Fernanda de Castro
1900 - 1994.
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“Ela foi a primeira, neste país de musas sorumbáticas e de poetas tristes, a demonstrar que o riso e a alegria também são formas de inspiração, que uma gargalhada pode estalar no tecido de um poema, que o Sol ao meio-dia, olhado de frente, não é um motivo menos nobre do que a Lua à meia-noite”. David Mourão Ferreira
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Fim de outono... Folhas mortas...
Sol doente... Nostalgia...
Sol doente... Nostalgia...
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Tudo seco pelas hortas,
Grandes lágrimas no chão
Tudo seco pelas hortas,
Grandes lágrimas no chão
Nem uma flor pelos montes,
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Tudo numa quietação
Soluça numa oração
Tudo numa quietação
Soluça numa oração
O triste cantar das fontes.
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Fim de outono... Folhas mortas...
Fim de outono... Folhas mortas...
Sol doente... Nostalgia...
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A terra fechou as portas
Aos beijos do sol ardente,
A terra fechou as portas
Aos beijos do sol ardente,
E agora está na agonia...
Valha à terra agonizante
A Santa Virgem Maria!
Valha à terra agonizante
A Santa Virgem Maria!
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Fim de Outono... Folhas mortas...
Sol doente... Nostalgia...
Fim de Outono... Folhas mortas...
Sol doente... Nostalgia...
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