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14 julho 2010

Rogério Fernandes Ferreira

Rogério Fernandes Ferreira, de 81 anos, respeitado fiscalista, morreu na segunda-feira passada após doença prolongada degenerativa. O corpo foi velado na Basílica da Estrela e vai a enterrar hoje às 14h no Cemitério dos Prazeres.


Rogério Fernandes Ferreira
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Viveu em Setúbal onde fez os estudos do Ensino Secundário.
Convivi com ele num grupo de amigos que, com frequência, se reunia no Café Central. Ali aparecia nos fins de semana. E ali tive a oportunidade de conhecer um homem que, já naquela época, era muito considerado quer pela sua capacidade intelectual quer pela modéstia com que apresentava as suas ideias que eram muito respeitadas.
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"Nasceu a 27 de Junho de 1929, em S. Clemente, freguesia de Loulé. De origens humildes, fez toda a sua instrução em Loulé, sem meios de estudar em Faro. Por morte da mãe e tendo o pai emigrado para a Argentina, abandonou os estudos e começou a trabalhar na empresa de viação Eva. Pouco depois, veio viver para Setúbal onde, entre outros empregos, trabalhou numa mercearia." (provavelmente na rua de S.Sebastião).
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Penso que se situaria nesta rua a residência da tia com quem veio viver pois, anos mais tarde, quando o conheci em 1960/61, o fim dos seus passeios que connosco fazia na "baixa velha" da cidade, depois da "bica" no Central, terminavam quase sempre com a subida da actual rua Arronches Junqueiro.
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Podemos ler, algures na Net, uma pequena "nota" referente a esta época:
"Aos quinze anos vai viver em Setúbal em casa de uma tia, onde a par do trabalho - entre outros, numa mercearia - prossegue os estudos, terminando em 1947 o curso da Escola Comercial e Industrial João Vaz com a mais alta classificação - 18 valores. Frequenta depois o Instituto Comercial de Lisboa e em 1949 ingressa no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, cujo curso termina em 1954 com a classificação de 15 valores e sempre na condição de aluno trabalhador".
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É ainda do Público de hoje que "respigo", da "Opinião" de Guilherme de Oliveira Martins, dois pequenos apontamentos:
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"Era um homem que cultivava a sabedoria, a honestidade, o bom senso e o sentido humaníssimo da vida".
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"Para o professor a contabilidade era um instrumento, mas (como escrevia nos seus textos que enviava aos amigos com uma regularidade impressionante) o que verdadeiramente estava em causa eram (e são) as pessoas".

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