Constança Cunha e Sá
in "Público"
27.Nov.2008
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A crónica de Constança Cunha e Sá, no Público de hoje é demolidora para o sr.Sócrates e para os seus apaniguados…
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Com o título “Desmentido”, a jornalista “desanca” os autores da campanha organizada contra a presidente do partido da oposição, que lhes pode fazer frente, e contra o Presidente da República.
Desse artigo, respigámos alguns passos…
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Há uns tempos, enquanto andava, por aí, a vender o Magalhães, o primeiro-ministro, confrontado com uns dados desagradáveis avançados pelo FMI, decidiu explicar ao mundo que não comentava previsões de uma instituição que, na sua douta opinião, estava "desacreditada".
(…)
Vivíamos, na altura, por obra e graça do Governo, num verdadeiro oásis, imunes aos efeitos da crise internacional, com uma banca à prova de qualquer subprime e um crescimento económico que fazia inveja a qualquer país europeu.
Uma semana depois, o Orçamento do Estado, apresentado, em capítulos, pelo ministro das Finanças, previa para o país um crescimento "fantástico" de 0,6, fruto, claro, da "determinação" e da "coragem" com que o eng. Sócrates tinha enfrentado uma crise que - convém lembrar - de acordo com o discurso oficial, não se reflectia entre nós. Mistérios da propaganda!
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Com o título “Desmentido”, a jornalista “desanca” os autores da campanha organizada contra a presidente do partido da oposição, que lhes pode fazer frente, e contra o Presidente da República.
Desse artigo, respigámos alguns passos…
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Há uns tempos, enquanto andava, por aí, a vender o Magalhães, o primeiro-ministro, confrontado com uns dados desagradáveis avançados pelo FMI, decidiu explicar ao mundo que não comentava previsões de uma instituição que, na sua douta opinião, estava "desacreditada".
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Vivíamos, na altura, por obra e graça do Governo, num verdadeiro oásis, imunes aos efeitos da crise internacional, com uma banca à prova de qualquer subprime e um crescimento económico que fazia inveja a qualquer país europeu.
Uma semana depois, o Orçamento do Estado, apresentado, em capítulos, pelo ministro das Finanças, previa para o país um crescimento "fantástico" de 0,6, fruto, claro, da "determinação" e da "coragem" com que o eng. Sócrates tinha enfrentado uma crise que - convém lembrar - de acordo com o discurso oficial, não se reflectia entre nós. Mistérios da propaganda!
(…)
Como se depreende, as forças vivas da nação, pastoreadas pelo dr. Santos Silva, em vez de se questionarem sobre o "milagre" do Orçamento, caíram em cima da dra. Ferreira Leite, escalpelizando, com um zelo inexcedível, todas as suas declarações.
(…)
Curiosamente, os indignados do costume indignam-se muito pouco (ou nada) com o autoritarismo provado do eng. Sócrates ou com a máquina de propaganda que o Governo tem, neste momento, ao seu dispor. A dra. Ferreira Leite foi ridicularizada por referir a forma como o PSD é tratado pela comunicação social.
E o que dizem, agora, todos os que a ridicularizaram, quando se sabe, entre outras coisas igualmente graves, que na Lusa é proibido usar a palavra "estagnação", numa altura, em que o país está à beira da recessão? Ninguém liga? Vai ficar tudo na mesma? A censura passou a fazer parte do dia-a-dia da comunicação social? Vamos ver!Enquanto isso, o país foi confrontado com mais um relatório internacional que desmente o optimismo do primeiro-ministro e as contas apresentadas pelo seu ministro das Finanças. Desta vez, as más notícias vêm da OCDE e apontam para um aumento desastroso do desemprego e para um crescimento de 0,1 para o ano de 2009.
(…)
Ontem, a notícia do dia era o financiamento da campanha eleitoral do prof. Cavaco Silva, irremediavelmente ligada à história do banco, através de uma contribuição de 15 mil euros feita pelo dr. Oliveira e Costa. Nem o facto de a campanha eleitoral do dr. Soares também ter sido contemplada pela generosidade do antigo presidente do BPN foi suficiente para estragar uma boa história.
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Como se depreende, as forças vivas da nação, pastoreadas pelo dr. Santos Silva, em vez de se questionarem sobre o "milagre" do Orçamento, caíram em cima da dra. Ferreira Leite, escalpelizando, com um zelo inexcedível, todas as suas declarações.
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Curiosamente, os indignados do costume indignam-se muito pouco (ou nada) com o autoritarismo provado do eng. Sócrates ou com a máquina de propaganda que o Governo tem, neste momento, ao seu dispor. A dra. Ferreira Leite foi ridicularizada por referir a forma como o PSD é tratado pela comunicação social.
E o que dizem, agora, todos os que a ridicularizaram, quando se sabe, entre outras coisas igualmente graves, que na Lusa é proibido usar a palavra "estagnação", numa altura, em que o país está à beira da recessão? Ninguém liga? Vai ficar tudo na mesma? A censura passou a fazer parte do dia-a-dia da comunicação social? Vamos ver!Enquanto isso, o país foi confrontado com mais um relatório internacional que desmente o optimismo do primeiro-ministro e as contas apresentadas pelo seu ministro das Finanças. Desta vez, as más notícias vêm da OCDE e apontam para um aumento desastroso do desemprego e para um crescimento de 0,1 para o ano de 2009.
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Ontem, a notícia do dia era o financiamento da campanha eleitoral do prof. Cavaco Silva, irremediavelmente ligada à história do banco, através de uma contribuição de 15 mil euros feita pelo dr. Oliveira e Costa. Nem o facto de a campanha eleitoral do dr. Soares também ter sido contemplada pela generosidade do antigo presidente do BPN foi suficiente para estragar uma boa história.
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Esta subtil tese esconde, no entanto, objectivos bastante mais comezinhos, ocultando essencialmente a necessidade de fragilizar a única figura de Estado que goza de algum prestígio. Não por acaso, ainda esta semana, o dr. Lello, esse maître à penser do primeiro-ministro, se sentiu obrigado a negar a participação do PS na campanha de rumores e de insinuações que foi criada à volta do prof. Cavaco Silva. E por que haveria o PS de estar envolvido numa campanha destas? Para disfarçar a incompetência do seu governador do Banco de Portugal, que se considera alvo de um "linchamento público" só porque não foi capaz de exercer as suas funções? Para desviar as atenções dos péssimos resultados da sua política? Para que não se saiba que o fabuloso Teixeira dos Santos foi considerado o pior ministro das Finanças da Europa pelo Financial Times? Para silenciar a crise na Educação e os protestos dos professores? Ou, voltando ao princípio, para fragilizar uma das poucas vozes deste país que o Governo não consegue controlar?
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Se a resposta não fosse óbvia, o dr. Lello não se teria sentido obrigado a desmenti-la.
Há desmentidos que se desmentem a si próprios.
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Constança Cunha e Sá
Jornalista
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Constança Cunha e Sá
Jornalista
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