Stanley L. Miller, no seu laboratório da Universidade de Chicago - 1953
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O esquema da Experiência de Miller - 1953
"Uma vez feito o vazio, Miller introduziu no aparelho, metano, amoníaco e hidrogénio. A água, contida no pequeno balão, foi aquecida até à ebulição (1).
Como consequência da produção de calor e de vapor de água, os gases são forçados a circular no sentido das setas ("atmosfera primitiva") (2).
A mistura passa através de um grande balão onde é submetida durante uma semana a faíscas produzidas por descargas eléctricas de 60.000 volts (os"relâmpagos") (3)
O vapor de água é arrefecido e condensado num sistema de refrigeração ("chuvas") (4)
Os compostos acumulados acumulam-se na parte inferior do tubo, em U ("oceanos") (5)"
Seg.Joel de Rosnay
in. "As origens da vida"
O aparelho no qual Stanley Miller reconstituiu a atmosfera primitiva da Terra
.Experiência que ficou na história da ciência utilizou balões de vidro, água, gases e descargas eléctricas
Stanley Miller foi o primeiro cientista a criar em laboratório as condições químicas da Terra primitiva, a partir das quais se supõe que a vida pôde surgir. A sua famosa experiência, publicada na revista Science a 15 de Maio de 1953, marcou uma ruptura conceptual em relação ao que então se pensava sobre a origem da vida. Em 1952, Miller era aluno de doutoramento de Harold Urey, na Universidade de Chicago, quando concebeu um dispositivo para simular a atmosfera e os oceanos primitivos.Na parte de baixo, um balão de vidro continha água, que era aquecida para formar vapor. No topo, outro balão continha o vapor, metano, amoníaco e hidrogénio (que na época se pensava, erradamente, serem os gases da atmosfera primitiva, mas serviu na mesma de prova). Miller submeteu os gases a descargas eléctricas, como se fossem relâmpagos. Ao fim de alguns dias, as reacções químicas que se produziram originaram aminoácidos (constituintes da vida) e compostos orgânicos.
Até aí, pensava-se que a formação de compostos orgânicos não era possível sem a presença de organismos biológicos.
Mais recentemente, há quem defenda que a origem mais provável da vida está nas fontes hidrotermais. "Tenho uma resposta muito simples para isto", dizia Miller. "As fontes hidrotermais não criam compostos orgânicos, apenas os decompõem."
"Miller foi o pai da origem química da vida", disse um dos seus antigos alunos, Jeffrey Bada, ao diário norte-americano Los Angeles Times. "A sua experiência transformou o estudo da origem da vida numa área respeitável."
Em tempos, o astrofísico Carl Sagan, já falecido, disse sobre a experiência de Stanley Miller: "Foi o passo mais convincente de que a vida pode existir em abundância no cosmos."
(Cf.Teresa Firmino, in Público, hoje)
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