in,"Setubalense"
19.10.2009
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Li esta manhã o início de uma carta que um Setubalense, interessado desde há muito pela sua Cidade, escreveu à recém eleita Presidente da Câmara. Uma "carta" que promete ser longa e, por isso, ter continuidade nos próximos números do jornal.
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Gostei da maneira como se refere ao saudoso Presidente Dr.Manuel José Constantino de Goes que os comunistas de 74 "escolheram" como alvo a abater, concentrando nele, de facto um Homem justo, impoluto e incorruptível, toda a sanha necessária à "instalação" rápida da nova era... mesmo que para isso tivessem de recorrer às mais infames e vergonhosas mentiras!
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Dr.Manuel José Constantino de Goes
Dado que foram os elementos mais activos do partido que a Senhora Presidente representa agora aqui na Cidade quem desempenhou o triste e miserável papel da calúnia e do descrédito que pesou sobre a vida do Dr.Goes, penso que seria muito bonito da sua parte se, ao fim de tantos anos, a Drª Maria das Dores Meira pudesse levar os seus "pares" a reconhecerem o erro cometido contra o último Presidente da Câmara, anterior à Revolução dos Cravos, pois nunca é tarde de mais para se reparar um erro como este...
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Mas vejamos o excerto da Carta do Giovanni, a que me refiro atrás:
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"Comecemos pelo princípio, ou, pelo menos, o meu princípio, aquele que corresponde ao meu horizonte temporal de percepção.
E o meu princípio começa antes do 25 de Abril, em que era presidente da Câmara, o Dr. Manuel Constantino de Goes.
Setubalense, homem de grande honestidade, seriedade, sobriedade, e dedicação no desempenho dos cargos que ocupou, quer como autarca, quer como dirigente do nosso Vitória, foi muito injusta, malévola e cobardemente caluniado no pós 25 de Abril, por um conjunto de gente sem escrúpulos, na altura do PREC.
Foi de tal maneira grave e dramática, a perseguição política e sobretudo pessoal que lhe foi movida aqui em Setúbal, que viver cá tornou-se-lhe impossível, tendo tido necessidade de exilar-se no Brasil.
Regressou a Portugal, tendo começado a exercer a sua actividade profissional na cidade do Porto, onde faleceu(1) em 1979, com apenas 49 anos de idade.
Manuel Constantino de Goes era um Setubalense ilustre, um autarca exemplar e um vitoriano dedicado.
Tendo sido o 25 de Abril extremamente importante e decisivo para a conquista da democracia em Portugal, aqui para os nossos lados, verificaram-se demasiadas convulsões sociais e laborais num curto espaço de tempo, que tiveram consequências muito negativas no tecido empresarial, e consequentemente, no desenvolvimento da nossa região.
Ainda hoje estamos a sofrer as consequências das asneiras que se fizeram, nessa altura."
(1) O Dr.Goes faleceu em Lisboa, no Hospital da Cuf.
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