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26 junho 2008

Museu Cargaleiro

Na "Reconquista" de hoje,
dia 26 de Junho de 2008
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A Câmara de Castelo Branco e a Fundação Manuel Cargaleiro entenderam-se e o espólio do Mestre vai ficar todo, na cidade de Castelo Branco.

Manuel Cargaleiro
(foto in Círculo Artur Bual)
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"Na passada terça-feira, chegou à cidade albicastrense uma pequena parte do espólio de Manuel Cargaleiro, depois de devidamente catalogado e embalado e que virá ocupar a casa em frente ao seu Museu, na Rua dos Cavaleiros, na Praça Académica."

Museu Cargaleiro, na rua dos Cavaleiros

Toda a colecção da Fundação Cargaleiro,(…) virá para a cidade albicastrense.
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Manuel Cargaleiro referiu que tem a certeza de que aqui as suas peças vão ser tratadas com o devido respeito e vai dar-se uma lição a muitos museus do país.
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A Fundação, segundo o seu presidente Tomás Corrêa, conta entre sete a oito mil peças, entre pinturas, tapeçarias, cerâmicas, azulejos, pratos ratinhos… enfim, uma infinidade de obras que aguardam o respectivo tratamento para rumar a Castelo Branco. Claro que este número elevado não permite que as peças sejam mostradas todas de uma vez. Haverá exposições rotativas, para que a colecção possa ser apreciada na íntegra, mas de forma faseada.
E para que o restante espólio, que não ficará visível, possa estar devidamente seguro, a autarquia de Castelo Branco está a preparar um outro espaço perto daqueles, do Museu e da Galeria do Mestre, para servir de armazém. Até ao momento e ainda segundo informa Tomás Corrêa, já estão perfeitamente catalogadas cerca de 1500 peças. Há, ainda, muito trabalho pela frente.
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Esta colecção da Fundação, que fui fazendo ao longo da vida, tem um sentido didáctico e a fundação foi criada, também, com essa ideia”, disse o Mestre,(…) mostrando a sua satisfação por este primeiro transporte das suas peças.
(…) em pouco tempo tudo aconteceu … Fez-se o Museu, que teve um sucesso não só nacional, como internacional (…) e depois, quanto ao resto “Joaquim Morão disse-me: você quer, nós fazemos”, contou.
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Para marcar este nova etapa de Cargaleiro na cidade albicastrense, o Mestre fez questão de abrir uma das peças, por sinal sua, que vai ficar na Galeria. E afinal era um quadro com história. E contou-a.
Um grande coleccionador português, que também tem uma Fundação, um dia encomendou-me uma peça minha. Levou vários anos a fazer e, no final, pensei, se é bom para ele, também é bom para a minha fundação… e fiquei com ele”, e o quadro ali estava, já desembrulhado. A primeira peça ‘oficial’ da Galeria do Mestre Cargaleiro.
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Toda a obra de Manuel Cargaleiro, aquela que está em Sobreira da Caparica e espalhada por França e Itália, tem como destino futuro a cidade de Castelo Branco.
O que nos está aqui a acontecer acontece uma vez na vida, ou nunca acontece”, disse o Presidente Joaquim Morão. E acrescentou que “as cidades também se fazem com espaços culturais de grande qualidade. E este será um grande atractivo da nossa”,
Cfr:
Cristina Mota Saraiva
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Algumas serigrafias de Manuel Cargaleiro:

Le nouvelle an des arbres
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Ville ancienne

The Geometrical
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Em princípios de Junho de 2006, uns dias após a inauguração da Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Rodão, tive a oportunidade de visitar uma Exposição de tapeçarias, de Cargaleiro, que ali permaneceu algum tempo.

Foto obtida em 3 de Junho de 2006



O cartaz da Exposição

Tapeçaria/1977

Tapeçaria

Tapeçaria

Manuel Cargaleiro nasce a 16 de Março de 1927, em Chão das Servas, Vila Velha de Rodão.Em 1945 dá-se a primeira experiência de cerâmica na Olaria de José Trindade. Em 1949 participa no primeiro Salão de Cerâmica , organizado por António Ferro, no SNI – Lisboa.Em 1952 tem a sua primeira exposição em Lisboa no SNI.
Em 1954 realiza uma exposição na Galeria de Março em Lisboa, e conhece Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szènes. É lhe atribuido o Prémio Nacional de Cerâmica. Inicias as funções de Professor de Cerâmica na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Realiza a sua primeira viagem a Paris.
Em 1957 recebe uma bolsa do Governo Italiano, por mérito do instituto de Alta Cultura que lhe permite visitar a Itália e estudar a técnica da Cerâmica em Faenza, Roma e Florença. Fixa a sua residência em Paris.

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