Fotografia do bloco à direita
O Paralta de Figueiredo, o José Serrano Raposo e o Ilídio da Mesquita Nunes
António Paralta de Figueiredo
Semelhando mosca leve que perpassa
Ou vento ligeiro que tudo incomoda
Demolindo a “malta” com ar de chalaça
Passa o Paralta, infantil e “soda”.
Mas quem seria a fada qu’ao fadá-lo
- Estrelinha branca, conto de encantar
Lhe pôs no sentir como a separá-lo
Menino no ser, homem no pensar…
…De Nisa nato, “ferrenho” caçador
Esguio e loiro, como um pé de milho
Coração afeito aos dramas d’amor
Sulcando-lhe a alma num profundo trilho.
.
José Serrano Raposo
Muito velho, já careca
Que, sem olhar p’rá marreca,
Imaginou-se menino,
Deitou ao ombro a sacola,
Matriculou-se na escola.
Como era principiante,
Não querendo desilusões,
Começou pelas sopeiras
Inda que fossem coirões.
Quer prestasse ou não prestasse
O que interessa é que aceitasse
.
Ilídio Alexandre da Mesquita Nunes
Alto, de óculos e sisudo
É pacato e bom rapaz
No banjo ele toca tudo
E nas guitarras um ás.
Já vos disse meus senhores
Quase tudo o que sabia
Só não vos falei de amores
Porque pouco vos diria.
Cabelos e olhos pretos
De estatura regular
Eis aqui a Conceição
Sempre pronta a falar.
Gosta imenso de dançar
Mas cantar ai…isso não
Quando se fala em desporto
Defende sempre o “Leão”…
A Conceição Faria, em 20 de Maio de 1978
.
Joaquim Pires Simão
Amigo da ciência e, para passar,
De fazer um sacrifício ele é capaz
Nem que muito tenha que estudar
.
Domingos Gomes Morgado Duarte
Sereno
Nos gestos que faz:
Sempre caladinho
O nosso “avozinho”
É um bom rapaz.
Contudo, Avozinho
Tem esperanças. Eu acho
Com todo o ardor
Que ainda serás
Nobre regedor
Desse teu Retaxo
.
O Domingos "Avô", em 2 de Junho de 1973
.
Célia Carracha Maltês
Expansiva, entusiasta, barulhenta,
Alegre e sempre boa camarada,
Quem não conhece a Célia, na turma desatenta
Deste sétimo ano que ficará na história,
Dos anais do Liceu, o de boa memória,
Zero em comportamento e em estudo…quase nada?
A Célia, em 1 de Junho de 1973
Maria Susana Vaz Oliveira
Na era “Antes de Cristo”
Houve um tal “Serapião”…
(a dizer mais não me arrisco!)
Dizer:”Adeus Medicina!”
Estou vê-la por esta andar
Pois disse-me estar disposta
No gozo continuar.
A Susana, em 24 de Junho de 1978
.
Manuel Barroso dos Santos
Pró Manel acho insensato,Fazer a apresentação...
.
Aristides da Fonte Alpendre
Um traquina a valer
Que nasceu com a mania
De Ministro da Economia
Ainda chegar a ser
Resta-me agora lembrar
Já que vais p’ra aviação
Qu’os que andam pelo ar
Hão-de vir todos parar
Em bom estado ao meio do chão.
Em manhã de nevoeiro
Como D. Sebastião
Entre lágrimas e beijos
E xeliques femininos
O rapaz saiu de casa
Abandonou Alpalhão
Entretanto cá por fora
O rapaz lá foi crescendo
Sob todos os sentidos
Cresceu em estatura física
Mas também, quem tal diria!
Cresceu em velhacaria
.
Só se pode conceber
Os livros que este homem leu
Partindo da hipotese
Que li quando nasceu
.
Vicente José Sanches Vaz Pardal
É certo e sabido que só um é de amena leitura:
Os outros: um de Filosofia, três de Literatura
E o resto…o resto é escusado: livros de alemão.
Nariz arrebitado…
Cabelo de palmo e meio:
Eis o Essepinto pintado.
Sisudo, muito calado,
Mas “filósofo” profundo,
Bom amigo verdadeiro:
Eis Silva Pinto – no fundo.
.
João Correia Barata
Para vos falar depois:
Barata e suas proezas.
e fá-lo com tal genica,
Qu'inda um dia há-de jogar
Em Lisboa, no Benfica!
Dizer da sua estatura
É um trabalho em vão,
Basta olhar para o retrato
E fazer a proporção
Ao futebol ele não liga
Aliás ele tem razão
Pois é logo de dez c’roas
O preço de um peão.
Também não vai ao cinema,
Nos cafés nunca entrou
E no amor – penso eu –
Que ele nunca namorou.
O António Ramalho Eanes, em 20 de Maio de 1978
.
O António Forte Salvado
zangou-se com a Comissão do LIvro e não quiz fazer caricatura. Nem deixou que o seu nome ali aparecesse! Coisas de Poetas que todos desculpámos...
Apesar de tudo o seu nome vai aparecendo, aqui e ali, pois muitos de nós lhe pedimos que nos fizesse os versos para acompanhar as caricaturas. Assinou-os com um "Anforsal", como ele gostava de assinar os seus poemas.
É por isso que ele vai acompanhar-nos neste breve apontamento! Porque faz falta aqui...
A António Salvado, em 2 de Junho de 1073
O António SAlvado e a D.Adelaide Salvado, em 9 de Junho de 1985
num jantar ao ar livre, junto à Muralha do Castelo.
Na Romagem de Saudade de 1985
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