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29 maio 2007

Os Livros de Despedida - 1953 . 3º

O Livro de Curso de 1952/53
Terceiro "capítulo"


Foto do Curso - Alunos e Professores
.

Fotografia do bloco à esquerda

Na 1ªfila:
Joaquim Morgado Fernandes Carmona, Amândio Azevedo Robalo, Américo Mendes, Joaquim Martins Baptista e António José Galeão Proença.

Na 2ªfila:
António dos Santos Tavares, Maria Luisa Vieira Pinto Garcia (a Mia) e Ilda do Carmo Silva,
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Na 3ªfila:
Luis Joaquim Carrega Marçal Grilo, jjmatos, Armando Lourenço Rodrigues,José Pereira Castilho Monteiro, Jorge Manuel de Matos Tropa, José Joaquim Delgado Domingos, Eugénio Augusto Fevereiro Chambel, Maria Júlia Ribeiro Costa e Aurília Silveira Fernandes.
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Joaquim Morgado Fernandes Carmona

O que hei-de então dizer?
Que queres ser um militar?
Que tens uma estrela na vida
Que te ilumina
Que te fascina
Que te domina
Que dá lucro ao sapateiro?
Que por tua idoneidade
Foste por unanimidade
“Chefe de turma” escolhido?
Ou queres talvez que eu diga
Que por “Tocha” és conhecido?


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Amândio de Azevedo Robalo


Nesta hora da partida
Tua saudade é sentida
Saudade dos tempos lindos
Dos tempos que já lá vão
O das idas ao uncal
O das idas ao g
arrafão

O Amândio em 24 de Junho de 1978

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António José Galeão Proença

Votado à electricidade
É dos rádios amador
Ele tem certa vaidade
Em ser um bom guiador

Amores, não lhos conheço
Todavia ouvi dizer
Que em certa tarde coitado
Andou c’o sangue a ferver.
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O Tó Zé Proença em 1955 (?)

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António dos Santos Tavares

Andam pombos a voar…
Um concurso certamente
E o Tavares vai ganhar…

Aplausos…aclamações…
A taça já não lhe foge.
Mas ai!... tantas ovações
E o coração lá tão longe…


O António Tavares, em 26 de Junho de 1982

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Maria Luisa Vieira Pinto Garcia

Foi assim que a heroína
Desta história pequenina
Veio até junto de nós
Bem vestida… porque não,
Se ela faz um figurão
Com a toilette dos avós?

Não sei quem foi que lhe disse
Que ela podia se “miss”
Se usasse outro penteado
Foi ao Sérgio num pulinho
E passado um instantinho
Tinha o cabelo voado.


A Mia em 2 de Junho de 1973

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Ilda do Carmo Silva


É bonitinha
E jeitosinha
A colega desta estampa
Mas cuidadinho,
E juizinho
Rapazes…
Que levam tampa.

O coração novo em folha
Não tem sombra de lesão;
Como fruto a quem o colha
Ele espera ocasião

O seu aspecto é sério
Suas falas acertadas
No seu silêncio há mistério
Mas também largas piadas.

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Luis Joaquim Carrega Marçal Grilo


Magro e alto
Com cada passo que parece um salto
Lá vai muito senhor do seu nariz
O Luís

Das Manias:
Como ele se vê:
Pinto melhor que o Malhoa
A guache ou a pastel
E os amores que já tive
Em toda a parte onde estive
Davam p’ra encher um quartel!
(…)
Como eu o vejo:
Pintas pior que o Picasso
Fazes quadros a granel
Mas nos amores não me fales,
Será melhor que te cales:
“Nisso, amigo, és um pastel!!!”

Os versos são do Tony Lobato de Faria.


O Luís, em 18 de Junho de 1977


O Luís Grilo, em 23 de Maio de 1981

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João José Mendes de Matos

Fazer uns versos agora
Que o curso vai acabar
É difícil, pois quem chora
Não terá gosto em cantar,
Mas já que pediste uns versos,
Uns versos te quero dar,
Para que depois mais tarde
Tu te possas recordar
D’aquele ano em que “gataste”
Por’stares a “qu’rer brincar”
Num exercício fatal…
Ou quando ias pr’o Paço
A sonhar e a namorar Com essa boa menina
Que à Covilhã já foi dar
(essa tal do “chocolate”
Com a marca de Regina
………………………………………… (1)
………………………………………… (2)

Matinhos: uma ilusão
Todos nós temos na vida
Tu ganhaste o coração
Ela ficou iludida…
Mas continua a gozar,
A dançar
E a cabular
“Esta vida são dois dias”
Não vale a pena ‘studar
Até ao ponto final(3)
…Que dês um good biólogo
Deseja-te com fervor
O teu amigo
Anforsal

(1 e 2) – Cortado pela censura
(3) – vulgo: a morte



jjmatos, em 16 de Setembro de 1988

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Armando Lourenço Rodrigues

Nada mais de ti, tenho a dizer;
E quer vás para o ar a navegar,
Quer vás para terras do Ultramar
Que a vida difícil possas vencer .


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José Pereira Castilho Monteiro

Nuns traços gerais
Sem graça e sem brilho
Vou tentar apresentar
- O Castilho:
Moreno de tez
Tipo inglês
Alto e bem lançado
É raro o Zé
estar sentado!
Rosto franco, jovial,
D’olhos verdes sem rival!
É loiro e não fuma
Aspirações… tem uma!!!

Eis o Zé na aparência
Vamos ver como é na essência…


.

Jorge Manuel de Matos Tropa

(Os versos são do João frei Roy)

No dia tantos do tal
De tempos que já lá vão
Nasceu este Jorge Tropa
Ma vilinha de Mação.
(…)
Deseja-te felicidades
E que nunca fiques mal
Que venhas a ser “Oh! Tropa
Um magnífico General


(O Jorge Tropa não foi General mas sim Veterinário)

O Jorge Tropa, em 24 de Junho de 1978

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José Joaquim Delgado Domingos

…A sombra esvaiu-se, algo aprendeu
Coração liberto, o amor morreu…

Olha em derredor, fita os horizontes
Eles lhe trarão, tesouros aos montes

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Eugénio Augusto Fevereiro Chambel


(Os versos são do Carlos Garcia de Castro)

- Tens aí cinco paus p’ra me emprestar?
- És um gajo lixado p’ra cravar.
- Ó pá, o que é que queres, se o filme é bom?
- Ah!... Sim? Bem, nesse caso também vou.
(…)
- Sopeira, meu amor, oh! Que delícia!
- Permita-me, menina, uma carícia

.

Maria Júlia Ribeiro Costa

Figura gentil
Rosto delicado
Andar senhoril
Cabelo ondulado.
De olhos castanhos
Convite ao amor
D’encantos tamanhos
Causam certo ardor
(…)
Contaram-me até
Que a Júlia perdeu
Lá p’la Nazaré
Qualquer coisa seu
E um tal Lúcifer
Achou e guardou
Quem Cupido fere
Jamais se curou!

Eu sem ser cigana,
Vou ler tua sina:
-Anda estende a mão
A mão pequenina -
-Tens linhas cruzadas
Na palma da mão
Que querem dizer
- A aviação…!
É esta a razão do teu divagar
Que mesmo acordada
Só te faz sonhar

.

Aurília Silveira Fernandes


Dos lados de S. Francisco
(aldeia no meio do mato)
Veio esta linda menina
Linda de cara… e de fato!

Especialista em gramática
Meteu-se também a literata…
Só consegue a boa nota
Dada a sua grande lata…

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