Francisco Goya
1746 – 1828
Velhos a comer a sopa
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Nos anos compreendidos entre 1819 – 1823, Goya decorou a sua casa de Madrid, chamada a “vila do surdo” com pinturas murais feitas a óleo sobre o estuque das paredes. São obras que o genial surdo (semelhante a Beethoven até neste pormenor) pintava para si, e nelas oferecia-nos as visões mais íntimas e descontroladas, antecipando as exaltações do período romântico e aproximando-se do expressionismo do século XX.
Goya mostrava sempre um particular interesse pela intimidade do espírito Para exprimir esta última com a máxima intensidade, o artista prescinde da perfeição externa e deforma intencionalmente a aparência humana até chegar quando o acha necessário, ao monstruoso. É o que sucede com estes dois velhos a que poderíamos chamar fantasmas ou cadáveres de expressão sarcástica e que parecem levantar-se dos seus caixões para se alimentarem. A cor destas pinturas mantém-se circunscrita aos tons escuros e, precisamente por isso, lhe chamaram “pinturas negras”. O seu aspecto geral faz lembrar enormes gravuras ou águas-fortes, e de certo modo ressentem-se um pouco do cromatismo de Rembrandt, que Goya admirava muito.
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Cfr. Marco Valsechi
In “Grandes Museus do Mundo”
Ed.Verbo – Novembro/1973
Nos anos compreendidos entre 1819 – 1823, Goya decorou a sua casa de Madrid, chamada a “vila do surdo” com pinturas murais feitas a óleo sobre o estuque das paredes. São obras que o genial surdo (semelhante a Beethoven até neste pormenor) pintava para si, e nelas oferecia-nos as visões mais íntimas e descontroladas, antecipando as exaltações do período romântico e aproximando-se do expressionismo do século XX.
Goya mostrava sempre um particular interesse pela intimidade do espírito Para exprimir esta última com a máxima intensidade, o artista prescinde da perfeição externa e deforma intencionalmente a aparência humana até chegar quando o acha necessário, ao monstruoso. É o que sucede com estes dois velhos a que poderíamos chamar fantasmas ou cadáveres de expressão sarcástica e que parecem levantar-se dos seus caixões para se alimentarem. A cor destas pinturas mantém-se circunscrita aos tons escuros e, precisamente por isso, lhe chamaram “pinturas negras”. O seu aspecto geral faz lembrar enormes gravuras ou águas-fortes, e de certo modo ressentem-se um pouco do cromatismo de Rembrandt, que Goya admirava muito.
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Cfr. Marco Valsechi
In “Grandes Museus do Mundo”
Ed.Verbo – Novembro/1973
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