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05 junho 2018

Eles foram professores do Liceu...

Joel Justino Baptista Serrão
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Foi professor efectivo do 4ºGrupo (Filosofia e História) que chegou ao Liceu de Setúbal no ano lectivo de 1950/51, depois de ter tomado posse por procuração passada em nome do professor auxiliar Carlos Frederico Montenegro de Sousa Miguel, em 25 de Julho de 1950. Joel Serrão exerceu, durante os seus quatro anos passados no Liceu, o cargo de Director de Ciclo.

Joel Serrão nasceu no Funchal em 1919 e faleceu em Sesimbra a 5 de Março de 2008.(*) 
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosófica pela Faculdade de Letras de Lisboa.

Depois do ano lectivo de 1953/54, concorre ao Liceu de Passos Manuel onde se encontrava ainda em 1962.

Mais tarde surge como professor do Instituto Superior de Economia e da Faculdade de Letras, em Lisboa. Foi membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian.
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Joel Serrão
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(*) Na altura própria publiquei, neste blogue, um post sobre este acontecimento:
Joel Serrão morreu anteontem, dia 5 de Março, em Sesimbra, aos 88 anos de idade.
Historiador, autor de trabalhos fundamentais sobre o século XIX português, ainda hoje considerado uma referência, e estudioso da obra de escritores como Quental, Cesário Verde ou Fernando Pessoa, Joel Justino Baptista Serrão foi também. professor efectivo do 4ºGrupo (História), no Liceu Nacional de Setúbal, nos anos de 1950 a 1953.
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De Joel Serrão diz o ensaísta e grande pensador Eduardo Lourenço:
"Foi um dos grandes, uma figura verdadeiramente marcante da cultura portuguesa do século XX".
"Era um trabalhador incansável, coisa sempre pouco vulgar em Portugal".
Serrão esforça-se por repensar a História de Portugal, e em particular a do século XIX, (…) mas também as suas pioneiras reflexões em torno da obra de Pessoa e os estudos que dedicou a poetas como Antero de Quental, Cesário Verde ou Eugénio de Andrade.
Lourenço vê-o como "o último grande discípulo de António Sérgio", ainda que "não fosse sergista no sentido de uma fidelidade absoluta, porque era uma pessoa de grande independência e sentido crítico". Aludindo à doença de que Joel Serrão sofria, Lourenço diz que "o país não se deu conta de que ele desaparecera e estava entre parêntesis há já muitos anos". E embora admita que "tenha sido por pudor que não se fez nada", o ensaísta confessa achar mais provável que a explicação esteja na "inconsciência cultural portuguesa, que só acorda quando as pessoas morrem".
Cfr. Luis Miguel Queirós, in "Público" (hoje).

Hoje, a bandeira nacional deveria estar içada a meia haste na Escola onde deu aulas no início da década de cinquenta...mas não está!...

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