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História breve de uma boneca de trapos
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Era uma vez uma boneca
Com meio metro de altura.
Insinuante, bonita,
Mas, pobremente vestida.
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Um ar triste - uma amargura
Diluída no olhar ...
Grandes olhos de safira,
E um sorriso combalido
Como flor que vai murchar.
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Quase a meio da vitrine
Lá daquela capelista
Essa boneca de trapos
A ninguém dava na vista!
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Ninguém via o seu sorriso!
Ninguém sequer perguntava:
Quanto vale a «marafona»?
Quanto querem pela «Princesa»?...
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Passaram anos. - Com eles,
Foi a minha mocidade
E cresce a minha tristeza.
- Quem é que dá p'la Boneca
Que os meus olhos descobriram
Lá naquela capelista
Quase à esquina do jardim?...
Quem dá por Ela? Ninguém.
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E quantas almas assim!
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In “Poesias avulsas”
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In “Poesias avulsas”
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