Rogério Fernandes Ferreira
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Viveu em Setúbal onde fez os estudos do Ensino Secundário.Convivi com ele num grupo de amigos que, com frequência, se reunia no Café Central. Ali aparecia nos fins de semana. E ali tive a oportunidade de conhecer um homem que, já naquela época, era muito considerado quer pela sua capacidade intelectual quer pela modéstia com que apresentava as suas ideias que eram muito respeitadas.
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"Nasceu a 27 de Junho de 1929, em S. Clemente, freguesia de Loulé. De origens humildes, fez toda a sua instrução em Loulé, sem meios de estudar em Faro. Por morte da mãe e tendo o pai emigrado para a Argentina, abandonou os estudos e começou a trabalhar na empresa de viação Eva. Pouco depois, veio viver para Setúbal onde, entre outros empregos, trabalhou numa mercearia." (provavelmente na rua de S.Sebastião).
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Penso que se situaria nesta rua a residência da tia com quem veio viver pois, anos mais tarde, quando o conheci em 1960/61, o fim dos seus passeios que connosco fazia na "baixa velha" da cidade, depois da "bica" no Central, terminavam quase sempre com a subida da actual rua Arronches Junqueiro.
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Podemos ler, algures na Net, uma pequena "nota" referente a esta época:
"Aos quinze anos vai viver em Setúbal em casa de uma tia, onde a par do trabalho - entre outros, numa mercearia - prossegue os estudos, terminando em 1947 o curso da Escola Comercial e Industrial João Vaz com a mais alta classificação - 18 valores. Frequenta depois o Instituto Comercial de Lisboa e em 1949 ingressa no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, cujo curso termina em 1954 com a classificação de 15 valores e sempre na condição de aluno trabalhador".
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É ainda do Público de hoje que "respigo", da "Opinião" de Guilherme de Oliveira Martins, dois pequenos apontamentos:
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"Era um homem que cultivava a sabedoria, a honestidade, o bom senso e o sentido humaníssimo da vida".
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"Para o professor a contabilidade era um instrumento, mas (como escrevia nos seus textos que enviava aos amigos com uma regularidade impressionante) o que verdadeiramente estava em causa eram (e são) as pessoas".
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