Retrato de Eugénio de Andrade
a carvão e pastel
por Martins Correia – em 1953
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a carvão e pastel
por Martins Correia – em 1953
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Eugénio de Andrade
Neste domínio obscuro me perdi
tão dominado em sombra e claridade
Que bom sorver os frutos e as raízes
eternos e perfeitos sem idade
Nasceram da terra e é como se uma pomba
do ar viesse: e rouba-lhe sementes
que vai lançar no mar em sol e som
e onde ligeiros barcos nas correntes
singram velozes tais as nuvens puras
que um terno vento azul impele empurra.
E lá no fundo audaz onde maior
o mar conduz o seu mistério alto
surge o amor: a contemplar a cor
que lhe define o seu domínio intacto.
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in "Aproximações a Eugénio de Andrade"
Ed.ASA - Novembro de 2000
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