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22 setembro 2009

Uma demissão oportuna...

Num artigo assinado por Andreia Sanches ao qual esta jornalista deu o título:
"Dirigentes da Confederação das Associações de Pais
demitem-se contra a "colagem" às políticas educativas."
podemos ler os seguintes excertos desse texto.
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Por considerar que a independência da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) face ao Governo "pode estar em risco", António Amaral, o vice-presidente do conselho executivo daquela estrutura, apresentou a demissão. E com ele outros quatro dirigentes da estrutura que tem cerca de 1700 associações federadas.
António Amaral, presidente da Federação Regional de Setúbal das Associações de Pais, contesta a forma como o actual presidente da Confap, Albino Almeida, tem manifestado o seu apoio às políticas educativas sem que "estas sejam discutidas internamente".
E continua: "Há muitas medidas do Governo que apoiamos, mas uma coisa é estar de acordo, outra é a forma como expressamos esse apoio".
António Amaral fala de "uma colagem" do presidente da Confap "às políticas do Ministério da Educação". E lamenta: "Devíamos ser mais críticos e assertivos, preservando a nossa independência."
(…)
Albino Almeida recusa comentar…. Claro!...
in."Público"
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NB -
O actual Presidente da Confap parece desconhecer a História…
Provavelmente nunca ouviu falar da Lei nº7/77, de 1 de Fevereiro, cuja aprovação na Assembleia da República, nos tempos difíceis do Prec, resultou do trabalho de Homens como Henrique Penha Coutinho, Nuno Krus Abecassis, José Formosinho e muitos outros cuja assinatura se mantém no original da “Declaração de Princípios” aprovada, em 2 de Setembro de 1975. Esta Lei conferia às Associações de Pais o “direito de dar parecer sobre as linhas gerais da política da educação nacional e juventude e sobre a gestão dos estabelecimentos de ensino.
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Henrique Penha Coutinho

"As Associações de Pais nasceram em Portugal à sombra da liberdade de associação, em 1974. A situação de instabilidade nas escolas, as sucessivas greves de professores e alunos forçaram à intervenção dos pais, que só então acordaram para a necessidade de participar na vida da escola e se tornarem mediadores e também exigentes, quanto à resolução de problema.

As Ap’s nasceram por todo o país. Cedo verificaram que era preciso conjugar esforços: Forma-se a Inter-Pais (1974/75) e, pouco depois, em Abril de 1976, realiza-se o primeiro Encontro Nacional das AP’s em que se aprovou uma Declaração de Princípios.
Um ano depois, em 1 de Fevereiro de 1977, meia centena de Associações de Pais forma o SNAP – Secretariado Nacional das Associações de Pais cujo objectivo é “congregar a nível nacional a actuação das Associações de Pais no exercício do direito e dever que a pais e encarregados de educação assiste de participarem na educação integral dos seus filhos e educandos.”
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Naqueles tempos difíceis, nunca dirigente algum das Ap's se curvou aos interesses de qualquer Governo, Primeiro Ministro ou Ministro da Educação... Por isso nos custa agora deparar com "dirigentes situacionistas" que só sabem dizer "amen", por conta própria... à margem dos seus pares.

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