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26 abril 2008

Obrigado, Jaquini...

Dá que pensar, não?
Não aumentaram os impostos!... mas baixaram as deduções específicas o que, no meu caso, causou um aumento de Irs de 700,00 para 1900,00 euros
(valores referentes ao ano de 2007)”
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Este é o desabafo de um amigo meu, de há mais de 50 anos…, que se lastima por mais uma mentira deste Governo que nos foi imposto! …
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Maiakovski
Poeta russo “suicidado” após a Revolução de Lenine…
Escreveu ainda no início do séc. 20.
É dele o muito conhecido poema que se segue.
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Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor do nosso jardim
E não dizemos nada.
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Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
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Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
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E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.”
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Depois de Maiakovski
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“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro.
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Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário.
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Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou um miserável.
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Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho o meu emprego
Também não me importei.
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Agora estão-me levando
Mas já é tarde
Como eu não me importei com os outros
Ninguém se importa comigo.”

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Bertold Brecht (1989-1956)
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“Um dia vieram e levaram o meu vizinho que era judeu
Como não sou judeu, não me incomodei.
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No dia seguinte vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
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No terceiro dia vieram e levaram o meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
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No quarto dia, vieram e me levaram;
Já não havia mais ninguém para reclamar…
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Martin Niemöller, 1933
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"Primeiro roubaram os sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ónibus, mas eu não estava neles.
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até à morte uma criança, que não era meu filho…"

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Cláudio Humberto, em 9 de Fevereiro de 2007
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Sócrates, no dia da posse, atacou os farmacêuticos.
Eu não disse nada porque não sou farmacêutico.
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A seguir atacou os magistrados.
Também nada disse porque não sou magistrado
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Depois, foi aos médicos e enfermeiros.
Também nada disso é comigo.
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A seguir, congelou as carreiras dos funcionários públicos.
Quero lá saber! Eu nem sou “manga-de-alpaca”!
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Maltratou os polícias, os militares, os professores… Os padres também não escaparam.
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Aumentou os impostos.
Aumentou a idade da reforma, a insegurança nas ruas, nas escolas e até nas nossas casas.
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Ah!... Mas criou as “novas oportunidades”, o”divórcio”, a insegurança, o crime, a violência, os “canudos” de férias e Domingos.
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Hoje bateu à minha porta com a lei da Mobilidade e atirou-me para o desemprego.
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Já gritei e ninguém me ouve… e até parece que a “coisa” só me afecta a mim…
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O que os outros disseram foi depois de Maiakovski.
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Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes que vampirizam o erário, aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio, porque a palavra há muito se tornou inútil…

…Até quando?...
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Convém dar uma “olhadinha” às páginas 2,3 e 4 do “Público” de ontem, dia 25 de Abril!
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Não sei porquê, lembrei-me do dia 16 de Março de 1974…

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