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25 agosto 2007

Os Livros de Despedida - 1956

O Curso de 1955/56

A Fotografia

Alunos e Professores do 7ºAno – 1955 -1956 .
Os Professores: Pe. José Alves, Dr. João Diogo Narciso Furtado, Dr. Ivo de Cortesão, Dr. José Nunes Parro, Drª Arlete, Dr. Augusto Russo, NN, Reitor Morão Correia, NN, NN, D. Maria Sofia Guimarães, Drª Ludovina Barroso, Drª Maria Alice Barata Salgueiro, Dr. Joaquim Lopes Dias, Dr. Lacerda e NN

A capa do Livro


.Os “poetas” que mais “debitaram” foram o José Correia Tavares (poeta sem “aspas”) e o Semedo Toco. Mas outros estão presentes e, de entre eles, alguns familiares dos finalistas que escreveram coisas amorosas...

Nas caricaturas sobressai ainda o Adelino Robalo Cordeiro, com uma meia dúzia delas, seguido do Vieira Lopes, do José Correia Tavares, do Melo e Cunha e da Maria Real (que, anos mais tarde, entre 1962 e 1964, passou pelo Liceu de Setúbal onde deu aulas de Inglês).

As páginas iniciais, dedicadas aos Nossos Mestres, aos Nossos Pais e aos Nossos Amores, têm, todas elas, a chancela do Poeta J. Correia Tavares.
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Júlia Maria Marques Afonso
Tu partes, meu amor, minha querida!
O triste ninho é bem mais triste agora
Que a Virgem te acompanhe e dê alento,
À mãe que fica e a tua ausência chora.
Tua mãe
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Maria Odete Fernandes Pereira


Mas que grande barulheira
O que é que foi afinal?
É a Odete Pereira
Como sempre endiabrada!
Ou ri ou faz chinfrineira
E até arma choradeira
Quando se encontra zangada.
E não sei se foi um soco
Que alguém lhe retribuiu
É que a Odete Pereira
Os seus dentinhos partiu!
(…)
Sabe prender o cabelo
Usa um lindo carrapito
Sempre feitinho a primor
Resta-me agora saber
Se já prendeu o amor!

A Maria Odete em 7 de Junho de 1991

A Maria Odete em 11 de Agosto de 2007

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Maria Teresa Xavier Semedo Barata


Lá vai mais um passageiro
Numa barquinha encantada,
Sempre ao leme, mar fagueiro,
P’ra bem seguir a jornada,
Que a dor não conheça a rota;
Que a dor não saiba o caminho;
Que a Virgem lhe semeie rosas,
Embora belas, formosas
Espinhos houver também,
Dizei-lhe, Senhora minha
Que os não sentirá sozinha,
Enquanto Deus lhe der mãe
(À minha querida filha Maria Teresa)

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Maria Virgínia Afonso Gomes Carvalhão


Há, da Gina, tanto, tanto
Se que se possa falar
Que francamente não sei
Por onde hei-de começar.

Certamente que direi
Muito bem e algum mal.
Porém, não, não digo nada
Pois que a Gina amedrontada
‘Stá neste momento a pôr-se
Muito mais “branca” que a “cal”.

Gina Carvalhão, em 4 de Maio de 1980

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A Gina Carvalhão, em 23 de Maio de 1981


Em 18 de Maio de 1984

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António Amoroso de Brito

Se Cícero o ouvisse
Aos pontapés ao Latim
Da cova se levantava
Para ver um génio assim!!!
Da Gina

Nesta casa engaiolado
Nove anos eu estudei!...
Chegou o momento ansiado
Belos dias cá passei!
Amoroso de Brito

O Amoroso de Brito com o Vitor Ambrósio, em 16 de Junho de 1979
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O AB com a Lourdes Ferreira e a Maria Irene em 9 de Junho de 1985

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José Faria Gregório

Se crês na minha amizade
E um conselho queres tomar
Deixa as flechas do Cupido
Tens os livros p’ra estudar.
Mané Courela


Não escondas na tua capa
A tricaninha formosa,
O teu estudo em Coimbra
Não é poesia, é prosa.
Lena

A guiar é um primor,
Já pode a carta tirar:
Vamos a cem, ó priminha,
Diz ele só p’rá assustar
(…)
Desculpa Zé se não fiz,
Uma coisa mais bonita,
Bom futuro te deseja
A prima amiga – Stelita.

O Zé Gregório, em 16 de Maio de 1979

O Zé Gregório em 14 de Maio de 1983 com a Gina Carvalhão e o Luís Marçal Grilo

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Maria Helena d' Abreu Bidarra

…sabem qual é o castigo
Desta moura enamorada?
É viver sempre escondida
Num castelo encarcerada.

Na solidão da noite linda
Ouve-se ao longe o remar
Dum barco que se aproxima
…a meiga voz a chamar.

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Maria Irene Crespo Folgado Pereira
Perdoa Irene se não consigo
Retratar-te bem como eu queria
Mas não te importes e vê no que te digo
Mais amizade do que poesia

A cidade atravessa p’ra chegar
A tempo e horas ao Liceu
Umas vezes por seu pé, devagar,
Outras vezes num “Opel” cor do céu.

Sisuda, pacata, esta Maria
E com o ar que tem de santinha
Não duvido que daria
Uma piedosa freirinha…

Trará lá dentro a roer
Algum desgosto latente?
Se não traz, então deve ser
Dos ares da Mina, certamente.

A Maria Irene, em 8 de Junho de 1985, dançando com o Áureo, seu marido
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A Maria Irene, em 3 de Junho de 1988 conversando
com a Leonor Carreiro

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Maria de Lourdes Lopes Ferreira

Sempre risonha e gaiata
Muito alegre e sorridente
Toda ela é engraçada
Estimada por toda a gente.
(…)
Do grupo da coboyada
Sempre pronto à brincadeira
Aquelas aulas simpáticas…
Recordarás a vida inteira!
.

A Lourdes Ferreira com a Maria Irene, em 9 de Junho de 1985

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Maria Teresa Monteiro Trindade

Menina de mil sonhos pelo ar
Que pensas triunfar na Medicina
Tem cautela! Até penicilina
Podes dar envenenada só de olhar”

Desde Bragança até Castelo Branco
Tudo ela tem “peneiras” de curar!
O pior é, se nesse verde olhar,
Todo o doente passa a ver o encanto…

Longa trança, cor de Outono, doirada,
Mui gentil, exemplar, bem comportada,
Ela sabe qual é o seu valor.

Tem cautela princesinha endiabrada,
Quando fores doutora consagrada
Não me olhes os doentes, por favor…
Gina

Não há pílulas nem xaropes, com certeza,
Que “curem” tanto como os olhos da Teresa!
(…)
Mas…
De mais valor que a beleza
Destes olhos de princesa
Que criam tanta afeição.
É o tesouro de bondade
Que a nossa Teresa Trindade
Guarda no seu coração.
Teu Reitor muito amigo

A Teresinha Trindade ladeada pela Teresinha Serôdio Rosa
e pela Leonilde, em 22 de Agosto de 1952.
Que belas férias, na Figueira da Foz!


O jjmatos, a Teresinha Trindade, a Teresinha Serôdio Rosa, a Leonilde e o JJDelgado Domingos

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António Luís da Cunha Santos Amaral

Mestre em piada fina e eloquência
Mas não é capaz de estudar uma só hora
Delira com as “Semente de violência”
E então pela pinga… ele até chora!

Morreu cedo, o Toninho Amaral! Cedo e um pouco isolado...
As escolhas políticas após a revolução afastaram, umas das
outras, muitas pessoas que deveriam ter-se mantido Amigas.

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Artur Fernando de Moura Pinheiro


As aventuras do Fernando
Eu vou contar com ardor
Já na caça foi caçado
Mas…é grande caçador
Foi pouca sorte, coitado.

A arma pôs ao nariz
Com o máximo cuidado
Disparou a uma perdiz
Mas… o tiro passou ao lado.
Foi pouca sorte, coitado!

E o desporto da pesca
Pratica quando há calor
Na dita já foi pescado
Por um outro pescador
Foi pouca sorte, coitado!

Vende sorte a toda a gente
Um rapaz tão desgraçado
Pois a garota era um pente
O peixe era estragado
E a perdiz era demente.

Do J.Correia Tavares
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Joaquim de Jesus Baptista


Andava D. Joaquim
Na rua de Santa Maria
Os pé já leva cansados
Os sapatos rotos havia
Era pela meia-noite
De uma noite sombria…

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José Camilo Martins


Homme, libre penseur! Tu crois-tu seui pensant
Dans se monde où l avie éclate en tout chose?
(poème de Gératd de Nerval)
Dedicado pela
"ta cousine et amie sincere"
Antoinette Camilo
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José Correia de Jesus Tavares

Eis soou a hora da partida
Se partir se pode assim chamar
Hora que p’ra alguém é bem sentida
Quando o livro, mais tarde, desfolhar


Jardim Escola João de Deus, em Castelo Branco - Maio/1942
O Zé no Viveiro, os mais novinhos, na primeira fila.
Ele é o 3º a contar da Direita... numa foto onde estão mais alunos
deste Curso Finalista: o Silvares Carqueija (3º da esquerda, na 1ªfila),
e a Lourdes Lopes Ferreira (ao centro, na 2ªfila).
Seria, provavelmente, deste 7ºAno, se não tivesse partido com os Pais para Coimbra, o Pedro Feytor Pinto que se vê à direita da Lourdes Ferreira.

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O Zé Correia Tavares surge nesta fotografia, num regresso ao Jardim-Escola no Dia da Festa da Maria Amália Fevereiro, a primeira professora de todos nós.
Ele está, de bigode, no centro da imagem.
Um bonito grupo a ladear a D. Maria Amália e onde mostraram presença
muitos caras conhecidas como a Celeste Capelo, a Maria da Conceição Faria, a Zulmira Beirão, a Maria Luísa Andrade Lopes, a Fátima Feytor Pinto, a Maria Emília Faria, o Zé Moura Nunes da Cruz, o João Pedro Pelejão Marques, o João Pulga, o Olímpio Mendes de Matos, o Zé Correia Tavares, o Pe. Vitor Feytor Pinto e o Vicente Sanches Vaz Pardal.

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