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26 maio 2007

Uma boa resposta...

Resposta ao Ofício do Patriarcado de Lisboa, em que foi comunicado ao Brigadeiro Ribeiro da Fonseca a dissolução do seu casamento com D.Maria Inez Fragoso Carmona.


"StºAmaro de Oeiras, 18-XI-1951

Exmos. Senhores


Profundamente religioso, para o que não é necessário pedir licença a V.Exª nem pagar-lhe qualquer quantia, fiquei admirado por me comunicarem que o meu casamento na igreja tinha sido considerado nulo, isto porque uma criatura se divorciou, casou segunda vez civilmente, tornou a divorciar-se e, quando quiz casar em terceira mão, se lembrou de, pagando-lhes alguns escudos, os levar a transformarem o sacramento do matrimónio numa palhaçada.

Mas não é de estranhar, porque Religião é uma coisa sagrada e Igreja é, como se explica numa nota do Novo Testamento, uma sociedade de fiéis, isto é, a firma, o Grandela da Religião, onde esta se mercadeja.

Um casal meu vizinho quis casar na igreja daqui, levando como padrinhos seus cunhados, que eram casados civilmente. O padre desta freguezia, que vive amancebado com uma senhora casada, certamente na igreja mas com outro, negou-se a casá-los. Pois dirigiram-se ao "Grandela da Religião", pagaram seiscentos escudos e logo se casaram na igreja de S.Domingos de Rana com os mesmos padrinhos.

É por isso que os não respeito, continuando profundamente religioso e cada vez mais, ao ver como tripudiais em nome do pobre Jesus, fazendo o contrário do que ele pregou.
Que Deus vos guarde contudo, iluminando-vos e fortalecendo-vos o pobre espírito e as fracas almas.

a) Ribeiro da Fonseca
(Brigadeiro aviador) "

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