Carlos Caria
A Maria Fernanda diz que a foto não identificada que é um pavilhão da Metalúrgica, peço desculpa mas eu fico na duvida, pois mais me parece ser no Quartel Cavalaria 8 e a ver a rua Cadetes de Toledo,ficando o hotel de Turismo do lado direito entre as estruturas danificadas e a torre da casa da mesma rua a seu lado esquerdo e depois a fiada das casas com a casa Azul da mesma! Se não esta não sei pois eu na altura trabalhava nesta empresa e não me lembro desta imagem.
Domingos Correia
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