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28 setembro 2009

Na "ressaca" das eleições...

Respigos
do Público,
em 28 09 200
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Com o título “Se alguém ganhou ontem, foi Paulo Portas”,


Vasco Pulido Valente escreveu:

O nosso mundo não reconhece a inteligência e o saber; e vive ofuscado com a imagem.”.
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Em “É preciso uma nova cultura de consensos”,

Teresa de Sousa diz-nos que:

“Há coligações possíveis e há coligações impossíveis, que resultam também da forma como os eleitores votaram. O PSD e o BE auto-excluíram-se delas. Os dois vencedores - PS e CDS - podem fazê-la. Nada de intransponível separa os dois partidos. Nem a economia de mercado, nem o Afeganistão. Nenhum deles elegeu o outro como o principal alvo a abater. E nem sequer seria inédita.”
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Francisco Sarsfield Cabral escreve

no seu apontamento intitulado “Empobrecer”:
“E se com maioria absoluta as reformas foram poucas, agora ainda serão menos. Por isso a produtividade manter-se-á a fraquejar e a nossa competitividade diminuirá mais, agravando a crise estrutural e o desemprego. Ou seja, prosseguirá o empobrecimento relativo dos portugueses, iniciado há sete anos. Poderá, até, acelerar-se muito, se Sócrates governar para eleições a um ou dois anos de vista, como é bem possível que aconteça.”
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Teresa Villaverde

E até a cineasta Teresa Villaverde afirma em “Onde se vai encostar Sócrates”:
Eu elegeria como primeira coisa a fazer o debate, a luta imediata contra a corrupção. Importantíssimo, o exemplo do Estado, os gestores das grandes empresas têm que ter as mãos limpas, os dos bancos. Os professores têm que ganhar mais para terem vidas mais dignas, para poderem viajar, comprar livros, para nunca pararem de aprender e poderem transmitir os seus conhecimentos. Sem o entusiasmo das pessoas, não há país que avance. Sem arte e sem cultura os países são tristes e não produzem nada. Sem a solidariedade para com os mais velhos e os mais pobres, somos todos uns canalhas. Um país de canalhas é um país que não vale nada.
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Num artigo intitulado “CDS é a porta para um entendimento maioritário com PS.”
Sofia Rodrigues escreveu:
”"Primeiro, o povo tirou a maioria absoluta a José Sócrates", o que significa que "o país recusou a arrogância e a prepotência de uma maioria absoluta transformado em poder absoluto", afirmou o líder centrista, apontando já o caminho aos socialistas. "O rolo compressor de uma maioria de um só partido não deixa saudades, terá de dar lugar à cultura do compromisso e da negociação", apontou.
(…)
Mas a grande vitória reclamada, e que dominou as atenções durante toda a noite, foi ficar à frente da CDU e do Bloco de Esquerda. Se no primeiro caso, a vantagem ficou clara ao princípio da noite, já no segundo exigiu nervos de aço dos apoiantes e dirigentes, numa disputa muito acesa até ao fim pelo terceiro lugar.

"Ao pôr o CDS à frente da esquerda radical, a opção dos portugueses foi pela moderação", sublinhou Portas
(…)
"Continuaremos a ser a melhor oposição de um governo socialista. Essa oposição firme e responsável tem como único compromisso o nosso programa e de fidelidade ao nosso caderno de encargos", afirmou.
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É Maria José Oliveira quem escreve no seu apontamento a que deu o título:
"Vitória histórica" do Bloco de Esquerda teve uma pedra no sapato chamada CDS-PP”, ao qual foi acrescentado o destaque:
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Os bloquistas festejaram a duplicação de deputados. Mas não puderam reclamar o terceiro lugar. E ficaram estupefactos com o resultado do CDS-PP”:
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(…)
Questionado sobre esta mesma hipótese, o líder bloquista revelou alguma displicência: "Se o PS e o CDS se vão entender é lá com eles. A sua união deu resultados desastrosos e políticas de queijo limiano. Desejo-lhes a melhor sorte. Mas não é a melhor política para o país. A direita nunca foi uma alternativa para o país."
(…)
E logo a seguir passou ao ataque aos populares (algo que, aliás, quase escamoteou durante a campanha eleitoral), culpabilizando o CDS-PP pela "destruição do país" e lembrando que no referendo sobre a IVG os populares "estiveram do outro lado", remando contra "a maioria da população portuguesa".
(…)
Para a concretização desse "diálogo", Louçã estabeleceu desde logo três "prioridades": a "reconstrução do sistema de protecção social que responde aos desempregados a quem Sócrates retirou o subsídio de desemprego"; a reforma das políticas da Educação ("hoje à noite Maria de Lurdes Rodrigues perdeu o lugar", decretou Louçã); e a implantação do imposto sobre as grandes fortunas. Por ora, os bloquistas ficam em suspenso. À espera da réplica dos socialistas.

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