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31 maio 2010

Um poema...

...de Augusto Gil


O eterno amor
.
Pus-me a reler as tuas cartas hoje.

Há bons três anos que mas escreveste...
- Vê como o amor, vê como o tempo foge!
.
Entre uma delas, na maior, meteste

(Naquele dia para o que te deu!)
Umas folhas rendadas de cipreste...
.
São trinta cartas de apertadas linhas

Todas de Abril - do mês em que no céu
Já voam as sagradas andorinhas -.
.
«Juro-te amor eterno» uma dizia.

Pois afinal durou um mês por junto
O amor eterno. Quem o suporia!
.
Rezemos pelo defunto

Padre Nosso, Ave Maria...

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