Ontem de manhã consegui superar o compromisso previamente assumido de almoçar com um amigo, compromisso esse que dificultava a minha presença no almoço Comemorativo da primeira matrícula no Liceu Nacional de Setúbal, de tantos alunos que vim encontrar três anos mais tarde, já no 2ºCiclo do Curso Liceal, quando iniciei a minha carreira em 1959.
Numa chamada telefónica a meio da manhã, sou informado pelo Amigo que se encontrava um pouco adoentado e não iria ser possível almoçar comigo.
Dei comigo todo eufórico a dizer-lhe: “Ainda bem que estás doente!...” Como se “isto” fosse uma coisa que se pudesse dizer a um Amigo… Expliquei-lhe depois a causa da minha “gaffe” e ele acabou por se rir com vontade, o que me faz adivinhar que o incómodo por que está passando terá bem curta duração!... Oxalá que assim seja.
Foi por esta razão que pude chegar, um pouco atrasado, é certo, à Capela de São Paulo onde a Missa tinha começado há momentos.
As palavras do Padre José Gusmão caíram bem em todos nós. E não admira que assim tivesse sido.
Em primeiro lugar porque falava para uma plateia cheia de pessoas da sua geração, todos elas cientes das modificações entretanto havidas, no modo de ser e de viver de todos nós.
Em segundo lugar por ser um Beirão de boa têmpera, habituado a passar férias numa região em que as saudades pelos homens da sua geração, há anos radicados em França e na Alemanha, se acentuam a cada passo tal como se acentuavam as saudades que todos nós, ali presentes, sentíamos das pessoas e dos tempos passados há muito aqui em Setúbal. Saudades dos tempos em que a Capela de São Paulo e todos os bairros situados à sua volta ainda não tinham substituído os pinheiros mansos, enormes, bonitos, que proliferavam por toda a zona de Vanicelos.
E, em terceiro lugar, porque o Padre Gusmão tem uma palavra fluente que agrada ouvir e nos dispõe bem… Ou não fosse ele um óptimo professor…um professor da área do Português e do Latim, ligado de alma e coração à nossa Escola e a fazer-nos recordar hoje, o “terrível” Dr. Antero Torres e a “abominável”, e minha querida Amiga, Drª Alice Rocha.
Terminada a missa, foi uma maravilha voltar a ver algumas das minhas alunas que nunca mais pude esquecer! A imagem com que delas fiquei foi a de umas miúdas de 14 ou 15 anos com umas carinhas jovens e bonitas que me ficaram sempre na memória… E foi essa a minha dificuldade em reconhecer uma ou outra… O tempo passa por nós, é certo!... mas também passa pelos alunos que foram nossos e que sempre recordamos com uma memória de… quase cinquenta anos! Mas de espírito estão como eram então!
Muitos destes antigos alunos nunca os perdi de vista, mas uns quantos eu já não os via há muitos… muitos anos. E destes. apenas poucos não reconheci… A maioria, após uma curta reflexão, eu tratava logo pelo nome por que os tratei naquela longínqua altura em que tivemos de nos “aturar” uns aos outros…
Vamos agora deixar para trás o paleio e vamos mostrar uma das primeiras fotografias que me chegou ainda ontem vinda do João Luis Alves.
Na 1ªfila: a Maria Joaquina Ratão, a Maria Isabel Nunes de Oliveira (diz ao teu marido que "aquilo" é uma maravilha), a Ana Maria Resende, a Mãe da Sandrnha, a Guida Amaro do Rosário, a Helena Ribeiro, a Ivone Esteves da Clara (tantas saudades que eu tinha...) e a Hene Pité (que está aqui pelo marido...ela era mais novinha! Mas ficou aqui muito bem!).
Na 2ªfila: a NN, a Beta Maurício, a Ana Maria Cunha, a Cristina Farto (que grande alegria ter estado contigo e com o Raúl Calado que foi um belo Amigo que tive na AEFCL quando tu eras ainda uma menina de sete anos), a Luisa de Sousa Uva (Não te via há tanto tempo. rapariga! Quase desde que fomos vizinhos, em 1961(?) ali ao pé do Liceu numa altura em que aquela avenida não tinha mais do que seis ou sete prédios...)e o João Luis Alves (Obrigado pelas fotografias. Ganhaste a corrida...)
Nas filas de trás: o Cunha Bento (Que eu vejo com frequência), o Carlos Alberto Nobre (Deu-me a oportunidade de voltar a ver a Isabel Eloi, uma das minhas melhores alunas e que nunca esquecerei), o João Pedro Cabral Adão (Filho do Dr.Cabral Adãi, um médico, poeta da Arcada que publicava os seus poemas com o pseudónimo de Medronho da Mata (?) e com quem convivi algumas vezes nos primeiros anos que estive em Setúbal), o Fernando Pereira Alves (que se tem mantido em Setúbal), o José Custódio Sanchez Antunes ( Que eu nunca mais tinha visto e de quem só me consegui lembrar quando lhe pedi que me dissesse o nome... Lembrei-me logo dele! Mas com a cara que tinha então...), o Justino Teles Marques( o ilustre Presidente da minha Junta de Freguesia), o Mário Baltazar( com a Helena Pité que foi um nome de peso aqui no Liceu e no Vitória).
Acho que falhei a identificação de um dois dos presentes e dou conta que neste "boneco" que estamos a ver, não estão todos os "romeiros" desta tão agradável Romagem de Saudade... Ainda não tinham terminado o "passeio turístico" que fizemos pelo interior do Liceu, durante o qual visitámos a sala de Trabalhos Manuais onde a "fera" do Dr.Arco dava as suas aulas e está agora transformada numa bela Sala dos Professores, o Laboratório de Ciências Naturais que todos os presentes acompanharam na sua construção desde 1962 a 1964.
Aguardo com alguma ansiedade que outros fotógrafos presentes nos mostrem as suas habilidades.
Quanto a mim, devo dizer que ontem me senti bastante incomodado... A minha digital "Coolpix 5700" teve um "badagaio" há mais de mês e meio e permanece num "hospital" em Lisboa desde então. Espero que possam fazê-la acordar do "coma profundo" em que permanece ainda...
Mas o meu incómodo não é tanto por perder uma reportagem fotográfica da vossa magnífica reunião! Claro que também é... Mas o que mais me rala é que o meu neto mais novo nasceu no dia 1 de Agosto... Há dois meses e meio! E há mês e meio que não lhe tiro uma fotografia... Isto para mim é um tormento!
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