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07 julho 2010

António Gedeão...

Um poema de...

António Gedeão
.
Vidro côncavo
.
Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar
Um enjoo
Uma agonia.
Sabor a sal.
Maresia.
Vidro côncavo a boiar.
.
Dói esta corda vibrante.
A corda que o barco prende
à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.
.
in "Movimento Perpétuo"
1956

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