"Portugal arrisca seguir o caminho da Grécia."
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No "Público"
15.09.2010
by José Manuel Rocha
"A Alemanha teme que Portugal caia numa recessão profunda"
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Michael Meister, dirigente de topo do partido de Angela Merkel, acusa o Governo Sócrates de não fazer o suficiente para impulsionar a economia.
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"Portugal não está a fazer o que é necessário para evitar cair na mesma situação em que caiu a Grécia."
Michael Meister, dirigente de topo do partido de Angela Merkel, acusa o Governo Sócrates de não fazer o suficiente para impulsionar a economia.
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"Portugal não está a fazer o que é necessário para evitar cair na mesma situação em que caiu a Grécia."
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O recado crítico a Portugal foi passado durante uma entrevista que concedeu ontem à agência de notícias Bloomberg, em Berlim.
O político germânico teme que Portugal caia numa recessão profunda porque não está a fazer o suficiente para dinamizar a economia e o Governo não avança medidas para tornar as empresas mais competitivas.
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Meister aconselha Portugal a investir mais na área da educação e da formação, e nas novas tecnologias, como a Alemanha fez, no passado não muito distante, e com bons resultados.
"Cada país tem que fazer a sua parte para impulsionar a sua economia na zona euro, e não apenas cortando nos gastos, como Portugal fez", criticou Michael Meister.
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O porta-voz da CDU para as questões financeiras acrescentou: "Necessitamos de assinalar aos mercados - não se preocupem, porque estamos a resolver os nossos problemas estruturais e seria desejável mais participação de Portugal."
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Apesar de surpreendentes, as declarações de Meister não surgem fora de contexto, porque a Alemanha tem dado sinais de preocupação com a timidez da retoma económica europeia e com os ritmos divergentes a que se está a processar entre os diversos países - particularmente os do Sul. E, quando a Grécia corria risco de incumprimento, o Governo germânico esticou tanto quanto pôde a corda dos apoios, até que o executivo grego se comprometesse com um rigoroso plano de estabilidade.
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"Seguramente, não é nosso objectivo ver outro Estado-membro a ter que recorrer aos fundos europeus de emergência", assegurou Meister. As críticas do dirigente democrata-cristão alemão surgem também em linha com as mais recentes posições do comissário europeu responsável pelos assuntos financeiros. Anteontem, Olli Rehn manifestou preocupação pelo facto de a recuperação económica europeia estar a acontecer "a duas velocidades" e acrescentou que a situação actual poderá pôr em causa a coesão comunitária.
Numa mensagem para o Governo Sócrates, Rehn referiu que é necessário aprofundar a consolidação orçamental e realizar reformas estruturais para que o país regresse a um cenário de crescimento sustentável e de criação de emprego. Anteontem, a Comissão Europeia reviu em alta as previsões de crescimento para a zona euro (1,8 por cento em 2010). Neste quadro, Portugal acentuará divergências com os seus principais parceiros, uma vez que não é expectável que a economia cresça acima de 1 por cento no corrente ano.
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