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04 outubro 2010

Austeridade não toca na gordura...

Henrique Neto foi entrevistado, hoje dia 4 de Outubro
por Cristina Ferreira, jornalista do "Público"

Henrique Neto
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Henrique Neto nasceu em Lisboa em 27.04.36, de uma família operária da indústria vidreira, originária da Marinha Grande. Vive presentemente em S. Pedro de Moel, é casado e tem três filhos.
Em 1975, fundou a empresa Iberomoldes que através da aquisição e fundação de novas fábricas, se tornou numa das maiores organizações mundiais do sector.
Henrique Neto desenvolveu actividade política activa na oposição ao antigo regime, sendo candidato da Oposição Democrática pelo Distrito de Leiria nas eleições de 1969.
Deputado na Assembleia da República pelo Partido Socialista na legislatura de 1995-1999.
Vice-Presidente da Direcção da AIP – Associação Industrial Portuguesa.
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Transcrevem-se alguns passos da entrevista hoje publicada,
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Em título:
"Austeridade não toca na gordura do Estado e nos interesses da oligarquia"
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Em sub-título:
"Um Governo que deixou que as finanças chegassem à presente situação, dificilmente evitará a vinda do Fundo Monetário Internacional",
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Outras afirmações:
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1 Infelizmente, os nossos governantes não sabem da importância de ouvir os críticos, que é uma qualidade que está apenas ao alcance dos estadistas.
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2 Um Governo que deixou chegar as finanças à presente situação, dificilmente evitará a vinda do FMI.
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3 José Sócrates iludiu, durante cinco longos anos, todos os reais problemas da economia através de um optimismo bacoco e inconsciente.
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4 Não o fez apenas por ignorância, mas para servir os interesses da oligarquia do regime (…) Regabofe pago com recurso ao crédito e sem nenhum respeito pelas gerações futuras.
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5 …a dívida pública que os últimos governos deixaram acumular deveria constituir crime público. Porque nos tornou dependentes dos credores internacionais e coloca em causa o bem mais precioso de qualquer país, que é a independência nacional
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6 o primeiro-ministro não leva em conta o interesse nacional, mas os interesses dos grupos de pressão dos sectores financeiro e das obras públicas, o que é a única explicação para a dimensão dos erros cometidos.
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7 Portugal está na senda de escolher jovens primeiros-ministros que não sabem do que falam. O que é agravado pela inexistência de uma estratégia nacional integradora das grandes decisões de investimento público
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8 existe um bloco central inorgânico na política portuguesa, que defende interesses privados ilegítimos e permite a acumulação de altos e bem pagos cargos na administração do Estado e nas empresas do regime
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9 Não sei quando é que os portugueses dirão "basta!". Mas sei que o maior problema resultante da imoralidade das classes dirigentes é a pedagogia de sinal negativo que isso comporta. Infelizmente, muitos portugueses têm a tentação de pensar que, se alguns enriquecem de forma fácil e rápida por via da sua actividade política, isso também lhes pode acontecer a eles no futuro.
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Para ler e meditar...
Vale a pena ler, na íntegra, esta entrevista!

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